FIEC recebe evento itinerante do Ministério do Planejamento para discutir construção da Estratégia Brasil 2050
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) recebeu, nesta quinta-feira (10/04), o evento itinerante “Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2025-2050”, iniciativa promovida pelo Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) com a proposta de debater as prioridades e os desafios para o desenvolvimento do País nos próximos anos. Representando o Presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, Carlos Prado, 1º Vice-presidente da instituição, conduziu a mesa de abertura do fórum, que também contou com a participação da Secretária Nacional de Planejamento do MPO, Virgínia de Ângelis; do Secretário de Planejamento e Gestão do Estado do Ceará, Alexandre Cialdini; e da Vice-prefeita de Fortaleza, Gabriella Aguiar.
O Ceará é o sexto estado a receber o evento, que já passou por Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba e Pernambuco. Além da indústria, o fórum reuniu representantes do poder público, da academia e da sociedade civil, buscando incentivar a contribuição de diferentes segmentos para a estruturação da Estratégia Brasil 2050, um planejamento estratégico de longo prazo com a meta de enfrentar desafios como desigualdades sociais e mudanças climáticas.
“Esse é um evento da maior importância, porque no Brasil não estamos muito habituados a fazer planejamentos de longo prazo. Por isso, é essencial que o próprio governo tome a iniciativa de ouvir a sociedade e suas demandas para saber que rumo dar aos direcionamentos desta gestão e das que virão. Esperamos que o Ministério do Planejamento consiga levar as melhores contribuições possíveis”, afirmou Carlos Prado.
Em discurso na abertura do fórum, o 1º Vice-presidente falou sobre os potenciais do Nordeste em setores estratégicos para a economia brasileira, citando os recentes investimentos em energias renováveis e data centers no Ceará. No entanto, ressaltou a necessidade de incentivos e ações do Governo Federal para alavancar o crescimento da região.
“O horizonte atual para para o Nordeste é brilhante. Nunca houve uma oportunidade tão grande para o seu desenvolvimento. A construção da Estratégia Brasil 2050 pode se tornar a semente para um futuro promissor para a nossa região e para o Brasil”, acrescentou.
Virgínia de Ângelis explicou que o Estratégia Brasil 2050 busca garantir que, mesmo diante de cenários políticos e econômicos diferentes, o país tenha condições de reduzir riscos e aproveitar oportunidades.
“O futuro vem carregado de incertezas. Pensar a longo prazo é um grande desafio, porque parece que está muito distante, mas precisamos estar preparados e preparar esse futuro. Cada risco que se apresenta, como a reconfiguração no cenário internacional que temos visto, também traz consigo oportunidades. Se o país estiver preparado, ele pode aproveitá-las da melhor forma possível”, pontuou.
Segundo Alexandre Cialdini, a iniciativa do MPO dialoga com o planejamento estratégico estadual, que também traz metas para o horizonte de 2050. Para o Secretário, a contribuição junto ao Governo Federal deve fortalecer a capacidade de investir do Estado e a melhoria de políticas públicas.
“A convergência dessas vantagens competitivas, dos desafios que a gente tem, a gente só consegue êxito com a ação planejada. Com a ação planejada, conseguimos mitigar problemas de variáveis exógenas sobre as quais não temos controle, como o que está acontecendo agora com as balanças comerciais. A importância de ter um planejamento é para que a gente saiba que existe um risco, mas que esse risco pode ser transformado em oportunidade”, frisou Cialdini.
Gabriela Aguiar destacou que Fortaleza é a 4ª capital com maior PIB do Nordeste, mas também a 4ª capital no ranking nacional de desigualdade social. O planejamento participativo, conforme a Vice-prefeita, deve evitar que “os erros do passado não se repitam com as capitais do Nordeste”.
“Nós temos uma grande vocação nas energias renováveis, no hidrogênio verde, na capacidade de dessalinizar e de ser pólo tecnológico, mas tudo isso precisa de decisão política. O que a gente pede hoje é que o Governo leve nossa realidade e que tenha decisão política de mudar o Brasil através do Nordeste”.