Entrar na indústria 4.0 pode ser rápido e barato, mostra workshop

O termo Indústria 4.0 tem ganhado espaço em debates sobre mudanças na rotina das indústrias, anunciando um novo tempo para empresas das mais diversas áreas. O assunto foi tema do Workshop Desvendar 4.0, realizado na noite de ontem (12/9), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

Com a 4ª Revolução Industrial e a inserção de novas tecnologias nas linhas de produção, a informação passa a ser o elemento mais valoroso na busca por produtividade e eficiência. A partir da leitura de dados, os próprios equipamentos passam a ser capazes de tomar decisões, a fim de otimizar a produção, monitorando-a e gerenciando-a através de indicadores, e corrigindo possíveis inconformidades sem a intervenção humana. 

Segundo Pablo Padilha, gerente de inovação do Sistema FIEC, a boa notícia é que, hoje, as tecnologias digitais são acessíveis a empresas de todos os portes, com baixo investimento e podem trazer ganhos relevantes. “O ouro não é mais o petróleo, são os dados.  Há cinco anos atrás esses equipamentos eram caros, mas hoje são acessíveis até para os pequenos empresários”, esclareceu.

Durante o evento, empresários que participam do programa Indústria Mais Avançada, realizado pelo SENAI, contaram como tem sido a experiência de inserção na indústria 4.0. “Não podemos melhorar nada que a gente não merça. Precisamos medir e, assim, criar parâmetros para aquilo a que nos propomos a fazer em termos de performance. Os números, quando vistos em uma tela, ganham outra conotação”, afirmou Rogério, representante da empresa Ervalima.

O programa realiza pilotos com 56 pequenas e médias empresas em todos os estados brasileiros a fim de oferecer soluções em digitalização. O objetivo da experiência é refinar um método de baixo custo, alto impacto e de rápida implementação.

Indústrias interessadas em iniciar a digitalização de seus processos podem procurar o SENAI e pedir um diagnóstico. “Os nossos técnicos estão prontos para verificar por onde cada empresário pode começar”, motivou Pablo Padilha.

GUIA DE DIGITALIZAÇÃO – O SENAI também lança um guia com cinco passos que as pequenas e médias empresas devem seguir para se inserir na indústria 4.0. A recomendação é que, em primeiro lugar, os empresários organizem seu sistema produtivo para reduzir desperdícios, por meio de ferramentas como o lean manufacturing. A técnica foi implantada pelo SENAI em empresas atendidas no programa Brasil Mais Produtivo com aumento médio de produtividade de 52%.

Em seguida, a orientação é instalar sensores nas principais linhas de produção e capacitar funcionários para analisar as informações geradas pelos equipamentos. Profissionais qualificados é o ponto-chave para as empresas que vão adotar tecnologias digitais. Eles serão responsáveis, por exemplo, por tomar decisões estratégicas a partir das informações geradas. O SENAI inciou neste ano a oferta de 11 cursos de aperfeiçoamento para capacitar os profissionais que vão trabalhar com tecnologias da indústria 4.0.

Os próximos estágios recomendados pelo guia são tornar visíveis em nuvem os dados produzidos pelos sensores e integrá-los aos indicadores da empresa; introduzir tecnologias como big data e inteligência artificial e utilizar esses recursos para responder de forma rápida e flexível às demandas dos clientes.

A digitalização, um dos primeiros degraus para inserção na indústria 4.0, ajuda as empresas a conhecerem melhor seu chão de fábrica e a conseguirem se antecipar a eventos como quebras de máquinas, que afetam a eficiência do processo produtivo. Estudos da consultoria McKinsey apontam, por exemplo, que os ganhos em produtividade com uso de novas tecnologias digitais podem chegar a 26%.

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