Inova Eusébio e Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento são destaques em reunião do COINTEC na Casa da Indústria
O Conselho Temático de Inovação e Tecnologia (COINTEC) da FIEC reuniu, nesta quinta-feira (18/09), empresários, gestores e especialistas para debater estratégias de fortalecimento do ecossistema de inovação no Ceará. O encontro, realizado na Casa da Indústria, teve como destaques a apresentação do programa Inova Eusébio, feita pelo prefeito do município, Dr. Júnior, e do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), conduzida pelo economista-chefe do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Rodrigo Ventura.
A programação foi conduzida pelo presidente do COINTEC, Marcos Soares, e contou com a presença de representantes das casas do Sistema FIEC — SESI Ceará, SENAI Ceará, IEL Ceará, Observatório da Indústria Ceará e Centro Internacional de Negócios —, além de universidades, gestores públicos, sindicatos e empresas parceiras.
Para Marcos Soares, o encontro reuniu iniciativas estratégicas para o avanço da inovação no Estado. “Convidamos o município de Eusébio para apresentar em detalhes o projeto Inova Eusébio, lançado este ano na Fiocruz, onde se localiza o Polo de Saúde e será instalada uma unidade da Bio-Manguinhos. É um projeto muito importante, que deve gerar grande demanda, principalmente para o setor industrial. Também tivemos a oportunidade de acompanhar a apresentação do IBID. O Observatório da Indústria da FIEC já realiza o Índice de Inovação do Estado, e o Ceará vem avançando nesse aspecto. Quando estruturamos esse trabalho de inovação junto à indústria, os índices crescem, e isso é fundamental porque mostra que o Estado caminha em sintonia com a Federação e o setor produtivo. E nós seguimos junto com eles”, destacou.
Na apresentação do Inova Eusébio, o prefeito Dr. Júnior mostrou como a iniciativa busca posicionar o município como referência nacional em tecnologia, empreendedorismo e cidades inteligentes. Acompanhado pelo secretário executivo de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Michel Araújo, ele ressaltou a transformação do Eusébio, que deixou de ser considerada uma “cidade dormitório” para se consolidar como polo de desenvolvimento, com um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) do Estado.
O programa tem como diretriz modernizar a gestão pública e articular governo, universidades, empresas e sociedade civil na criação de soluções para desafios locais, sempre colocando as pessoas no centro e a tecnologia como ferramenta de apoio. Para viabilizar essa estratégia, foi criada a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, unindo diferentes pastas para dar mais força às ações.
Entre os avanços já implementados, a gestão municipal aprovou a Lei Municipal de Inovação, considerada pelo prefeito uma das mais robustas do país em nível local. A legislação prevê a criação de um ecossistema de ciência e tecnologia e institui um sandbox regulatório que abrange 100% do território, transformando o Eusébio em uma “cidade-teste” para qualquer produto ou ideia inovadora. Estão previstos ainda a criação de um fundo e de um conselho municipal de inovação, a instalação de um Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) próprio, além de parcerias estratégicas com universidades e com a Fiocruz, que já mantém um polo tecnológico de saúde na cidade. O município, que já conta com alíquota de ISS de 2% como atrativo, prepara também uma nova lei de incentivo à instalação de empresas de base tecnológica.
“Estamos 100% convencidos de que este é o caminho para o desenvolvimento e o crescimento de uma cidade. Agradeço mais uma vez a oportunidade de falar para vocês neste importante conselho. É com diálogo, parceria, inovação e tecnologia que pretendemos posicionar o Eusébio em uma área tão abrangente e com tanto potencial de crescimento”, afirmou Júnior.
Na sequência, o economista-chefe do INPI, Rodrigo Ventura, apresentou o Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), criado para preencher uma lacuna no sistema estatístico nacional e oferecer uma ferramenta de mapeamento e comparação do desempenho dos ecossistemas de inovação nos 27 estados e cinco grandes regiões do país.
Inspirado no Índice Global de Inovação, da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, o IBID foi adaptado à realidade brasileira, considerando as diversidades e assimetrias regionais, que estão entre os principais motivadores do projeto. O índice busca oferecer respostas objetivas e mensuráveis sobre quais são os estados e regiões mais inovadores do Brasil, suas potencialidades e seus desafios.
Trata-se de um índice sintético e multidimensional, composto por 80 indicadores estatísticos distribuídos em sete pilares e 21 dimensões de análise. Lançado anualmente, já conta com uma série histórica consolidada desde 2014, fruto de trabalho de retropolação, o que permite analisar não apenas o cenário atual, mas também a trajetória da inovação no país. A primeira edição foi divulgada em agosto de 2024 e a segunda em agosto de 2025, sempre com os dados mais recentes disponíveis.
“O IBID é o mapa completo e atualizado da inovação no Brasil. Uma ferramenta que permite reconhecer a realidade nacional nesse campo, levando em conta todas as assimetrias regionais. Ele possibilita medir e comparar os ecossistemas locais de inovação sob diferentes perspectivas”, explicou Ventura.