Rentabilidade do mercado livre é evidenciada no 20° Energia em Pauta

A rentabilidade do mercado livre de energia e a importância do segmento para tornar as empresas mais competitivas foi evidenciada durante a 20ª edição do Energia em Pauta, evento mensal realizado pelo Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços Elétricos do Estado Ceará (Sindienergia-CE), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e o Sebrae, ocorrido nesta terça-feira, 29/11, no Auditório Luiz Esteves Neto, na própria Federação.

O tema do debate foi escolhido mediante as dificuldades enfrentadas pelas empresas com relação aos gastos com energia elétrica que, além de imprevisíveis, estão entre as três maiores despesas de boa parte dos negócios. A busca por alternativas econômicas para a aquisição do insumo, sobretudo no caso das indústrias, passa pela migração para o mercado livre de energia, modalidade disponível para consumidores da alta tensão (superior a 500 kW), cujo acesso será ampliado a partir de 2024.

As vantagens da mudança do mercado cativo para o mercado livre foram discutidas e demonstradas por representantes das seis empresas associadas ao sindicato que atuam no mercado livre de energia: 2W Energia, Elétron Energy, Kroma Energia, Soma Energia, Tendência Energia e Vessel/Auren Energia. Os especialistas abordaram a capacidade desse mercado em proporcionar economia, competitividade e previsibilidade às empresas.

“Sinto uma grande felicidade em presenciar o nível desse debate. Foi de uma excelência extraordinária, sobretudo pelo tema. Não foi à toa que essa pauta foi escolhida. Estamos no meio de uma transição energética mundial, e esse momento que vivemos é irreversível. Fico honrado de termos propiciado esse encontro”, declarou o presidente do Sindienergia, Luis Carlos Queiroz.

“Competitividade é a palavra-chave. Esse tema, inclusive, já deveria ter sido abordado por nós. E fico feliz que esse debate esteja ocorrendo”, completou Joaquim Rolim, coordenador de Energia da FIEC e presidente da Câmara Setorial de Energia da Adece. Ele moderou as apresentações, que tiveram como subtemas as diferenças entre os mercados cativo e livre, os critérios para a migração, as perspectivas de abertura do mercado, além do papel da Assessoria de Gestão Energética e do Comercializador Varejista de energia.

Palestrantes
Representante da Tendência Energia, Marcelly Severo tratou do mercado livre em si, destacando que o modelo ainda é pouco conhecido, sobretudo os benefícios que ele oferece, sendo o principal deles a livre negociação. Nessa modalidade, o comércio ou indústria negocia a compra da energia diretamente com o comercializador ou gerador, em negociações bilaterais. O cliente, portanto, fica livre dos valores cobrados e do “engessado” mercado regulado.

“Isso favorece a competitividade das empresas, dada a flexibilidade do consumo de energia, além da previsibilidade dos valores, da gestão da energia, da ausência de bandeira tarifária, da sustentabilidade e dos custos da energia, que podem ser até 47% mais baixos”, afirmou.

Por sua vez, Jeferson Leônidas, representante da Vessel e Auren Energia, tratou das diferenças entre o mercado livre e o mercado cativo. “De maneira mais direta, no mercado cativo, está tudo travado. Você não consegue negociar nada. Já no mercado livre, há o modelo atacadista, onde existem relações e exigências, e o modelo varejista, onde essa migração para o mercado livre se dá de maneira mais flexível”, resumiu.

Diretor-comercial da 2W Energia, Fernando Silveira falou sobre a perspectiva de abertura do mercado livre de energia no Brasil. Ele destacou a evolução do público apto à migração para o modelo de consumo, que atualmente é de 70 mil unidades consumidoras. Em 2024, serão 106 mil. Em 2026, conforme a pauta que está em consulta pública, serão mais 7 milhões, entre clientes industriais e comerciais. Por fim, em 2028, serão mais de 80 milhões de consumidores, entre residenciais e rurais. “Nossa missão primordial será orientar essa jornada de transição”, defendeu.

Representando a Elétron Energy, André Petti tratou dos critérios para uma empresa se tornar cliente do mercado livre. Ele explicou também as diferenças entre a demanda contratada e a própria energia fazendo uma analogia a um sistema hidráulico. “A infraestrutura, o encanamento, seria a demanda. Já a energia propriamente dita seria a água. Isso parece ser algo simples, mas sempre que visitamos os clientes, percebemos que eles confundem. Isso demonstra o quanto de desconhecimento ainda há sobre o modelo de consumo”, alertou.

Comércio varejista
Leonardo Ferraz, representante da Kroma Energia, explicou os requisitos para se tornar um consumidor varejista. “Esse modelo veio para facilitar o processo de transição. O objetivo do varejista é ofertar uma forma simplificada de migração para o mercado livre, oferecendo a tranquilidade do modelo regulado, mas com os benefícios do mercado livre, cujos requisitos principais são pertencer ao grupo A, com demanda contratada maior que 500 kW”, destacou.

Ferraz fez ainda um chamamento à necessidade de regulação para os casos de inadimplência. “Precisamos saber, de forma mais clara, como funcionará o processo nos casos de corte. Quem seria o supridor de última instância nesses casos? ”, questionou.

Representando a Soma Energia, Paulo Siqueira abordou o papel e a importância da assessoria de gestão energética. Ele demonstrou em números os benefícios da migração para o mercado livre, enfatizando que a Soma Energia já ofertou aos seus clientes, nos últimos doze meses, uma economia superior a R$ 80 milhões. “A importância dessa gestão do ciclo de contratos passa pelo perfil dos clientes. Ciente disso, acredito que o principal papel do gestor é auxiliar em toda essa jornada de transição e gestão energética”, resumiu.

O evento contou com a presença de importantes autoridades do setor, entre eles o secretário-executivo de Energia da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), Adão Muniz, e do Gerente do Departamento de Operação Regional da CHESF Fortaleza, Tarcísio Vieira. Todo o debate foi transmitido ao vivo pelo canal do Sindienergia no YouTube (Sindienergia CE) e continua disponível na plataforma, podendo ser assistido a qualquer momento AQUI

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