Em entrevistas ao SVM, Presidente da FIEC comenta avanços da indústria cearense e aponta desafios para 2025
O Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante, participou, nesta quarta-feira (21/01), de uma série de entrevistas aos veículos de comunicação do Sistema Verdes Mares (SVM). Em conversa com os jornalistas Victor Ximenes e Sávio Manfredini, no programa Conexão Verdinha, ele comentou os bons resultados da indústria cearense em 2024 e os desafios para 2025, além de assuntos como hidrogênio verde e transformação digital. O encontro foi seguido de reunião com editores e diretores do SVM.
“Gostaria de agradecer ao Sistema Verdes Mares pelo convite e a oportunidade de falar à população sobre as iniciativas da FIEC e temas importantes para o crescimento do nosso Estado. A parceria com a imprensa é fundamental para o desenvolvimento da indústria”, destacou o Presidente da FIEC.
A principal pauta foi o crescimento da produção industrial no Ceará em 2024, que chegou a mais de 8%, e do PIB da indústria. Segundo Cavalcante, o desempenho é considerado expressivo e reflete a força dos setores produtivos locais, em especial de segmentos como calçados, confecções, couros e construção civil, que contribuíram em grande parte para os números positivos.
“Tivemos um crescimento muito bom nessas áreas e esperamos que, em 2025, possamos chegar perto do que foi feito em 2024”, afirmou, acrescentando que a alta na produtividade foi fundamental para a geração de empregos no Estado. “No Ceará, temos 1,2 milhão de empregos de carteira assinada na área produtiva, e só a indústria tem mais de 380 mil desse total. Em 2024, tivemos um crescimento de quase 19 mil empregos, o maior dos últimos cinco anos. Isso para nós é muito importante”, completou.
Para 2025, no entanto, o Presidente da FIEC ressaltou que um dos desafios será superar a carência de mão de obra e a alta taxa de juros. “Temos uma previsão de inflação de 5% para 2025, e a taxa de juros fechou em 15% na última semana. O motivo é que se acha que o governo precisa apresentar mais claramente suas despesas e resolver alguns cortes. Essa taxa inibe o pequeno, médio e o grande empresário. A dificuldade é grande e, em um cenário como esse, o mercado financeiro se fecha. Precisamos rever isso”, pontuou Cavalcante.
Victor Ximenes e Sávio Manfredini também abordaram a expectativa em torno da indústria de hidrogênio verde (H2V), com a instalação de grandes empresas da área no Ceará. Sobre o assunto, Ricardo Cavalcante afirmou que a transição energética e produção de energias renováveis, a exemplo do H2V, representam uma oportunidade de transformação econômica e social para o Estado nos próximos anos.
“O grande desafio do planeta, hoje, é energia. Em paralelo a isso, estamos vendo a transformação digital, que são os data centers e a inteligência artificial. Em 2030, 22% do consumo de energia do mundo vai ser voltado para a inteligência artificial, que são as maiores empresas existentes no planeta atualmente. Então, essa é a nova vertente que está chegando para o Ceará e que vai gerar uma grande mudança no nosso perfil socioeconômico”, afirmou.
Fotos: Laura Guerreiro/FIEC