FIEC entrega 250 capacetes de respiração assistida ‘Elmo’ ao Governo do Ceará

Em solenidade realizada nesta sexta-feira (18/12) no Palácio da Abolição, e transmitida pelas redes sociais, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Estado (FIEC), Ricardo Cavalcante, entregou oficialmente ao governador Camilo Santana 250 unidades do capacete de respiração assistida Elmo para utilização na rede pública estadual. Participaram da entrega o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Ceará), Paulo André Holanda, o secretário da Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, e o superintendente da Escola de Saúde Pública do Ceará, Marcelo Alcântara.

O governador Camilo Santana iniciou a solenidade apresentando o Elmo, 100% made in Ceará, e explicou que ele foi idealizado logo no início da pandemia com a ideia de minimizar a necessidade de internações de pacientes com Covid-19 nas UTIs. Graças a uma força-tarefa envolvendo indústria, governo e academia, o capacete foi produzido em tempo recorde e já obteve aprovação da Anvisa para produção em escala industrial.

Camilo ressaltou a importância dessa parceria para a concretização do projeto e afirmou estar muito feliz de o Ceará protagonizar uma iniciativa que servirá de modelo para todo o país. “Este foi um ano desafiador por conta da pandemia. Mas todas as instituições se uniram. Setor produtivo, científico, academia e profissionais de saúde, a quem parabenizo sempre pelo trabalho na linha de frente”, disse o governador. “Isso é fruto dessa parceria importante. Aqui apresentamos um case, resultado dessa parceria”, destacou. 

O presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, também ressaltou o valor da união da tríade governo, setor produtivo e academia, e lembrou que 100 capacetes já estão em utilização em diversas unidades de saúde no Ceará, evitando a intubação dos pacientes com Covid-19. Segundo ele, desde o desenho do equipamento até a validação clínica do Elmo, tudo foi feito em tempo recorde graças ao esforço coletivo de todas as instituições envolvidas. Ricardo Cavalcante considera que o Elmo é a prova de que o Sistema Indústria tem um papel social de grande relevância para o Brasil e o Ceará. “O Sistema Indústria não cuida só do colaborador da indústria e de seus dependentes, mas de todos os cearenses. Para nós é motivo de muito orgulho fazer essa doação ao governo”, declarou o presidente da FIEC. Ricardo Cavalcante acrescentou que os capacetes estão sendo produzidos pela Esmaltec, do Grupo Edson Queiroz, e a patente do dispositivo foi registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em julho.

Do total de equipamentos doados ao Governo do Estado, 200 serão destinados a hospitais públicos e 50 para a Escola de Saúde Pública (ESP). A rede privada de saúde recebeu 100 unidades do Elmo nesta sexta-feira e, a partir de segunda-feira (21/12), a Esmaltec irá produzir 50 unidades do dispositivo por dia. “Esse equipamento pode ser usado por quem tem outros problemas respiratórios, não é só para Covid-19. Ele veio para resolver muitos problemas e daqui a pouco será comercializado para todo o Brasil, e até exportado para outros países”, avalia o presidente.

Dr. Cabeto considera que o Elmo carrega uma simbologia especial e ressalta o fato de o governo cearense acreditar e pautar toda a sua conduta na ciência. “Aqui temos uma prova cabal que a ciência pode e contribui para o benefício das pessoas”. O segundo ponto importante apresentado por Cabeto diz respeito ao case apresentado pelo governador. “Para quem vive na ciência, um dos grandes desafios do desenvolvimento é transpor o conhecimento científico para a produção industrial. É isso o que acontece aqui. É um case que merece ser ressaltado e é exemplo para outras instituições”. Para além de resolver o problema das pessoas, isso é um marco na transição da forma de produção do conhecimento”.

O superintendente da ESP, por sua vez, classificou esta etapa como uma das principais no enfrentamento à pandemia de Covid-19. “Como médico e professor, para mim é muito importante ver que o Estado se tornou bastante sensível à situação de saúde, trazendo a ciência aplicada à solução dos problemas mais importantes da população”, disse.

O dispositivo, explicou o superintendente, passou por estudos clínicos no Hospital Leonardo da Vinci e apresentou resultados muitos bons e que já estão sendo preparados para publicação em renomadas revistas científicas. “O Elmo vem ajudar a evitar a necessidade da intubação. Em abril, o grande dilema do país era a falta de UTIs e de respiradores. O Elmo foi desenhado para não precisar de respirador e nem de leito de UTI. Pode ser usado fora do leito de UTI porque não precisa sequer de energia elétrica, apenas de uma fonte de gás”, disse Marcelo Alcantara, responsável por explicar como funciona o capacete de respiração.

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O Elmo é fruto de uma iniciativa conjunta entre a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Ceará);  Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP) e da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap); da Universidade de Fortaleza (Unifor); e da Universidade Federal do Ceará (UFC). O capacete Elmo também contou com o apoio da Esmaltec e Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).

O Elmo é um dispositivo que permite ofertar oxigênio a uma pressão definida, ao redor da face, ao ser acomodado ao pescoço do paciente. A pessoa em tratamento respira com auxílio da pressurização e oferta de oxigênio. Desse modo, o sistema permite a melhoria na respiração e descarta a necessidade de intubação.

Um de seus diferenciais é o baixo custo, que garante facilidade de produção em larga escala. O modelo segue um tipo adotado em países da Europa, como a Itália, que teve bons resultados, com redução da necessidade de aparelhos de ventilação mecânica. O equipamento pode ainda ser desinfectado e reutilizado. O capacete prevê a utilização de um mecanismo de respiração artificial não-invasivo, sem necessidade de o paciente ser intubado, com maior segurança também para os profissionais de saúde.

O capacete é capaz de reduzir a necessidade de respiradores pulmonares artificiais pois trata-se de uma oxigenoterapia do paciente que inala oxigênio puro e não re-inala o CO2 produzido, que tampouco é expelido no ambiente, evitando a contaminação dos demais.

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