Ricardo Cavalcante recebe comitiva de Portugal em missão institucional e empresarial de economia do mar

O Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará e da Associação Nordeste Forte, Ricardo Cavalcante, recebeu, nesta quinta-feira (11/08), uma comitiva portuguesa em missão governamental e empresarial de economia do mar. Durante o dia, houve assinatura de memorandos de entendimento, além da apresentação dos potenciais cearenses no mercado, bem como uma rodada de negócios para promover a conexão entre empresas brasileiras e de Portugal.

Pela manhã, a comitiva portuguesa, liderada pelo Secretário de Estado do Mar de Portugal, José Maria Costa, foi recepcionada pelo Presidente da FIEC no Auditório Luiz Esteves. Durante o evento, houve uma mesa redonda com apresentações sobre a economia azul e seus potenciais. Formaram a mesa, além do citados, o Sócio-fundador da Skipper & Wool, Miguel Marques; a Secretária-adjunta da Pesca do Governo Federal do Brasil, Andea Ribas; Representante da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Presidente da Associação da Indústria Alimentar pelo Frio (ALIF) e Presidente da Gelpeixe, Manuel Tarré; a Presidente do Sindicato de Frios e Pesca do Ceará (Sindfrios), Elisa Gradvohl; o Presidente da DocaPesca Portugal, Sérgio Faias; o Capitão de Fragata da Capitania dos Portos do Ceará, Sidney Gouveia; a Secretária Executiva do Meio Ambiente do Ceará, Maria Dias Cavalcante; a Representante e Pesquisadora da Inesc Tec, Paula Lima; além do Secretário para Assuntos Internacionais do Governo do Ceará, César Ribeiro.

A FIEC esteve representada, também, por: Carlos Prado,  1º Vice-Presidente; Roseane Medeiros, Vice-Presidente;  Chico Esteves, Diretor Administrativo; Edgar Gadelha, Diretor Financeiro; Sampaio Filho, Diretor de Inovação e Tecnologia e Líder do Observatório da Indústria; Paulo André Holanda,  Superintendente do SESI Ceará e Diretor Regional do SENAI Ceará;  Dana Nunes, Superintendente do IEL-Ceará;  Marcos Soares,  Presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC); e Sérgio Lopes, Superintendente de Relações Institucionais.  

A mesa redonda

Nas palavras de boas-vindas, o Presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, agradeceu a participação e a vinda dos empresários e gestores portugueses ao Ceará, ressaltando a importância das relações bilaterais. "Hoje é um dia muito importante para nós. Agradeço toda a comitiva, a presença e empenho. O mais importante disso tudo é fortalecer nossos relacionamentos, promovendo mais oportunidades de negócios, geração de emprego e renda para o Ceará e Portugal", afirmou o Gestor, lembrando que a ideia é que Portugal seja a casa de entrada para a Europa dos produtos do mar cearense, e que o Ceará seja local de abertura do comércio português com a América Latina.

Miguel Marques, Sócio-fundador da Skipper & Wool e Embaixador do evento,  fez uma introdução sobre as atividades do Observatório da Indústria, as capacidades cearenses relativas à Economia do Mar e citou o programa Cientista Chefe do Governo do Ceará. "Estamos em uma confederação de indústria, em uma visita de empresas capitaneada brilhantemente pelo Estado português. O mundo está muito instável e um dos desafios da região é a autossuficiência alimentar e energética. Eu tenho certeza que o Mar vai nos ajudar a responder essa questão", pontuou.

De acordo com o Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, a economia do mar é a economia do futuro, cujos investimentos precisam ser direcionados ao conhecimento e à inovação, por isso, a palavra-chave para se usar com o Ceará é cooperação. "Se há matéria em que temos muito a navegar é precisamente a economia azul", afirmou o Secretário. Conforme o gestor, "todos os estudos apontam que, nos próximos anos, os grandes investimentos vão ser feitos essencialmente nas energias renováveis oceânicas, onde estão projetados grandes avanços e desenvolvimento". 

Em sua apresentação, a Secretária Adjunta de Pesca do Governo Federal, Andrea Ribas, trouxe dados que convergem com a alta capacidade de desenvolvimento da economia azul no Ceará. Segundo ela, "o estado cearense como porta de entrada tem um papel de liderança brasileira relevante no aproveitamento da economia do mar, com as vantagens geográficas e de gestão que possui", ressaltou.

"Quem conhece e trabalha no setor de pesca sabe o valor que ela tem e, para isso, é preciso conhecer profundamente as nuances", disse a Presidente do Sindfrios, Elisa Gradvohl, ao cumprimentar a comitiva portuguesa na FIEC. Já o Representante da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Manuel Tarré, finalizou o primeiro momento agradecendo por toda a recepção dada ao grupo pela FIEC e ressaltou que a ideia é que  sejam unidas sinergias para que as barreiras comerciais de pescado sejam derrubadas entre os dois países.

Memorandos e homenagem

Ao fim da mesa redonda, foram assinados dois memorandos de entendimento bilaterais. O primeiro ocorreu entre a FIEC e a Inesc Tec com o objetivo de desenvolver projetos voltados para a tecnologia do mar; o segundo, foi entre a empresa portuguesa Gel Peixe Alimentos Congelados e a cearense Caix Pescados, cuja intenção é de formalizar a parceria comercial entre ambas as organizações.

Com o término da cerimônia, durante o almoço ocorrido na cobertura da Casa da Indústria, o Presidente Ricardo Cavalcante entregou placas com homenagens a três integrantes da comitiva portuguesa: Miguel Marques, por ser considerado Embaixador da indústria cearense na Europa e pela fundamental articulação em prol da Economia Azul; José Maria Costa, pelo relevante trabalho em prol do desenvolvimento da Economia Azul Luso-brasileira; e Manuel Tarré, pela parceria com a Federação, que tanto tem fortalecido a Economia Azul Luso-brasileira. 

Observatório da Indústria

Após o almoço, a comitiva portuguesa visitou o Observatório da Indústria com a intenção de entender como a instituição vem realizando suas atividades e compreender melhor a capacidade das energias renováveis do Ceará a partir da cadeia de hidrogênio verde (H2V) e das energias Solar e Eólica.

O Coordenador do Núcleo de Energia da FIEC, Joaquim Rolim, apresentou o potencial eólico e solar do Ceará, cuja capacidade é de 117 GW offshore. Ele lembrou que estão sendo desenvolvidos 18 projetos deste perfil que estão em processo de licenciamento ambiental; juntos, eles dispõem de uma capacidade de energia de 48,4 GW. "Aqui é um dos poucos lugares do mundo onde pode-se fazer a geração tanto eólica quanto solar de forma bastante positiva", explicou.

O Consultor de Energia da FIEC, Jurandir Picanço, ressaltou o potencial cearense na área do hidrogênio verde e a possibilidade de o estado aproveitar a necessidade de descarbonizar o setor de energia, que representa 72% das emissões de gases do efeito estufa. "As grandes vantagens do Ceará na produção do hidrogênio verde são o gigantesco potencial de energia renovável e sua complementaridade; o fato de estar na esquina do atlântico, ou seja, mais perto do mercado europeu e americano, além do Complexo Industrial e Portuário do Pecém", enumerou. Picanço lembrou ainda que já foram assinados 20 memorandos de entendimento entre empresas e o Governo do Estado para integrar a cadeia de H2V no Ceará.

Apresentando o Observatório da Indústria, Sampaio Filho, resumiu como se dão as atividades da entidade:  "O que o Observatório faz com muita precisão e zelo é pegar dados e informações, colocar inteligência artificial neles e gerar conhecimento para, a partir deste conhecimento, propiciar tomadas de decisão mais assertivas". Em seguida, o Gerente do Observatório, Guilherme Muchale, apresentou as atividades e o portfólio produzido ao longo dos anos de atuação.

Segundo Muchale, a economia do mar vem direcionando desde 2015 a atenção do Observatório e da FIEC. Especificamente para o grande setor, foram criados uma rota estratégica e um masterplan a fim de direcionar o caminho dos anos subsequentes. A partir desses estudos, surgiu o Rastum, que promove o rastreamento da cadeia do atum, impactando digitalmente os processos do pescador à comercialização de produtos.

A apresentação sobre o desenvolvimento dos negócios propiciados a partir da economia azul foi feita pela Analista de Prospectiva Estratégica do Observatório, Leila Andrade. Segundo ela, os impactos do Rastum vão desde o aumento na qualidade do pescado até o apoio à sustentabilidade da pesca do atum, contribuindo, desta forma, para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 (ODS 14), da ONU, que trata da proteção à vida marinha.

Por fim, fechando as apresentações no Observatório da Indústria, a Sub-Diretora Geral da Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) de Portugal, Susana Baptista, fez uma explanação sobre o que vem sendo feito pelo governo europeu no trato da economia marinha. Ela citou ações para digitalização da pesca, com informações que dão subsídios para a possibilidade de fiscalização dos pescados oriundos do mar português.

Rodada de negócios

No fim do dia, a FIEC promoveu ainda uma rodada de negócios com o objetivo de tecer parcerias entre as empresas portuguesas e cearenses que têm intenção de fortalecer vínculos no grande setor da economia azul. Participaram do momento representantes do Porto de Sines; das Docas do Ceará; do Sindpneus, do Grupo ETE; da Esmaltec; do Inesc Tec; e de duas empresas do setor pesqueiro.

        

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