12ª edição do Energia em Pauta aborda “A crise hídrica e as medidas para evitar o racionamento”

O Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará – Sindienergia-CE e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) realizaram, nesta quinta-feira, 01/07, a 12ª edição do Energia em Pauta. O tema do encontro, mediado pelo Consultor da FIEC e Presidente da CSRenováveis/CE, Jurandir Picanço, foi “A crise hídrica e as medidas para evitar o racionamento”.

Como palestrante, o evento trouxe o Diretor de Operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Sinval Gaidan Gama, que destrinchou o tema junto com outros especialistas do setor: Joaquim Rolim, Coordenador de Energia da FIEC, membro do Conselho de Consumidores de Energia do Ceará – CONERGE e Diretor Técnico e Conselheiro da ABGD; João Henrique Franklin, Diretor de Operação da CHESF, Presidente do Conselho Diretor da ABRATE, Vice-presidente da ABRAGE e membro do Conselho de Administração da ONS; e Luiz Eduardo Barbosa, Diretor de Geração Centralizada do Sindienergia-CE e Vice-presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará. Participaram, de forma virtual, acompanhando a discussão, empresários, profissionais da área, estudantes e demais interessados no assunto.

Em sua fala, Sinval Gaidan explicou que, de 2001 para 2021, o Brasil teve um grande aumento de linhas de transmissão - passando de 70.034 km para 164.843 km -, interconectando os sistemas e regiões brasileiras. Ele ressaltou que houve um avanço relevante nesses últimos 20 anos, promovendo uma grande conexão do sistema elétrico brasileiro, bem como aumentando de forma significativa a diversidade da matriz energética, apesar das hidrelétricas ainda serem predominantes na geração de energia (respondem por 60%). De acordo com ele, o motivo da crise atual são as sucessivas crises hídricas que o país tem vivenciado, com baixos volumes de chuvas, em especial no Sudeste brasileiro, onde se concentra a maioria das hidrelétricas.

João Henrique Franklin destacou que a situação atual do sistema energético poderia ser pior, não fosse a contribuição das fontes renováveis de energia. Ele destacou que a eólica, por exemplo, já responde por 10% da matriz energética atual do país. Mas reforçou que esse percentual ainda está muito aquém do potencial do país. Para finalizar, ressaltou que será necessário um monitoramento contínuo e acompanhamento da demanda de energia para o país sair da situação atual, bem como uma gestão otimizada dos reservatórios e maior utilização das termelétricas, como já vem ocorrendo.

Luís Eduardo Barbosa lembrou, em sua explanação, que o regime de chuvas tem mudado de forma significativa nos últimos 20 anos. No Ceará, já são sete anos de seca. E, segundo ele, esse é um problema que deve permanecer na pauta do setor daqui para frente, pois não há previsão de aumento significativo no volume de chuvas. Ele ressaltou ainda que o uso das termelétricas nesse momento entra como solução, mas encarece bastante o valor da energia, o que impacta a economia e aumenta a inflação. Para ele, a maior utilização da Geração Distribuída (geração de energia pelo próprio consumidor por meio de placas solares fotovoltaicas, por exemplo) fará toda a diferença na Geração Centralizada. “Essa atenção e incentivo precisam ser dados. É um caminho sem volta”, analisou.

Já o Coordenador do núcleo de energia da FIEC, Joaquim Rolim, falou sobre possíveis soluções para amenizar o problema energético brasileiro. Apontou, por exemplo, a necessidade de contratar leilões de reserva de energia eólica e solar, o que não ocorre há três anos. Além disso, reforçou a necessidade de incentivar o consumidor a reduzir o consumo de energia – em especial, nesse momento, bem como estimular a Geração Distribuída.

 

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