REVISTA DA FIEC - SESI desenvolve tecnologia para medir retorno de investimento em saúde e segurança

                                                                                                   

É comum utilizar a expressão "prevenir é melhor que remediar" para situações diversas do dia a dia. Para colocar essa premissa em prática, o Centro de Inovaçãoem Economia para a Saúde e Segurança (CIS), liderado pelo SESI Ceará, desenvolveu uma tecnologia inovadora que deve mudar a forma como empresas do Brasil inteiro se relacionam com a saúde de seus colaboradores: a Ferramenta SESI de Cálculo do Retorno sobre o Investimento.

                                                                                                  

O produto foi lançado, oficialmente, durante o evento SESI Health Summit, realizado nos dias 22 e 23 de março, em Fortaleza. A programação reuniu executivos de renomadas empresas brasileiras e especialistas em Saúde e Segurança do Trabalho; e foi aberta pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Beto Studart. "Estou muito orgulhoso de estar aqui hoje, no lançamento oficial do nosso Centro de Inovação, cujo trabalho é melhorar os resultados operacionais da indústria brasileira, quebrando o paradigma de que saúde é custo e comprovando que é investimento", destacou em sua fala.

O encontro contou com a presença do PhD Ron Goetzel, Cientista Sênior e Diretor do Instituto de Estudos da Saúde e Produtividade da Johns Hopkins University - instituição parceira do SESI Ceará na elaboração do novo produto. “O benefício para a indústria brasileira é que as empresas terão uma motivação e um incentivo financeiro para investir em saúde e bem-estar. Não olhando para os trabalhadores apenas como algo que elas têm que pagar, substituível, mas como algo em que se deve investir. Se elas gostarem do trabalho, elas farão mais por você, como colaborador. Então, nós fizemos uma série de análises econômicas, olhamos para o retorno dos investimentos e chegamos ao produto”, informou Goetzel.

Nacionalmente, oito Centros de Inovação foram criados para dar respostas a demandas do setor industrial brasileiro, tendo a inovação como o grande diferencial. A iniciativa é tida como estratégica para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), conforme explicou o Gerente Executivo de Saúde e Segurança na Indústria do departamento nacional do SESI, Emmanuel Lacerda: “Em primeiro lugar, quando se estabelece qualquer estratégia, temos que ouvir as empresas, quais são suas necessidades e principais gargalos, para que possamos apresentar soluções. Há cerca de 2 anos, fizemos uma pesquisa e identificamos oito principais demandas, e o Ceará assumiu o desafio de encontrar uma forma de calcular o retorno dos investimentos das empresas em Saúde e Segurança. O desafio foi cumprido e agora precisamos que ele seja escalado e aplicado nacionalmente”.

ENTENDA MELHOR
Hoje, a maioria das organizações concentra seus cuidados com a saúde dos colaboradores no fornecimento de um plano de saúde como benefício. O investimento é tanto que cerca de 60% dos custos com a saúde suplementar nacional é pago pela iniciativa privada.

O problema é que os valores pesam no bolso dos empresários. Segundo uma pesquisa da Consultoria em Saúde e Benefícios Aon, para 25% das corporações estudadas, os custos de assistência médica podem chegar de 10,1% a 20% do total gasto com os colaboradores, fora o salário.

O custo fica ainda maior porque, anualmente, os planos de saúde passam por aumentos significativos em suas mensalidades. Para chegar ao valor do reajuste, as operadoras levam em consideração fatores como a sinistralidade: quanto mais os usuários acessam o plano, maior é o reajuste no ano seguinte.

Assim, atuar na prevenção dos fatores de risco de saúde que podem ser modificados com um melhor comportamento - como obesidade, tabagismo, depressão, hipertensão e alcoolismo – parece a solução indicada para dirimir o volume das contas. Para tanto, é necessário que empresários enxerguem saúde como investimento e não custo, criando ações direcionadas e assertivas para o seu público e colaboradores. Mas como calcular o retorno dessas ações?
Atualmente, algumas indústrias já investem em programas de qualidade de vida, mas não conseguem dimensionar o impacto real desses investimentos. Por exemplo, quanto uma indústria ganha ao implementar um programa de redução do sedentarismo entre seus colaboradores? Hoje, não é possível ter números concretos desse impacto.

É aí que entra a Ferramenta SESI de Cálculo do Retorno sobre o Investimento, desenvolvida pelo Centro de Inovação em Economia para a Saúde e Segurança do SESI Ceará. Trata-se de uma tecnologia capaz de mensurar o retorno sobre o investimento em produtividade e economia em assistência médica. Assim, a empresa do exemplo citado conseguiria dimensionar quanto dinheiro ela economizou com a sua ação de redução do sedentarismo. No momento em que ela retira aqueles trabalhadores sedentários do grupo de risco, ou seja, sujeitos a faltas e ao uso frequente do plano de saúde, ela ganha em diminuição de custos e produtividade.

                                                                                                        

A análise da sinistralidade do plano de saúde é feita com a ferramenta, que consegue ter um mapeamento da saúde dos colaboradores das empresas. A partir desses cálculos, é possível direcionar os investimentos em saúde das empresas, estratificando-os por riscos e custos. Por exemplo, se uma empresa identifica uma grande quantidade de colaboradores indo a ortopedistas e fisioterapeutas por conta de problemas na coluna, ela poderá criar um programa de saúde direcionado para essa questão, o que deve diminuir a sinistralidade do plano e diminuir os índices de absenteísmo. A ferramenta será capaz de apontar, ainda, o retorno desse investimento em valores, para que os empresários consigam visualizar o resultado das ações.

Para o Gerente de Saúde e Segurança na Indústria da Renault Brasil, Paulo Zétola, um dos palestrantes do SESI Health Summit, as soluções desenvolvidas são fundamentais. “Eu não conseguiria manter os programas se eles não representassem um retorno financeiro para as empresas. O SESI fez uma reviravolta, se tornou um sistema de referência para todas as empresas com prestação de serviços de qualidade, trazendo ferramentas que, até então, nós não tínhamos. As soluções que estão sendo desenvolvidas são fundamentais, principalmente para nos ajudar com a rentabilidade destes programas”, apontou.

Outro palestrante, o médico do trabalho de Global Health Services da Johnson&Johnson do Brasil, Carlos Dias, apresentou o projeto “Bem Leve”. A iniciativa estimulou a redução do sedentarismo entre um grupo de colaboradores obesos da empresa. O retorno de investimento deste projeto está sendo verificado pelo SESI Ceará, em uma das primeiras parcerias do Centro de Inovação SESI em Economia para Saúde e Segurança. “Em breve saberemos o retorno que o Bem Leve trouxe, mas os números parciais são excelentes. Eu estou indicando o SESI para todo mundo”, afirmou Dias.

COMO É FEITO HOJE?
A maioria das empresas ou consultorias trabalha resolvendo os problemas de custos pensando apenas em mudar contratos com operadoras de saúde. A metodologia do CIS orienta a empresa a melhorar a saúde das pessoas e, consequentemente, melhorar a produtividade e a redução dos custos com saúde.

                                                                                                      

COMO ACONTECERÁ O SERVIÇO?
O CIS desenvolveu dois produtos para atendar a demanda das indústrias brasileiras sobre custos com saúde e segurança: a Ferramenta SESI de Cálculo do Retorno sobre o Investimento e o Workshop para Líderes: o impacto na gestão dos custos em saúde e segurança.

O Workshop para Líderes é um momento para desenvolver competências de líderes de empresas quanto à gestão dos investimentos em saúde e segurança. Este produto objetiva proporcionar uma mudança de mindset, uma quebra de paradigma, quanto aos investimentos em saúde e segurança, apresentando o impacto negativo desses temas nos custos de saúde na empresa quando não são bem geridos, além de mostrar a importância da elevação dos indicadores de SST a um nível estratégico. Muitos gestores enxergam saúde e segurança como obrigação, sem entrar no mérito de como os gastos são feitos e como podem ser otimizados. O empresário sabe quanto a empresa dele perde em produtividade toda vez que um trabalhador adoece? E como os programas de qualidade de vida implantados estão atuando nessas questões?

O Workshop para Líderes conta com uma metodologia inovadora, desenvolvida em parceria com a National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) e Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional (FIOH), utilizando ferramentas de imersão e aprendizado coparticipativo, como o Desigh Thinking e o OMNI Learning.

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