Conheça os projetos inovadores criados pelas equipes do Ceará para serem apresentados no torneio nacional de robótica
Participar de um torneio de robótica do SESI, seja em qualquer etapa, é também sinônimo de integração e desenvolvimento de projetos. As 10 equipes do Ceará que estão em Brasília (DF), competindo na etapa nacional do Festival SESI de Robótica, passaram pelo processo de criação de projetos de impacto real, seja na indústria ou na sociedade.
Nesta matéria, vamos conhecer um pouco sobre o projeto que cada uma desenvolveu, até chegar à competição. Aproveite para clicar nos nomes das equipes e acessar as redes sociais.
FLL - FIRST® LEGO® League Challenge
Bee Bots (13005) - Escola SESI SENAI Sobral
A equipe desenvolveu o projeto Eco Caribdia - “Eco” para ecológico; “Caribdia” é alusivo a uma criatura marinha da mitologia grega, chamada Caríbdis, protetora de limites territoriais no mar. O projeto tem o intuito de preservar a vida dos recifes marinhos. Para isso, foi criada uma estrutura no formato de globo com orifícios (em que são colocados corais para se desenvolverem) e túneis internos (criando conexões com a área externa, servindo de ninho para peixes e crustáceos que estão ameaçados de extinção), colocada em corais para se desenvolverem.
O objetivo é incentivar o aumento da biodiversidade marinha, reduzindo as emissões de dióxido de carbono e, consequentemente, a temperatura da água do mar.
Por outro lado, o Eco Caribdia também pretende ser uma solução para empresas que têm custos altos com a compra de créditos de carbono, para que possam direcionar os valores financeiros à geração de oxigênio em ambiente marinho, podendo ajudar a reduzir a poluição do meio ambiente.
Dragon (79091) - Escola SESI SENAI Parangaba (Fortaleza)
O Draquático é um drone aquático de absorção e coleta de amostras do derramamento de óleo no mar, para auxiliar o trabalho de pesquisadores. O drone pode ser controlado remotamente, facilitando a identificação de petróleo em águas marinhas, o que deve ajudar em pesquisas e ações de limpeza do oceano.
O projeto teve o acompanhamento de professores da Universidade Federal do Ceará (UFC), da qual faz parte o Instituto de Ciências do Mar (Labomar) - instituição que validou a iniciativa da equipe Dragon.
NewXP (13368) - Escola SESI SENAI Parangaba (Fortaleza)
O Sistema de Monitoramento de Corais (SMC) é um projeto inovador com o objetivo de apoiar pesquisadores e biólogos marinhos em suas investigações sobre o estado dos recifes de corais. Em um momento crítico de mudanças ambientais e climáticas, esse sistema vem para oferecer uma solução eficaz na coleta e análise de dados essenciais para o monitoramento da saúde dos corais e, consequentemente, dos ecossistemas marinhos aos quais pertencem.
Corais são organismos extremamente sensíveis às alterações em seu ambiente, e pequenas mudanças podem ter impactos profundos em sua sobrevivência. Entre os fatores mais críticos que influenciam a saúde dos recifes de corais estão a temperatura da água, o pH e os gases dissolvidos na água, como o dióxido de carbono (CO2). Esses parâmetros são fundamentais para entender as condições de habitabilidade e a resistência dos corais às mudanças ambientais, como o aquecimento global e a acidificação dos oceanos.
O SMC tem como principal função a monitorização contínua desses parâmetros vitais, utilizando tecnologias avançadas de sensores subaquáticos. Esses sensores podem ser instalados em pontos estratégicos nos recifes, coletando dados em tempo real e fornecendo informações precisas sobre as condições da água. Isso permitirá uma avaliação constante e precisa da saúde dos corais e ajudar na detecção precoce de condições adversas que possam afetar os recifes, como o estresse térmico ou o aumento da acidez da água.
Ocean Tech Cascavel (79317) - Escola Municipal de Cascavel
A equipe, em sua estreia no torneio nacional, trouxe um sistema de Monitoramento de Derramamento de Óleo com Boias Inteligentes. O ponto de partida foi a identificação das graves consequências que são resultado dos derramamentos de óleo no oceano, causados por acidentes com petroleiros ou plataformas. O problema causa a morte de espécies marinhas, destruição de habitats e prejuízos às comunidades costeiras. A dificuldade na detecção rápida desses eventos agrava os danos ecológicos e econômicos.
O projeto propõe a criação de boias inteligentes, equipadas com sensores de detecção de óleo, utilizando a plataforma Arduino. Implantadas em rotas marítimas no Oceano Atlântico, essas boias detectam traços de óleo na superfície da água e enviam alertas, em tempo real, para uma central de monitoramento, por meio de comunicação sem fio.
Autossuficientes, as bóias são alimentadas por energia solar, garantindo operação contínua e sustentável. Essa solução inovadora permite respostas rápidas, redução de impactos ambientais, ao mesmo tempo que promove a conscientização e a preservação dos oceanos, fundamentais para o equilíbrio ecológico e a vida no planeta.
F1 in Schools
Lightstorm (T50) - Escola SESI SENAI Centro (Fortaleza)
O projeto "Além da Visão" surgiu da necessidade de tornar a competição F1 in Schools mais inclusiva para alunos com deficiência visual. Nosso objetivo é integrar acessibilidade, tecnologia e esporte, proporcionando igualdade de oportunidades dentro de um ambiente altamente técnico.
Os integrantes da equipe visitaram o Instituto dos Cegos de Fortaleza para compreender os desafios educacionais e esportivos enfrentados por alunos com deficiência visual, e identificaram a falta de adaptações na competição, o que resultava na exclusão desses estudantes.
Então foi criado o primeiro disparador acessível de carrinhos da F1 in Schools, com feedbacks táteis e sonoros, permitindo a participação autônoma de alunos com deficiência visual. O protótipo foi testado com 12 alunos e validou a viabilidade da inclusão na competição. Em 2024, o projeto ficou em 2º lugar na etapa nacional do Festival SESI de Robótica, no prêmio de Pensamento Criativo. O reconhecimento dos juízes destacou a inovação e a importância da acessibilidade em projetos educacionais e esportivos.
O “Além da Visão” já foi patenteado no INPI. Além disso, uma parceria da equipe com o Instituto dos Cegos e Instituto Hélio Góes, foi formada a primeira equipe inclusiva para a etapa regional da F1 in Schools SESI Ceará. Com apoio da ArcelorMittal, SESI Ceará e FIEC, 12 alunos se destacaram na robótica e vivenciaram experiências inspiradoras.
Woltz (T47) - Escola SESI SENAI Parangaba (Fortaleza)
Como é de praxe na categoria, a equipe Woltz encara o desafio de criar uma empresa para competir em uma pista de corrida em miniatura. Para isso, a equipe se divide em áreas de atuação: engenharia, design, marketing, gestão de projetos e projeto social - que, nesta temporada, chama-se “Sensotintas”.
As “sensotintas” são pigmentos que contém, em sua composição, produtos que conferem fragrância para ajudar pessoas com deficiência visual a identificar as cores. Cada cor carrega um aroma ligado ao seu conceito: por exemplo, o amarelo tem cheiro de maracujá; o vermelho, cheiro de morango; o branco, de coco.
FTC - FIRST® Tech Challenge
Ironhide (26956) - Escola SESI Centro (Fortaleza)
O projeto da equipe visa desenvolver um sistema eletrônico simples, acessível e de baixo custo, utilizando a plataforma Arduino para monitorar parâmetros ambientais, como a concentração de dióxido de carbono (CO₂) e o pH da água, promovendo inovação sustentável e impacto comunitário. O sistema integra sensores conectados ao Arduino Uno, que processa os dados em tempo real, exibindo os resultados em uma tela. Após a fase de construção e desenvolvimento do circuito, o projeto foi implementado em Cascavel (CE), validando as hipóteses formuladas e evidenciando resultados positivos relacionados à qualidade ambiental.
Spartan (19192) - Escola SESI SENAI Sobral
Projeto 1 - Robô: O robô foi desenvolvido a partir de um processo robusto de pesquisa e desenvolvimento, sendo projetado em software CAD. Ele é capaz de realizar a maioria das missões presentes na arena de jogo da temporada, com precisão, baseando-se em uma estratégia sólida e bem definida. O design do robô prioriza a segurança estrutural e a personalização, permitindo o desenvolvimento de peças e mecanismos inovadores, que garantem tanto a eficiência quanto a resistência do conjunto. Cada componente foi cuidadosamente projetado para oferecer soluções assertivas e altamente funcionais durante o desempenho das missões.
Projeto 2 - Robótica Acessível: o projeto busca encontrar um público que não tem acesso à robótica e à tecnologia, devido às condições e situações em que vive. Esse é o projeto mais antigo da Spartan e o mais contínuo, e surgiu da percepção da equipe sobre o caráter exclusivo da tecnologia para determinados públicos. Pensando nisso, os estudantes buscam realizar capacitações em robótica. Na primeira edição do projeto, as ações foram feitas com alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos). Já na segunda edição, o trabalho foi feito junto a estudantes de escolas públicas, numa parceria com a Prefeitura de Sobral e a Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA). Nesta temporada, o projeto completa 3 anos. Assim, a equipe pretende impactar uma comunidade no Preá, levando a robótica para diversas crianças e adolescentes, fazendo com que eles tenham uma nova visão do futuro através da tecnologia.
Projeto 3 - Ciclo dos Spots: O ciclo dos Spots é um projeto criado para alcançar pessoas fora da Comunidade FIRST, oferecendo programas especializados para diferentes faixas etárias e perfis. É dividido em três vertentes: Spot Kids (trabalho com crianças do ensino fundamental I e II, usando a metodologia STEM), Spot Teen (trabalho com escolas profissionalizantes, impactando alunos no ensino médio, com maior imersão nas modalidades de FRC e FTC) e Spot Maker (o público-alvo são universitários e profissionais envolvidos no mercado de trabalho, onde é apresentado a FIRST e como pode ser integrada na vida profissional).
Projeto 4 - Drive: Ao dar início à temporada, a equipe Spartan tomou a iniciativa de produzir uma pasta na nuvem, contendo todos os conteúdos informativos necessários para a temporada. O objetivo desse “Drive” é otimizar o tempo de leitura e entendimento das outras equipes, principalmente equipes novatas. O conteúdo foi muito bem aceito pela comunidade da robótica educacional, tendo ajudado várias equipes e obtendo um reconhecimento multirregional.
FRC - FIRST® Robotics Competition
All Might (9162) - Escola SESI SENAI Parangaba (Fortaleza)
O Projeto “De Olho na Robótica” tem como objetivo principal promover a inclusão e disseminação da robótica e seus valores, sobretudo em comunidades que não têm fácil acesso a esse tipo de tecnologia. A iniciativa busca despertar o interesse de jovens e crianças pelo campo da ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) através de atividades práticas e dinâmicas envolvendo robótica.
O “De Olho na Robótica” valoriza o aprendizado prático e incentiva o desenvolvimento de habilidades essenciais, como criatividade, pensamento crítico e trabalho em equipe. Tudo isso, apoiado por um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para facilitar o acesso e democratizar as informações desse maravilhoso mundo da engenharia, tecnologia e inovação.
A meta é preparar os jovens para futuros desafios tecnológicos e abrir portas para oportunidades de carreira na área de inovação e inspirar, de acordo com os valores da FRC (FIRST Robotics Competition), promovendo uma transformação significativa e ampla.
Metal Knight (9617) - Escola SESI SENAI Sobral
O Projeto Modelo Kepler é uma iniciativa educacional que visa aproximar alunos da astronomia, utilizando tecnologias e metodologias inovadoras para promover a aprendizagem e o entendimento do cosmos. O projeto integra atividades práticas com o uso de tecnologias como telescópios, software de simulação e recursos interativos, permitindo aos estudantes observar e estudar corpos celestes, estrelas, planetas e outros fenômenos astronômicos.
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