Observatório da Indústria da FIEC apresenta estudo com dados sobre a conjuntura econômica no Brasil e no Ceará em 2024
O Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) divulgou, nesta quarta-feira (29/05), uma análise da conjuntura econômica brasileira no primeiro trimestre de 2024, com dados relativos à atividade industrial no país e no Estado, taxas de juros e inflação, mercado de trabalho, exportações e perspectivas para os próximos meses. O estudo apontou cenário positivo para a economia cearense, marcado pela recuperação da indústria e pelo aumento dos empregos formais.
A apresentação do panorama foi comandada pelo Gerente do Observatório da Indústria e Economista-chefe da FIEC, Guilherme Muchale; pelo Assessor Econômico da FIEC, Lauro Chaves Neto; e pelo Especialista em Inteligência Competitiva do Observatório, David Guimarães.
Segundo a análise, após um cenário desafiador em 2023, o início de 2024 registrou bons resultados no Ceará, em especial com crescimento de 5,4% da atividade econômica no acumulado deste ano. Entre os fatores que impulsionam o avanço, estão a redução da taxa de juros, a alta dos empregos formais e a queda da inadimplência entre os consumidores.
Conforme pontua Guilherme Muchale, a indústria também evoluiu de forma positiva no primeiro trimestre, com destaque para os setores de confecções (alta de 27,5%), couro e calçados (19,5%) e bebidas (14,9%).
“De maneira geral, o comportamento da economia no Ceará tem sido mais positivo do que no Nordeste e no Brasil, puxado pela recuperação do mercado formal de emprego e da produção industrial. Diversos segmentos industriais tiveram resultados positivos e crescimento acima da média nacional em 2024”, ressalta o Gerente do Observatório da Indústria.
No âmbito do mercado de trabalho cearense, o estudo apontou saldo de 16.780 empregos formais no mês de abril de 2024, aumento de 1,2% em comparação ao registrado em dezembro de 2023. Desse total, 3.603 novos postos foram na indústria. Os números colocam o Ceará em lugar privilegiado na região Nordeste, sendo o terceiro estado com maior crescimento.
Diante dos resultados apresentados na análise, David Guimarães indica que, apesar de incertezas geopolíticas que podem impactar na demanda industrial, a exemplo dos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, a perspectiva é que a economia no Brasil e no Ceará siga se recuperando. A implementação do novo arcabouço fiscal, o aumento da massa salarial real da população e, em nível estadual, o otimismo em relação ao hub de Hidrogênio Verde (H2V) influenciam nessa previsão.
“Sabemos que os empresários muitas vezes esperam uma demanda para investir. Então, a perspectiva de novas construções e empreendimentos é fundamental para a recuperação dos investimentos no Estado”, afirma David sobre o hub de H2V.
Lauro Chaves Neto salienta que o estudo elaborado pelo Observatório da Indústria é uma contribuição efetiva da Federação para a tomada de decisões pela indústria e pelo setor público: “O Observatório trabalha naquilo que é mais importante, que é transformar dados em informação. Existem números em muitos lugares, mas com inteligência e ciência de dados, temos contribuído com o setor produtivo, a academia e o setor público. Tudo isso tem sido usado para aumentar a competitividade da economia cearense em todos os setores”.