Futuro de profissionais de Construção e de Minerais Não Metálicos é discutido na FIEC

O Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) coordenou nesta terça-feira (18/2) o painel de especialistas do projeto "Perfis Profissionais para o Futuro da Indústria Cearense" relativo aos setores de Construção e de Minerais Não Metálicos. O evento reuniu representantes da academia, do setor produtivo, do terceiro setor e do governo.

O objetivo do encontro é induzir a oferta de perfis profissionais que tragam novas perspectivas ao desenvolvimento industrial e ao progresso da sociedade, identificando as competências que serão demandadas por organizações industriais e pela sociedade, e incitar a antecipação da oferta de formação desses perfis.

Para o Observatório da Indústria da FIEC, perfil profissional é o conjunto de capacidades técnicas que os indivíduos deverão possuir para realizar atividades atualmente inexistentes ou embrionárias. 

O presidente do Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Estado do Ceará (Simagran), Carlos Rubens, enalteceu a iniciativa: "Vamos aproveitar esta oportunidade para planejar", disse.

Águeda Muniz, titular da Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza, reforçou a importância do painel: "É muito importante o setor público, enquanto agente de transformação e de regulação, estar envolvido numa tarefa tão importante que é a definição de perfis profissionais para o fututo da indústrias. As nossas esperanças precisam ser renovadas".

Já Marcelo Correia Lima, diretor do Sindicato das Construtoras do Estado do Ceará (Sinduscon), espera que a iniciativa renda bons frutos. "O maior fruto que eu vejo é a união a favor do crescimento. Estamos vivendo um momento de repensar o Brasil".

O encontro contou com a apresentação de um estudo sobre ofertas de formação profissional no Ceará. A equipe do Observatório da Indústria também indicou tendências que devem, nos próximos anos, impactar fortemente os setores abordados, como nanotecnologia aplicada, smart construction, mineração submarina e energias offshore. 

Como resultado, o Sistema FIEC, em conjunto com os sindicatos patronais, espera articular com os órgãos formadores de mão de obra uma adequação e uma antecipação da oferta educacional. "Desta maneira, quando o Brasil voltar a crescer, não teremos um novo apagão de mão de obra como acontece cotidianamente quando o Brasil tem crescimento de 2 a 3 anos acima de 5%. A ideia é que o Ceará possa se diferenciar, fazendo essa antecipação e pensando proativamente nesse trabalho", esclareceu Guilherme Muchale, gerente do Observatório da Indústria da FIEC.

Saiba mais

A partir de um estudo de tendências sociais e tecnológicas identificadas especificamente para o setor, foi feita uma proposta de perfis profissionais relacionados a essas tendências. No painel, os especialistas foram direcionados a utilizar de inteligência coletiva para, por meio de perguntas e reflexões, definir consensualmente uma lista mais refinada de perfis para os setores.

A ideia é que esses perfis profissionais elencados apontem conjuntos de competências complementares e afins que o profissional do futuro deverá possuir para realizar atividades atualmente inexistentes, embrionárias ou deficitárias. Posteriormente, alinhando ciclos de entrevistas e estudos de base, será produzida uma publicação com os perfis identificados e suas respectivas tendências para os setores de Construção e de Minerais Não Metálicos.

Setores

O alicerce da iniciativa foi construído no ano de 2014, com o projeto Setores Portadores de Futuro para o Ceará, que contou com a participação de 250 representantes do governo, academia, terceiro setor e iniciativa privada, em sete painéis de especialistas regionais que identificaram setores e áreas indutores de desenvolvimento, tendo em vista as especificidades das sete mesorregiões do Estado, resultando em uma tríade com setores e áreas de importância regional, transversais e estratégicos para todo o Ceará.

O Setor de Construção foi considerado estratégico pela sua relevância social e econômica, uma vez que o mesmo é responsável por parte expressiva dos empregos formais do setor industrial cearense e importante vetor de desenvolvimento, tendo em vista a necessidade de redução dos déficits habitacionais do Estado e de melhoria da infraestrutura ofertada ao setor produtivo. Parte integrante da cadeia produtiva do Setor de Construção, o Setor de Minerais Não Metálicos também foi destacado como estratégico pela importância do maior aproveitamento do potencial mineral do Estado e por sua vocação exportadora.

(85) 3421.5916 / Av. Barão de Studart, 1980, Aldeota - Fortaleza-CE
© Todos os direitos reservados ao NUMA