SENAI e grandes indústrias se unem para fazer manutenção de respiradores mecânicos

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e dez grandes indústrias se uniram para realizar a manutenção de respiradores mecânicos que estão sem uso, a fim de ajudar no tratamento de pacientes com covid-19. A rede voluntária conta com 25 pontos para receber os equipamentos, dos quais dez são unidades do SENAI e 15 estão em plantas das seguintes empresas: ArcelorMittal, Fiat Chrysler Automóveis (FCA), Ford, General Motors, Honda, Jaguar Land Rover, Renault, Scania, Toyota e Vale.

O SENAI Ceará faz parte da rede. Docentes e especialistas estão à disposição para trabalhar nas manutenções, e duas salas de aula, com condições higiências e de isolamento, foram preparadas para o trabalho na unidade SENAI Jacarecanga.

Os pontos da Iniciativa + Manutenção de Respiradores estão em 12 estados, além do Ceará: Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte , Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

“O SENAI tem enorme satisfação de coordenar esse grupo de empresas, estruturando toda uma rede de serviços para ampliar a capacidade de manutenção dos ventiladores pulmonares”, afirma o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi. “Esta é uma agenda extremamente importante dado o cronograma crítico da covid-19 e a necessidade determinante de ter o maior número de equipamentos com prontidão, em funcionamento”, completa.

No momento, mais de 3.6 mil ventiladores pulmonares estão fora de operação no Brasil, seja porque foram descartados ou têm necessidade de manutenção, de acordo com a LifesHub Analytics e a Associação Catarinense de Medicina (ACM). Segundo os dados, existem 65.235 desses equipamentos no país, sendo 17.837 na rede privada e 47.398 no Sistema Único de Saúde (SUS).

Os respiradores mecânicos são essenciais no tratamento de doentes que apresentam sintomas graves da covid-19, pois a Síndrome Respiratória Aguda Grave é um dos efeitos mais sérios da doença. A estimativa é que cada ventilador recuperado poderá atender até dez pessoas.

SENAI também busca aumentar oferta de equipamentos no país

Além da manutenção, o departamento nacional do SENAI tem iniciativa para ampliar a oferta do número de ventiladores pulmonares. Um dos caminhos é aumentar a produção nacional. Foram identificados dois fabricantes, que manifestaram interesse em ampliar a produção, mas relatam obstáculos como a dificuldade na aquisição de componentes. Há uma iniciativa para fortalecer a cadeia de fornecedores e oferecer os componentes necessários. Outros fabricantes estão sendo identificados e contactados para que o SENAI possa ajudá-los a superar as barreiras existentes e elevar a produção no Brasil.

A rede do SENAI de Inovação e de Tecnologia trabalha ainda para desenvolver produtos inovadores que ajudem a suprir a carência de equipamentos. Por meio do Edital de Inovação para a Indústria, foi selecionado projeto da empresa Aredes Equipamentos Hospitalares, com apoio do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura (SC), que vai adaptar ventiladores pulmonares da área veterinária para uso humano. O equipamento em versão simplificada poderia ser utilizado por pacientes na fase inicial, evitando o agravamento da doença. O ventilador será projetado, fabricado e testado na rede do SENAI. Após a homologação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a expectativa é de produção de mil unidades por mês.

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