Representantes da FIEC debatem uso do Hidrogênio Verde na mobilidade em painel no Circuito Nacional do Setor Elétrico

Representantes da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) participaram, nesta quarta-feira, 13/09, do Circuito Nacional do Setor Elétrico (Cinase), maior evento itinerante do segmento no Brasil. Jurandir Picanço Jr, Consultor de Energia da FIEC, e Felipe Frutuoso, Especialista Técnico para Transição Energética do SENAI Ceará, foram convidados do painel "O Hidrogênio Verde (H2V) como estratégia para a mobilidade na Transição Energética", que discutiu o potencial do H2V na área de transportes no Brasil. A conferência acontece até quinta-feira, 14/09, no Centro de Eventos do Ceará.

O debate também contou com a presença do Diretor de Operações da Qair Brasil, Gustavo Silva; do Diretor Técnico da CPE Estudos e Projetos Estratégicos, Daniel Mamede; e do Professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Danilo de Souza.

Durante a palestra, Jurandir Picanço explicou que, além das perspectivas de aplicação na indústria, o Hidrogênio Verde se consolida como forte alternativa para a substituição dos combustíveis fósseis no setor de mobilidade, tendo como meta a descarbonização.

Segundo o Consultor da FIEC, há possibilidade de utilização do H2V como fonte de energia para baterias de veículos elétricos, na fabricação de combustíveis sintéticos limpos, e ainda em misturas com combustíveis fósseis para reduzir o teor poluente.

“Em todos os modelos de mobilidade, já existe solução técnica com hidrogênio, então é uma questão de mercado e tecnologia. Há uma tendência muito grande de que, em veículos pesados, de maior percurso, a tecnologia do hidrogênio venha a prevalecer”, afirmou Jurandir Picanço.

Já Felipe Frutuoso pontuou que, no cenário da transição energética, o Ceará e a FIEC despontam não só com o pioneirismo da criação de um hub de Hidrogênio Verde, mas também na capacitação de mão de obra para atuar no segmento, a partir da atuação de instituições como o SENAI Ceará.

“Já temos memorandos de entendimento para a instalação de diversos produtores de Hidrogênio Verde na região do Porto do Pecém, temos memorando de entendimento para fabricantes de ônibus elétricos, temos fabricantes chineses trazendo caminhões movidos a hidrogênio para serem testados no Brasil. Para lidar com essa tecnologia, é necessário que as pessoas estejam capacitadas e o SENAI Ceará tem esse papel fundamental. Conforme enfatizam o nosso Diretor do SENAI Ceará, Dr. Paulo André Holanda, e o Presidente da FIEC, Dr Ricardo Cavalcante, os cearenses devem ser capacitados para ocupar as vagas de emprego que surgirão no Ceará com base nos investimentos em Energias Renováveis e Hidrogênio Verde para a transição energética ”, completou.

Mas embora as condições sejam favoráveis, Jurandir Picanço ressaltou que o desenvolvimento da tecnologia do Hidrogênio Verde no setor de transportes depende da criação de uma política nacional. 

“É preciso, primeiramente, criar uma rede de abastecimento”, acrescentou. “As pessoas não vão comprar um carro a hidrogênio que não pode viajar porque não tem abastecimento em outros lugares. O processo não é simples e precisa ser muito bem pensado, e no Brasil ainda não há planejamento nesse sentido”, avaliou.

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