Beto Studart cobra ações fortes diante da crise em encontro com a presidente Dilma Rousseff

Em clima de perspectiva de volta do imposto CPMF, de retração da economia e recessão técnica, com base em números divulgados pelo IBGE, mais de 70 lideranças empresariais e políticas se reuniram com a presidente Dilma Rousseff e o governador Camilo Santana, na tarde da sexta-feira, 28/8, durante o evento Dialoga Ceará, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. O presidente da FIEC, Beto Studart, era um dos convidados e aproveitou o momento para discursar em nome do setor industrial cearense. Posicionou-se contra a volta da CPMF, cobrou ações concretas para se enfrentar a crise e também elogiou a realização do encontro. Na ocasião, foi a assinada a ordem de serviço para ampliação das obras da Ferrovia Transnordestina no trecho entre os municípios de Missão Velha e Pecém onde fica Complexo Industrial Portuário no Ceará. Na sua fala inicial, a presidente Dilma Roussef  falou da importância da Transnordestina como uma obra estruturante para o país e citou o também o avanço das obras  Transposição  do Rio São Francisco e a inauguração da estacão de bombeamento. Ela agradeceu a presença do presidente da Fiec, Beto Studart.

O presidente da FIEC avaliou a reunião como muito proveitosa e espetacular. "As coisas não estão bem mas ela pelo menos está ouvindo a sociedade como um todo. Muito interessante e vamos ver se os ouvidos funcionam adequadamente", esclareceu. Em seu discurso, além de mencionar a queda da atividade produtiva e dos empregos da Indústria no Ceará, Beto Studart criticou a possibilidade de volta da CPMF e cobrou ações enérgicas e concretas em meio a crise. "Perceba, Presidente Dilma Roussef, é um sofrimento analisar o passado recente, é angustiante viver o presente, mas o pior tem sido o desalento ao olhar para frente. Afinal, como podemos ser otimistas, se nos vemos obrigados a cortar empregos, enquanto o Governo se arrasta nos ajustes da máquina pública e nos traz de volta a malfadada CPMF que dispensa comentários? Respostas retóricas não nos bastam. Otimismo não recupera-se com o verbo. Precisamos de ação, de urgência, de foco, de verdade! Estamos aqui, abertos ao diálogo, mas palavras não nos convencem. São as atitudes efetivas que poderão nos reerguer", enfatizou.

Ao mesmo tempo, Beto Studart elogiou o encontro. "Estamos muito satisfeitos em fazer parte desse momento importante do nosso Estado, quando o governador Camilo Santana anfitriona a Presidente Dilma Rousseff e sua comitiva, e reúne tantas pessoas de diferentes setores da economia, de diferentes pensamentos, em um grande evento cujo título é tão simbólico quanto esperançoso. Este "Dialoga Ceará" diz muito de nós, cearenses, sempre abertos, prontos a receber, animados em construir laços, em interagir, em unir para crescer", reconhece.

Um dos articuladores do encontro com os empresários, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, disse que de uma maneira geral os empresários locais estão preocupados com a queda da atividade econômica e com as taxas e juros. Segundo ele, para enfrentar a crise e a queda do PIB são necessárias confiança e colocar em prática ações como pacote de obras estruturantes como a Transnordestina e ampliação do Aeroporto Pinto Martins em Fortaleza. "Mas todos reconhecem que a economia está passando por um processo de ajustes e que impõe  restrições. Precisamos reequilibrar a economia para retomar o crescimento. Para retomar o crescimento é preciso restaurar a confiança e ter uma atitude positiva diante da crise. Tenho confiança que vamos ultrapassar esse período fazendo as reformas que o Brasil precisa", avalia.

Além do presidente da FIEC, Beto Studart, entre os industriais presentes, o ex-presidente da FIEC e hoje um dos vice-presidentes da CNI, Jorge Parente, os vices-presidentes da FIEC, Carlos Fujita e Hélio Perdigão, o diretor financeiro e presidente do Sindicarnaúba, Edgard Gadelha, o diretor administrativo da FIEC, Ricardo Cavalcante, o presidente do SIMEC, Sampaio Filho, do Sindialimentos, André Siqueira, o vice-presidente da área imobiliária do Sinduscon Ceará, Carlos Gama, e o presidente do CIC, José Dias de Vasconcelos. Além do ex-presidente da FIEC e dono da Durametal, Fernando Cirino Gurgel, o presidente do Grupo Aço Cearense, Wilmar Ferreira, e o sócio e presidente do Grupo Marquise, José Carlos Pontes.

Após o encontro, durante o fim de semana, o Governo Federal divulgou que abandonaria a idéia de trazer de volta a CPMF. 

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