Centro de Inovação do SESI Ceará e Observatório da Indústria realizam evento com ex-diretor da ANS

Nesta quinta-feira, 09/09, foi realizado o Painel de Especialistas, na Sala de Inteligência do Observatório da Indústria, na FIEC. O evento foi realizado pelo Centro de Inovação (CIS) do SESI Ceará, em parceria com o Observatório da Indústria. Na ocasião, o ex-diretor da Agência Nacional de Saúde (ANS), Rogério Scarabel, fez uma explanação sobre o cenário atual de saúde suplementar e os contratos coletivos empresariais.

O Painel de Especialistas foi um encontro estruturado que buscou a interação e participação de especialistas e industriais para discutir a estruturação do Projeto Saúde Suplementar para Indústria.

Também participaram do evento: Bruno Simões, Coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do CIS; Cláudio Patrício, Médico do Trabalho e pesquisador do SESI Ceará; Caroline Diniz, Enfermeira do trabalho e pesquisadora; Byanca Pinheiro, Coordenadora Técnica do Observatório da Indústria e especialistas interessados em soluções em saúde suplementar.

O evento foi aberto por Byanca Pinheiro, que apresentou a estrutura e o objetivo principal do Observatório. Após apresentação da técnica, Bruno Simões apresentou o Centro de Inovação do SESI Ceará, seus projetos, clientes e parceiros.

Em sua fala, Rogério Scarabel enfatizou que a saúde suplementar no Brasil se mostrou bastante resiliente e forte em tempos de pandemia, sendo um negócio de muita pungência e adesão. “Nesta semana, foi divulgado o número de vidas, e ele continua subindo, tem mais vidas do que no ano de 2016, por exemplo. São mais de um milhão e meio de vidas que aderiram à saúde suplementar. Isso mostra, não só a força do setor, mas a confiança da sociedade”, explicou Rogério.

O ex-diretor da ANS também ressaltou a importância de eventos como o Painel de Especialistas. “Este evento é fundamental. Eu confesso que fiquei até impressionado com os dados internos coletados, pela proposta de inovação do SESI Ceará. É de suma importância você ter informação, pois é isso o que moverá as tomadas de decisões mais adequadas”.

Em sua palestra, Rogério mostrou diversos números, dados econômicos, investimentos em saúde suplementar, informações sobre usuários dos planos e seus perfis, taxas utilizadas atualmente no mercado e como as empresas que lidam com planos de saúde administram suas estratégias.

Após a palestra do especialista, rodas de conversas foram criadas para que os convidados pudessem expor suas necessidades “O CIS e o Observatório da Indústria chamaram colaboradores de pequenas, médias e grandes indústrias cearenses com o objetivo de fornecer aos participantes uma experiência de imersão na temática de Saúde Suplementar e estimular a identificação dos principais desafios na negociação com as operadoras de saúde e manter o benefício para os trabalhadores”, disse Caroline Diniz.

Ainda de acordo com a enfermeira do trabalho e pesquisadora, essas informações permitirão validar uma solução proposta em fase de protótipo e, ainda, novas resoluções em Saúde Suplementar para que o SESI Ceará se torne um mediador dentro da cadeia para os interesses da indústria.

Projeto Saúde Suplementar para Indústria

O CIS está desenvolvendo uma solução que busca atender empresas de pequeno, médio e grande portes que ofereçam o benefício do plano de saúde para seus empregados com o objetivo de fornecer insumos para que a gestão em saúde suplementar seja otimizada.

Essa metodologia envolve troca de conhecimento, orientação e profundidade no tema com os responsáveis pelos contratos nas empresas.  “Além disso, por meio de análise de dados de utilização e perfil dos beneficiários, o CIS cria estratégias junto com a empresa para que estas possam reduzir riscos em saúde do trabalhador e diretamente reduzir despesas relacionadas a saúde suplementar”, aponta Caroline Diniz.

O projeto está em fase de testes e validações que acontecerão com a realização do Painel de Especialistas. A etapa seguinte será implantar, de forma gratuita, um piloto em alguma empresa da indústria local. Essa fase leva de três a quatro meses para a apresentação personalizada da solução.

Setor
De acordo com dados do Painel da ANS, até maio de 2021, o Brasil contava com 48,14 milhões de beneficiários em planos de saúde médico-hospitalares. Os planos coletivos, empresariais ou por adesão, somam 80% dos usuários, por isso grande parcela dos custos em saúde é paga pelo setor privado. Este ano, algumas empresas já começaram a receber, em seus contratos por adesão, reajustes na casa dos 16%.

Uma problemática inerente ao setor é que o reajuste dos planos coletivos não é regulado pela ANS. Há uma premissa de que as empresas têm o poder de negociação com as operadoras, porém, isso não acontece na prática. Sem a transparência, sobre dados de utilização, despesas, rol de procedimentos e incorporação de tecnologias, não existem regras específicas para os reajustes praticados.

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