15° Energia em Pauta é realizado na FIEC e aborda o Licenciamento Ambiental do Hidrogênio Verde no Ceará

O Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), com o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Sebrae Ceará), retomou, na última quinta-feira (31/03), o Energia em Pauta, com a 15ª edição do evento.

Com uma dinâmica mais moderna e interativa e tema bastante atual e relevante, o “Hidrogênio Verde no Ceará: Licenciamento Ambiental Descomplicado”, o evento trouxe uma discussão completa sobre a resolução de licenciamento ambiental para hidrogênio verde aprovada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Coema) em fevereiro, a primeira do país. A discussão foi transmitida ao vivo, direto do Observatório da Indústria da FIEC, para o público interessado, por meio do canal do Sindienergia no YouTube.

Para a importante discussão, o Sindienergia e o Sistema FIEC receberam grandes nomes do setor energético, ligados ao processo de licenciamento do Hidrogênio Verde. Como palestrantes, Laiz Hérida, CEO da HL Soluções Ambientais (que também fez a moderação do evento); Gustavo Silva, Diretor de Operações da Qair Brasil; Jurandir Picanço, Consultor de Energia da FIEC, e Carlos Alberto Mendes Júnior, Superintendente Estadual do Meio Ambiente (Semace).

Além disso, estiveram presentes no evento, o Presidente do Sindienergia, Luis Carlos Queiroz, membros da diretoria do sindicato; o Coordenador de Energia da FIEC e presidente da Câmara Setorial de Energias da ADECE, Joaquim Rolim; o Consultor de Energias Renováveis da Sedet/CE, Constantino Frate; o empresário do setor, Fernando Cirino, dentre outros.

O momento contou com uma abertura da CEO da HL Soluções Ambientais, Laiz Hérida, sobre o hidrogênio verde e a resolução nº. 03/2022, que dispõe sobre os procedimentos, critérios e parâmetros aplicáveis ao Licenciamento e Autorização Ambiental no âmbito da Semace para empreendimentos de produção de H2V para fins de geração de energia no Estado.

Em sua explanação, Laiz Hérida explicou que o processo de licenciamento existe para que os empreendimentos e eventos ocorram em harmonia com o meio físico, biológico e social. Ela falou um pouco dos diversos processos e parâmetros que, hoje, os projetos precisam atender para serem aprovados e iniciar operação, como licença prévia, protocolização, pagamento de taxa, levantamento de dados primários, audiência pública no local do empreendimento, aprovação junto ao Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema), atuação de órgãos intervenientes, dentre outros. Ela também destacou que hoje existe um arcabouço legal e o regulatório do Ceará está favorável ao desenvolvimento do setor, graças, em grande parte, ao trabalho da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semace).

Jurandir Picanço, por sua vez, destacou que a FIEC foi incluída na discussão do hidrogênio verde e, por se tratar de um tema muito novo, convidou especialistas e técnicos do setor de meio ambiente para apoiar o trabalho, o que, segundo ele, "foi decisivo e fundamental”. O Consultor de Energia da FIEC ressaltou ainda que o momento atual é de grande colaboração entre os setores para um bem maior. “Estamos vivenciando um momento de grande colaboração de todos os setores para um bem maior, que é o desenvolvimento da cadeia do hidrogênio verde. Desde a resolução inicial proposta ao conteúdo que foi aprovado, ocorreu um avanço muito grande, uma equalização dos interesses. Todo esse trabalho tem colocado o Ceará na dianteira desse processo, algo importantíssimo”, frisou Picanço.

Gustavo Silva, da Qair Brasil, destacou o trabalho que a empresa vem realizando desde o ano passado, com a assinatura do memorando com o Governo do Estado para instalação de planta de hidrogênio verde no Complexo do Pecém. A Qair foi uma das primeiras a apostar na nova fonte. Segundo Silva, o foco da empresa hoje é o hidrogênio verde. “Entretanto, entendemos que até o estabelecimento das regras para a licença e produção, precisaremos trabalhar com outras alternativas transitórias. Mas, o mercado, naturalmente, levará para o hidrogênio verde”, explicou. Outra dificuldade apontada por Silva é sobre o transporte do hidrogênio verde, tendo em vista que, a princípio, boa parte do material gerado será destinado à exportação. “Os desafios que temos hoje para o hidrogênio verde não são de produção apenas, mas de produção em larga escala, transporte e armazenamento. A tecnologia que vai permitir que seja feito o transporte dessa energia de um canto para o outro ainda está em construção”, frisou.
O diretor de Operações da Qair também compartilhou dados relevantes do cenário atual do setor. Segundo ele, 73% dos gases emitidos na atmosfera no último ano ainda foram oriundos do setor energético. E reforçou a necessidade urgente do desenvolvimento dessas novas fontes sustentáveis.

Por fim, o Superintendente da Semace, Carlos Alberto Mendes, destacou que a Superintendência vem se adaptando, cada dia mais, às novas necessidades do mercado, buscando um trabalho célere e efetivo. “Estamos preparados para receber os protocolos, os investidores podem ficar tranquilos quanto a isso. Já formamos uma equipe que está preparada para trabalhar a análise e emissão dos termos necessários. Compreendemos que o Ceará tem na sua frente uma oportunidade ímpar de transformar a sua realidade”, pontuou, referindo-se ao desenvolvimento do hidrogênio verde no estado. O trabalho da Semace foi bastante elogiado pelos empresários presentes na discussão.

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