Câmara Setorial de Inovação em Saúde conhece linhas de atuação da Fiocruz

A Câmara Setorial de Inovação em Saúde da Adece (CSSAÚDE), presidida pelo presidente do Sindiquímica/CE, Marcos Ferreira Soares, realizou no dia 1/8, no polo de saúde do Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza, um encontro para conhecer as instalações da Fiocruz no Ceará. Na ocasião, o ex-presidente da Fiocruz e atual coordenador geral da agenda 2030, Paulo Gadelha, fez uma apresentação sobre as linhas de atuação da empresa. Durante o encontro ainda, a superintendente do SESI Ceará, Veridiana Grotti; e o diretor regional do SENAI Ceará, Paulo André Holanda, mostraram as ações das duas instituições no campo da inovação e saúde.

Com investimento de R$ 180 milhões, o parque da Fiocruz é o primeiro do Brasil a integrar projetos de inovação tecnológica na produção de medicamentos, insumos e diagnósticos, para atender da saúde básica à medicina de alta complexidade. Ao lado, a Fiocruz/Bio-Manguinhos constrói uma unidade para a produção de vacinas. O empreendimento coloca o Ceará no centro dos avanços em saúde pública no Brasil, sendo um divisor de águas para o Estado e um marco importante.

Para a concretização dessa obra o Estado construiu os quase 14 quilômetros da CE-010 que levam até o local da rodovia até a sede da Fiocruz, com mais de R$ 125 milhões investidos. Para além das unidades da Fiocruz e da Bio-Manguinhos, três empresas já assinaram protocolos para a instalação de equipamentos no PITS, via Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE) e Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece). Incentivos são concedidos pelo Estado para as indústrias.

A Fiocruz vai usar matérias-primas do bioma nordestino para desenvolver produtos inovadores. A unidade de Bio-Manguinhos estará dedicada à produção de vacinas e outros biofármacos a partir de plataformas vegetais, sendo a primeira unidade deste gênero na Fiocruz. Uma linha de ação é a produção de um biofármaco, a partir de células de cenoura e tabaco, para tratamento da doença de Gaucher (doença genética rara que causa aumento do baço e do fígado).

A área de doenças degenerativas é outra que está na mira da Fiocruz para futuras pesquisas na unidade. A expectativa é atrair outros empreendimentos e parcerias na área acadêmica e empresarial, incluindo startups. A sede do Ceará terá um prédio para ensino, com capacidade para 560 alunos, e outro para pesquisas, com 15 laboratórios.

Histórico

O projeto da sede no Ceará foi idealizado há mais de uma década, a partir de uma visão da ciência, tecnologia e inovação como pilares fundamentais para a redução das desigualdades regionais do País. A criação da unidade se deu por meio de esforços em conjunto da Fiocruz, do Governos do Ceará e do município de Eusébio, além de universidades cearenses. A iniciativa tem como objetivo produzir novas abordagens, alternativas e inovações que favoreçam a consolidação do SUS e, em consequência, promovam inclusão social e fortalecimento da democracia.

A história da Fiocruz começou em 25 de maio de 1900, com a criação do Instituto Soroterápico Federal, na Fazenda de Manguinhos, Zona Norte do Rio de Janeiro, originalmente para fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica. Desde então sua trajetória se confunde com o próprio desenvolvimento da saúde pública no país. Através do bacteriologista Oswaldo Cruz, o Instituto Soroterápico Federal foi responsável pela reforma sanitária que erradicou a epidemia de peste bubônica e a febre amarela da cidade. A extensa contribuição da instituição ao ensino e a pesquisa nos leva em 2007 a ultrapassar a marca histórica de 3,3 mil teses de mestrado e doutorado.

Principais produtos desenvolvidos:

Vacinas bacterianas
- Meningite A e C e pneumocócica

Vacinas virais
- Febre amarela
- Poliomielite
- Rotavírus
- Tríplice viral

Ensaios sorológicos
- Leishmaniose Canina e humana
- Doença de Chagas

  

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