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FIEC sedia 4ª Caravana de Inovação Portuária e reforça agenda de sustentabilidade e inovação logística

18/09/2025 - 14h09

Depois de percorrer Pernambuco, Bahia e Maranhão no primeiro semestre de 2025, as Caravanas de Inovação Portuária desembarcaram no Ceará nesta quinta-feira (18/09), com a quarta edição do evento realizada na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), em Fortaleza. A iniciativa, promovida pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) em parceria com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e o Hub de Inovação Brasil Export, reuniu lideranças institucionais, empresários e especialistas com o objetivo de estimular soluções inovadoras para os desafios logísticos e ampliar a competitividade do setor portuário.

Com foco na construção de um ecossistema de inovação aberta, o encontro destacou a conexão entre tecnologia, sustentabilidade e eficiência operacional. Além de promover debates estratégicos, marcou a chegada do projeto ao Porto do Mucuripe e ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), dois ativos centrais para a economia estadual e nacional.

A cerimônia de abertura contou com autoridades do setor industrial, governamental e portuário. Compuseram a mesa o 1º Vice-Presidente da FIEC, Carlos Prado, representando o Presidente Ricardo Cavalcante; a Coordenadora de Atração de Negócios e Inovação Tecnológica da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE), Márcia Noronha; o Diretor-Presidente da Companhia Docas do Ceará (CDC), Lucio Gomes; o Coordenador-Geral de Gestão Portuária do MPor, Thiago Alvarenga; o Diretor de Políticas Setoriais, Planejamento e Inovação do MPor, Tetsu Koike; a superintendente de ESG e Inovação da ANTAQ, Cristina Castro; e a advogada Beatriz Gallotti, representando a Associação Brasileira das Entidades Portuárias e Hidroviárias (ABEPH).

Também participaram, o Pró-Reitor de Inovação e Relações Interinstitucionais da Universidade Federal do Ceará (UFC), Professor Barros Neto; o Coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da FIEC (COINFRA), Heitor Studart; o Coordenador do Núcleo de Energia da FIEC, Constantino Frate; o Consultor de Energia da FIEC, Jurandir Picanço; o Presidente do Conselho Temático de Inovação e Tecnologia da FIEC (COINTEC), Marcos Soares; e o Conselheiro Fiscal da FIEC, Pedro Alfredo Neto.

Na ocasião, Carlos Prado ressaltou que a inovação mais transformadora do setor portuário não está apenas em tecnologias como automação e inteligência artificial, mas na governança. “Ao otimizar e agilizar a liberação de cargas, estamos liberando espaço físico nos portos de forma eficiente e inteligente. Quando todos os atores trabalham em harmonia, eliminando entraves, entregamos resultados melhores para os usuários. As caravanas são a prova de que estamos no caminho certo”, afirmou.

O debate sobre marcos institucionais foi aprofundado por Tetsu Koike, do MPor, que chamou atenção para a ausência de uma política pública dedicada à inovação portuária. Segundo ele, enquanto setores como petróleo, gás e rodovias já contam com estruturas regulatórias consolidadas, o ambiente portuário segue carente de dispositivos consistentes de fomento. Nesse contexto, o Ceará desponta como terreno fértil para transformar ideias em projetos concretos.

Cenário cearense e perspectivas para inovação e sustentabilidade

Márcia Noronha, da SDE, reforçou que inovação vai além de ferramentas ou tecnologias, envolvendo pessoas e conexões institucionais. Ao lembrar que o Ceará está entre os maiores investidores públicos em pesquisa e desenvolvimento do país, destacou o desafio de transformar investimento em negócios, valor e desenvolvimento regional.

Cristina Castro, superintendente de ESG e Inovação da ANTAQ, relacionou o setor aquaviário à transição energética global. Ela apontou o potencial do Brasil em combustíveis verdes, destacou a matriz energética limpa do país e defendeu a inovação como caminho para alinhar o transporte marítimo à Agenda 2030, com iniciativas como o inventário setorial de emissões e projetos baseados na natureza.

Thiago Alvarenga, do MPor, reforçou o apoio institucional às caravanas, lembrando os resultados já colhidos em edições anteriores e a importância de manter a agenda contínua. Beatriz Gallotti, da ABEPH, trouxe, por sua vez, a perspectiva das autoridades portuárias, defendendo que a inovação seja incorporada à cultura do setor como resposta aos desafios de capacidade, demanda e adaptação às mudanças climáticas. Para ela, vontade, conhecimento e cooperação são indispensáveis para essa transformação.

Encerrando as falas, Lucio Gomes, da CDC, destacou iniciativas do Porto do Mucuripe voltadas à sustentabilidade, como a instalação de uma usina fotovoltaica e a requalificação de acessos, além de investimentos em segurança e projetos sociais em parceria com entidades da cidade. Segundo ele, a combinação entre responsabilidade financeira e compromisso social é central para garantir que a atividade portuária siga gerando desenvolvimento regional.

Novos caminhos para portos mais eficientes e verdes

A programação da manhã contou com duas apresentações institucionais. Isabela Maciel, Assessora para Transição Energética do SENAI Ceará, destacou a contribuição do Sistema Indústria para portos sustentáveis e a transição energética, com foco nas metas de descarbonização, oportunidades no mercado de trabalho e infraestrutura estratégica do SENAI Ceará. “O SENAI Ceará está engajado em promover portos sustentáveis e a transição energética, especialmente no HUB de Hidrogênio Verde no CIPP, onde já temos sete projetos em fase de pré-contrato para produção de hidrogênio”, afirmou.

Ela explicou que as estratégias de redução de Gases de Efeito Estufa no setor de transportes incluem eletrificação, biocombustíveis, veículos a hidrogênio e ferrovias. Sobre metas de descarbonização, destacou o exemplo do setor aéreo brasileiro, que deve adotar o Combustível Sustentável para Aviação (SAF) com metas crescentes até 2037, e o setor marítimo europeu, com regulamentação para reduzir a intensidade de emissões de navios com mais de cinco mil toneladas.

Dois painéis complementaram as discussões. O primeiro, "Diálogos Porto-Cidade: construindo as bases hoje para um amanhã sustentável", e o segundo, "Os trabalhadores portuários em perspectiva inovadora: visões e versões para obtenção de novas capacidades funcionais", este com a participação do Assessor para Transição Energética do SENAI Ceará, Felipe Frutuoso.

No período da tarde, três apresentações institucionais, dois painéis técnicos e pitches de startups movimentaram o encontro. Foram debatidos temas como inovação no Complexo do Pecém, desafios portuários sob a ótica de ciência e tecnologia — com a participação do Economista-Chefe da FIEC e Gerente do Observatório da Indústria Ceará, Guilherme Muchale — proteção da propriedade intelectual, oportunidades no mercado livre de energia e inserção de startups no setor. Empreendedores apresentaram soluções voltadas para educação, logística e tecnologias digitais, reforçando as Caravanas como espaço de articulação e vitrine de ideias.

Portos cearenses em destaque no corredor logístico do Arco Norte

Ao sediar o evento, a FIEC reafirmou seu compromisso com a cultura de inovação na indústria e na logística, alinhada à agenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e às diretrizes federais de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).

A escolha do Ceará evidenciou o papel estratégico do estado no Arco Norte, corredor logístico formado por portos das regiões Norte e Nordeste, acima do paralelo 16°S. A rota se consolidou como alternativa essencial para o escoamento de grãos, frutas, aço e outros produtos, diversificando a matriz logística brasileira e reduzindo a sobrecarga nos portos do Sul e Sudeste.

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ESG: Environmental, Social and Corporate Governance (Ambiental, Social e Governança Corporativa)

Ambiental

6 Água potável e saneamento 7 Energia acessível e limpa 9 Indústria, inovação e infraestrutura 11 Cidades e comunidades sustentáveis 12 Consumo e produção responsáveis 13 Ação contra a mudança global do clima 14 Vida na água 15 Vida terrestre

Social

1 Erradicação da pobreza 2 Fome zero e agricultura sustentável 3 Saúde e bem-estar 4 Educação de qualidade 5 Igualdade de gênero 6 Água potável e saneamento 8 Trabalho decente e crescimento econômico 9 Indústria, inovação e infraestrutura 10 Redução das desigualdades 12 Consumo e produção responsáveis 16 Paz, justiça e instituições eficazes

Governança

5 Igualdade de gênero 8 Trabalho decente e crescimento econômico 9 Indústria, inovação e infraestrutura 11 Cidades e comunidades sustentáveis 12 Consumo e produção responsáveis 13 Ação contra a mudança global do clima 16 Paz, justiça e instituições eficazes 17 Parcerias e meios de implementação
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