[Discurso] Jorge Parente Frota Júnior

DISCURSO DO PRESIDENTE DA FIEC, DR. JORGE PARENTE, POR OCASIÃO DA ENTREGA DO “TROFÉU CIDADANIA” AO EMPRESÁRIO DEUSMAR QUEIROZ.
FORTALEZA 20.12.2001

Boa noite a todos.
Eu vou dispensar de citar as autoridades da mesa, porque a mesa acabou de ser formada, eu queria só citar a todos na pessoa do Deusmar Queiroz, nosso homenageado da noite e queria saudar todos os demais diretores da FIEC, na pessoa do Doutor José Flávio Costa Lima, os ex-presidentes de sindicato, na pessoa do Hélio e as mulheres todas presentes, na pessoa da Luciana Colares, a nova Coordenadora da AJE, que vai dirigir a AJE no asno que vem. Minhas senhoras e meus senhores, eu queria, antes de tudo, dizer que esses cantos do Coral da FIEC, dirigidos pela maestrina Miriam Carlos, já dizem tudo de uma mensagem de Natal. Então eu acho que o Natal é um momento onde nós procuramos nos solidarizar, através de uma maior compreensão, de um maior entrosamento, harmonia, doação, a pessoa que procura se dar mais, mais amor, fraternidade, mas acima de tudo, paz, paz, que o mundo está precisando de paz, nós, que não queríamos mais guerra, com o fim da guerra fria, com a União Soviética se esfacelando, nós vemos aí um paradoxo, que o novo milênio, que todo mundo esperava que fosse um milênio de paz, temos aí o mundo deflagrado numa guerra, essa guerra do Afeganistão, a destruição total de uma Nação e o que é pior, a guerra da palestina, no próprio local onde Jesus nasceu, em Belém, fica sujeito a um conflito desse, recrudescido aí entre Israel e aquela região lá, naquela guerra horrível, que se vê que cada vez está mais difícil se chegar à paz, então é muito difícil. Eu tenho até um texto do Carlos Drummond de Andrade para ler, esperança para o novo mundo, eu vou ler esse texto, o título é Receita de Ano Novo.
“Para você ganhar belíssimo ano novo, cor de arco-íris ou da cor da sua paz, ano novo sem comparação com todo tempo já vivido, mal vivido talvez ou sem sentido, para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado as carreiras, mas novo nas sementinhas do vir a ser novo, até no coração das coisas menos percebidas, a começar pelo seu interior, novo, espontâneo, que de tão perfeito, nem se nota, mas com ele se come e se pas                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                osto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver para ganhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente, é dentro de você que o ano novo cochila e espera desde sempre.” Carlos Drummond de Andrade.
Com esse texto eu queria saudar também meu grande e querido amigo e líder da entidade empresarial do comércio, Presidente da Ação Novo Centro, meu companheiro Pio Rodrigues, que está aqui. Queria saudar também a imprensa, na pessoa do Demócrito Dummar. Bom, geralmente, nessa oportunidade, desde o tempo do meu amigo Fernando Cirino aqui na Casa, nós aproveitamos também esse momento de Natal, de congraçamento com toda a nossa Diretoria, além de agradecer a colaboração da Diretoria toda,aqui estamos falando em nome da Diretoria da FIEC, agradecer aos nossos colaboradores, enfim, a todos aqueles que contribuíram para o ano de atuação da FIEC, nós aproveitamos para fazer uma pequena prestação de contas, que eu prometo que não vou ser longo, vou sintetizar para que a gente ganhe tempo e passe a desfrutar mais do congraçamento lá fora, após a solenidade.
Eu diria que, fora o agradecimento à Diretoria e aos colaboradores, nós tivemos uma grande ação voltada para a área social, através do SESI, nesse ano, já que nós vamos homenagear o Deusmar Queiroz pela ação social, ação de responsabilidade social da Fundação Deusmar Queiroz e dele mesmo, o SESI deu destaque com ação de solidariedade, nós atuamos primeiramente em Fortaleza, diante da falta de preparo e de condições da Prefeitura de Fortaleza, de Prefeitura de Caucaia e de Aquiraz, nós demos uma assistência grande às vítimas das inundações, que, como paradoxo também, nós tivemos um ano de seca no Ceará, mas houve uma inundação em Fortaleza que desabrigou cerca de 45 pessoas, então o SESI, numa ação social e de voluntários, nós atendemos àquele pessoal e com a ação de todos os sindicatos, distribuímos mais de 100 toneladas de alimentos, cerca de 150 mil tijolos, redes e parece que 15 mil sacas de cimento, que foi uma ação do Sinduscon. Tivemos na Ação Global, no voluntariado, que também a Fundação Deusmar Queiroz procura enfatizar, nós tivemos num dia só, lá na Barra do Ceará, o atendimento de mais de 70 mil pessoas pelo SESI e no total do não nós vamos ter mais de 520 mil atuações do SESI na área médico-odontológica, isso significa dizer que nós temos cerca de 1.500 atendimentos diários e um sistema de alimentação onde nós atendemos cerca de seis milhões de refeições, fora na área do lazer, que é uma responsabilidade do SESI também, nós temos quase um milhão de freqüência nas ações. O SENAI, que é o nosso braço de capacitação, nós esse ano atingimos a marca recorde de 88.760 pessoas treinadas pelo SENAI, justamente para dar apoio a essa nova configuração, nova demanda do setor industrial, onde nós precisamos, de fato, está treinando as pessoas para essa nova exigência que o mercado requer. Tivemos mais de 25 mil horas de assessoria técnica para as 570 empresas. O IEL, que está focando mais a sua ação agora numa interseção com as universidades, trouxe mais de 1.500 alunos das universidades em interação com o IEL, o Instituto Euvaldo Lodi e o IEL está focando muito também a atuação na área da tecnologia, para que nós, com tecnologia, demos suporte as nossas indústrias nesse requisito de necessidade da globalização. Registro com destaque a atuação do Centro Internacional de Negócios da FIEC, onde nós, com a atuação compartilhada com outros órgãos voltados para exportação, mas com todas as dificuldades que tivemos na economia brasileira, na economia cearense, nós conseguimos 7% de aumento nas exportações do Ceará, um trabalho muito forte do CIN, do Centro Internacional de Negócios, que apoiando as empresas, nós tivemos, muito embora o problema...
... que conseguiu penetrar nos mercados mais exigentes do mundo, com um produto de segurança, que é tambor de freio e a Durametal exporta hoje para os Estados Unidos e Canadá produtos fabricados aqui no Ceará, em Maracanaú. Tivemos intercâmbios comerciais com a Itália, com Portugal e com a Espanha, enfim, procurando internacionalizar a economia cearense. Repito, num ano difícil, onde nós tivemos uma crise de energia elétrica, que é o maior insumo da indústria de todo mundo, nós fomos obrigados a conviver com um racionamento de 20% imposto pelo Governo Federal, o que é muito grave, mesmo assim, nós conseguimos, com algumas ações, superara em parte essa dificuldade, quando criamos a Bolsa de Energia, em parceria com a FIEC, fazendo uma redução de ICMS para alguns equipamentos importados para a geração de energia e tivemos, muito embora o problema seja do Governo Federal, a boa vontade do Ministro Pedro Parente, que nos recebeu quatro vezes e atendeu, no conjunto, inclusive com os empresários, os colegas do comércio, nós estivemos lá e ele reduziu aquele feriado, que seria tremendamente negativo para nós e toda a economia do Ceará. Tivemos aí encaminhada a energia eólica, a energia térmica, emergencial, que deverá vir aí, enfim, na dificuldade da energia, nós conseguimos, mesmo assim, com a nossa ação compartilhada com outros companheiros e com outras entidades, procuramos superar um pouco das dificuldades, mas o maior destaque que eu faria é para a ação do BNDES, que nós, com o Posto Avançado que trouxemos do BNDES para cá, em um ano apenas houve pedidos de R$ 1 bilhão e 377 milhões e registro com destaque que o importante não foi só o pedido, foram R$ 525 milhões liberados pelo BNDES em um ano, para toda a economia do Ceará e aí eu devo destacar que o setor comercial, o setor de serviços, o setor da agropecuária, que é representado pelo Torres de Melo, também é beneficiado com esse posto avançado, quer dizer, é um posto avançado que atua com o fornecimento de crédito não só para a indústria, mas sim para toda a economia do Ceará, todo o setor produtivo, então é, de fato, o destaque que eu gostaria de dar, esse do BNDES, que veio suprir a demanda, o problema da falta de atuação da SUDENE e que nós, inclusive eu queria dar uma notícia agora, que alguns companheiros presidentes de entidades talvez já tenham recebido, que o Governo Federal, até que enfim, autorizou a liberação pelo Ministério da Fazenda, de R$ 100 milhões para o caixa da SUDENE e nós esperamos que venha alguma coisa aqui para o Ceará, porque são R$ 100 milhões para o Nordeste todo, por aí se tira a expressividade dos números do BNDES, onde a gente conseguiu R$ 525 milhões, quando a SUDENE vai liberar R$ 100 milhões para todo o Nordeste, enfim, a FIEC teve uma inserção grande com todas as entidades de classe, uma interação perfeita e harmoniosa com o Governo do Estado, com todas as secretarias do Governo, com os militares, promovemos o 7 de setembro, com as prefeituras, o SEBRAE, nosso parceiro de todas as horas e, finalmente, nós inauguramos essa semana o NIC, que é o Núcleo Intersindical de Conciliação, onde nós, com a relação de parceria com os nossos colaboradores, com o setor laboral, nós temos uma nova configuração das relações entre nós, empregadores e os nossos colaboradores. Por fim, devo destacar um pouco o troféu “Cidadania”, que esse vídeo da Fundação Deusmar Queiroz já diz tudo que o Deusmar está fazendo para a sociedade, para todos nós, cearenses, dando um exemplo para o Brasil e para o mundo, mas o troféu Cidadania nós instituímos aqui na FIEC exatamente no ano passado, que foi o ano do cinqüentenário da Casa, para exatamente estimular pessoas ou entidades que foquem sua atuação na área da responsabilidade social, a responsabilidade social que nós criamos um grupo aqui, que é dirigido pela Vânia Dummar, que está procurando dar essa conscientização, o empresário antigamente tinha o foco especificamente no lucro, isso está superado, hoje o importante é a repartição, é a responsabilidade social, é a ética, enfim, é criar uma plataforma onde nós possamos nos unir em prol de um conjunto que venha a responder às novas demandas sociais desse país, que cada vez mais cresce, o senso novo está aí, apresentando um número de 170 milhões de brasileiros, 170 milhões de habitantes, mas que as desigualdades aumentam é cada vez mais, o fosso social é cada vez maior e através dessas ações de responsabilidade social, que não era parcela de nós, empresários, mas que o Governo sozinho não está respondendo, então nós estamos chegando junto para apoiar e compartilhar, para ver se teremos um melhor posicionamento, uma menor desigualdade, uma melhor inserção social. O troféu Cidadania do ano passado foi destinado ao Pacto de Cooperação, foi recebido pelo empresário Amarílio Macedo e esse ano a votação concedeu ao Deusmar Queiroz, pela atuação da Fundação Deusmar Queiroz. Um empresário que tem apenas vinte anos de atuação, começou em 1981, mas eu tive a satisfação e a grande alegria de ouvir, em São Paulo, numa platéia de empresários, uma referência à atuação do Deusmar Queiroz, pelo Oded Gragew, que é o Presidente do Instituto Ethos do Brasil, fez referência, numa platéia de empresários de São Paulo, a essa ação que o Deusmar faz aqui. Então, nessa linha de responsabilidade social, nós promovemos aqui na FIEC, através da EFESO, a Escola de Formação em Empreendedores Sociais, está precisando estimular esse empreendedorismo social, nós provemos aqui um seminário de desenvolvimento e inclusão e contamos com a presença do Presidente do Grupo Orsa e é isso aí que nós procuramos. Com essa mensagem, eu acho que a escolha do Deusmar para esse ano, pela sua obstinação, pela posição do Grupo Pague Menos, ele, que buscou na farmácia e aí eu citar uma citação do Voltaire, o Voltaire dizia que “uma coletânea de pensamentos era como uma farmácia, ela tem que ter o remédio para todos os males do mundo” e o Deusmar Queiroz, além de ter nas farmácias Pague Menos a sua coleção de remédios, ele busca essa alternativa, como nós vimos aí com o projeto “Moringa”, essa experiência lá de Pacoti, enfim, ele é ético, mantém o compromisso com a responsabilidade social, um compromisso coletivo com a justiça, com a valorização do ser humano e, sobretudo, ele tem uma crença no Ceará e a crença no Brasil. Deusmar, fique certo que nós, da FIEC, sabendo que você é um empresário da área comercial, mas nós, que estamos com uma relação de parceria e de interação com todos os setores da atividade econômica do Ceará, onde nós estamos integrando, fique certo que é com muita satisfação, com muita honra, com muito entusiasmo, que nós, do setor industrial do Ceará, fazemos a você a entrega desse troféu Cidadania e espero e tenho certeza que isso vai servir de estímulo para que você cada vez mais continue, você e sua equipe toda, continuem nessa luta, que é uma luta para diminuir essa tremenda desigualdade social que nós atravessamos no Brasil. Finalmente, quero renovar os votos de um feliz Natal e um próspero ano novo para todos nós e que Deus tenha um ano bem bom para todos.
   Muito obrigado.

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