[Discurso] Jorge Parente Frota Júnior

DISCURSO PROFERIDO PELO PRES. DA FIEC, DR. JORGE PARENTE EM HOMENAGEM AO GENERAL LARANJEIRA CALDAS
Fortaleza, 26.07. 2001.

Companheiros, boa tarde. Vamos iniciar nosso almoço em homenagem ao General Laranjeira, mas antes eu gostaria de fazer alguns esclarecimentos do porque dessa homenagem, já que eu ouvi o Fernando Cirino, ouvi o Luís Esteves, pela primeira vez a FIEC faz uma homenagem de despedida a um ex-Comandante da 10ª Região Militar. Eu vou explicar em poucas palavras a razão dessa homenagem. Desde que nós assumimos a FIEC, temos dito que é uma entidade de classe moderna, que não pode ficar restrita ao setor onde ela atua, quer dizer, uma entidade focada nos interesses industriais, mas que precisa interagir com toda a sociedade, já que a complexidade dos fatos políticos, sociais, econômicos e históricos estão todos entrelaçados hoje. Nessa linha, quando nós criamos aqui o PLANEFOR, quando eu ainda era Presidente do CIC, o meu companheiro Fernando Cirino Gurgel me deu todo apoio como Presidente da FIEC, começando essa forte inserção da FIEC na sociedade, já que o PLANEFOR é um planejamento estratégico, uma forma de planejar a cidade, para que seja uma cidade intencional e não acidental, para que Fortaleza continue sendo essa cidade agradável onde nós vivemos e não chegue a ser uma cidade insuportável, como por exemplo, São Paulo, que hoje tem uma qualidade de vida muito baixa. Então quando começamos o PLANEFOR, nós procuramos a 10ª Região Militar para colocar para toda a oficialidade o que era o PLANEFOR, um movimento diferente, interagindo com a sociedade para buscar, através da interação de todas as forças, um melhor planejamento para nossa cidade. Isso, apesar do Coronel Izídio Neto, na época, ser o Chefe das Relações Públicas da 10ª Região Militar, só foi possível após a posse do General Laranjeira no comando da 10ª Região Militar, ele tomou posse em dezembro de 1999 e logo no início do ano 2000 ele já reunia toda a sua oficialidade para ouvir o que era o PLANEFOR, tendo ficado impressionado com a formatação diferente de nós encararmos uma discussão do que queríamos para uma sociedade, para uma cidade, vindo na necessidade e dos anseios da sociedade, envolvendo todas as camadas sociais e os tecidos que formam uma sociedade, então esse foi o primeiro contato do General Laranjeira conosco, ele nos abriu as portas, estavam lá todos os oficiais, de todas unidades militares, ouvindo o que era o PLANEFOR, passamos a ter nas unidades militares uma força para o PLANEFOR e então começou a forte interseção do General Laranjeira, com essa linha que ele passou a ter também, de que a 10ª Região Militar deveria ter uma interseção forte com a sociedade, porque hoje, como eu disse, as interseções, as forças que formam a complexidade do tecido social não podem ser ilhas. No mês de abril, o General Laranjeira nos procurou para realizar pela primeira vez uma solenidade relativa ao Dia do Exército, que até então não era comemorado no Ceará, então realizamos aqui, nesse dia. O nosso amigo Ivens Dias Branco, coincidentemente, estava recebendo o troféu “Carnaúba” no Ideal e tivemos que nos dividir, viemos para cá para recepcionar o Governador, quando eu disse para o General que ele havia começado muito bem, pois o Governador Tasso Jereissati, além de ter comparecido ao evento, passou 01:30h conversando com o General Laranjeira aqui na FIEC. Em setembro o General nos procurou para dizer que nós precisávamos fazer do Sete de Setembro uma solenidade cívica e militar, com a abrangência que a sociedade precisa hoje, o Sete de Setembro não é uma comemoração somente militar, então nos engajamos a ele no processo, fizemos uma solenidade muito bonita. A Leda Maria, jornalista aqui presente, coordenou a parte que houve no estádio Eudoro Corrêa e depois tivemos a realização, pela primeira vez na história do Ceará, do Sete de Setembro na Av. Beira-mar, que é o cartão postal de todos nós cearenses, para recepcionar quem quer que venha a Fortaleza, então lá se realizou a solenidade do Sete de Setembro, fomos parceiros do General. Veio então a tragédia que ocorreu no início desse ano, onde nós tivemos as inundações em Fortaleza, Caucaia e Aquiraz, e ao pressentirmos a fragilidade do setor público em acorrer, em socorrer os nossos irmãos inundados na periferia de Fortaleza, nós reunimos o comitê estratégico da FIEC e propusemos: a FIEC precisa agir de forma pró-ativa em relação a essa tragédia que está ocorrendo com a nossa sociedade. O comitê aprovou e nós imediatamente nos lembramos de procurar o Exército Brasileiro, tal a importância que essa instituição e as Forças Armadas como um todo, aqui eu aproveito também para saudar, além dos dois generais, o atual, Paulo Laranjeira e o General Lanis, Comandante que o sucederá, queria saudar também os comandantes da Aeronáutica, Coronel Machado, da Marinha, Coronel Queirós, da Capitania dos Portos, Coronel Manoel e todos os oficiais comandantes das unidades militares do Ceará, que aqui se encontram. Então o Exército veio a nós, o General nos disse que estaria solidário com a FIEC nesse movimento, no qual, todos nós sabemos, salvamos vidas humanas: eram 25 mil fortalezenses desabrigados pelas inundações extemporâneas que ocorreram em Fortaleza, num ano de seca como esse que estamos atravessando. O Exército se juntou a nós, distribuiu 150 toneladas de alimentos, aí eu aproveito aqui para, além de enaltecer o Exército como um todo, agradecer ao Coronel Hildemberg, que foi o chefe do comando designado pelo General Laranjeira, foi ele quem comandou todo o processo, ao lado do Gradvohl, aqui pela FIEC, e nós tivemos a adesão de todos os sindicatos filiados a FIEC e também dos diretores da FIEC, foi um movimento importantíssimo, distribuímos, repito, 150 toneladas de alimentos, fornecidos pelo nosso companheiro Ivens Dias Branco, pelo Senador Macedo, do Moinho Fortaleza, redes, roupas, cimento, tijolos, fornecidos pelo Crisanto, enfim, tivemos a participação expressiva do meio empresarial, aliando-se ao Exército e às Forças Armadas, as instituições mais fortes e respeitadas desse país. A razão dessa homenagem ao  Laranjeira é, além dessa sua posição de interseção com a sociedade, homenagearmos também as Forças Armadas, porque nosso país precisa de um alerta e o Senhor nos colocou esse alerta no dia da solenidade alusiva ao Dia do Exército, aqui na FIEC no dia 18 de abril, O Senhor fez um discurso que foi um alerta à Nação, que eu aproveito a oportunidade, General, para lhe dizer que, conversando com o Ivens, nós convidamos o Coronel Luís Carlos Ferreira pra dirigir um projeto, aquele seu discurso nós vamos fazer chegar, através da cadeia produtiva que criamos aqui no Ceará, envolvendo não só o setor industrial, mas também o setor comercial e o setor da economia primária, que é dirigido pelo Torres de Melo, que é também um ex-militar das Forças Armadas, nós vamos fazer chegar a todos os empresários do Ceará e, se possível, do Nordeste, o alerta que o Senhor nos fez aqui, por ocasião do Dia do Exército, em relação ao cuidado que nós devemos ter com os rumos que esse país está tomando, um país que é grande, que é rico, que tem a Amazônia, como o Senhor disse, uma reserva que nós temos de estratégia, que é a maior biodiversidade mineral e vegetal do mundo e a maior reserva de água doce, que também é um bem que está se tornando finito no mundo todo e que a Amazônia tem.O General alertava para isso e nós já convidamos, com o apoio dele, o General Guilherme, Comandante Militar da Amazônia, para vir aqui ao Ceará proceder a uma palestra, para mostrar a todos nós, empresários o que é a Amazônia, o que nós precisamos fazer para defendê-la e mudar os rumos desse país. Como dizia Confúcio, há quinhentos anos antes de Cristo – “O governo bom é o que se preocupa com a pobreza, o governo ruim é o que se preocupa com a riqueza”, o que nós estamos vendo nesse país é cada vez mais uma concentração de renda e o aumento do numero de pobres e as instituições como o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, as Forças Armadas, são o que há de mais especifico e mais respeitado na nossa sociedade, uma sociedade onde os poderes políticos, a começar pelo cenário da República, que é o maior poder parlamentar do Brasil, que nos dá esse exemplo de falta de ética, de moral e de bons costumes, como nós estamos vendo e não podemos aceitar nesse país. O General Laranjeira evoluiu e vai fazer no Sete de Setembro, infelizmente não estará aqui, mas o General Lanis deverá comandar, o maior desfile cívico-militar do Brasil, fazendo de Fortaleza a capital cívica do Brasil, ele teve a idéia e nós bancamos, o Yvens Dias Branco vai patrocinar, conseguimos a PETROBRAS como co-patrocinadora, outras empresas locais também estão patrocinando, vamos transformar Fortaleza na capital cívica do Brasil, nessa idéia do General Laranjeira, não que outros comandantes militares, que passaram pela 10ª Região Militar, não merecessem uma homenagem como a que ele está recebendo, mas como, eu repito muito uma frase, General Laranjeira, do filósofo francês Louis Bonfant- “Le estile le homme”, o seu estilo é esse e o Senhor trouxe esse estilo para todos nós aqui do Ceará.
Não vou me alongar muito, quero agradecer a todos a presença, queria, antes da homenagem que a FIEC vai fazer, materializar esse evento ao General Laranjeira, eu queria dizer para ele, encerando as minha palavras, uma frase de Voltaire-“Os reis têm súditos, os chefes têm seguidores, os bandidos têm cúmplices, mas só os bons têm os amigos”. General, o Senhor deixou amigos no Ceará.
Eu queria convidar o maior empresário do Ceará, que na juventude dos seus oitenta e dois anos, completos daqui a quinze dias, o industrial José Dias de Macedo, para fazer a entrega da materialização desse evento para o General Laranjeira. Senador Macedo, é com muita satisfação que passo as suas mãos a comenda para o General Laranjeira.

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