[Discurso] Jorge Alberto Vieira Studart Gomes

Meus amigos, bom dia!

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará sente-se honrada em sediar e participar da organização do 2º Congresso Brasileiro de Geração Distribuída de Energia, reafirmando o nosso compromisso em fomentar o desenvolvimento do setor de energia.

A parceria da FIEC e do SINDIENERGIA, meu caro amigo presidente Benildo, tem sido extremamente construtiva, e os resultados desses dois dias de Congresso, promovido pela Associação Brasileira de Geração Distribuída, ABGD, por sua característica empresarial, contribuirão para o desenvolvimento de negócios no setor de Geração Distribuída.
Importante lembrar que através da Geração Distribuída de Energia podemos obter redução de custos de energia elétrica e simultaneamente contribuir para a sustentabilidade ambiental e para a geração de empregos.
Devemos também destacar que cada MW instalado de geração distribuída proporciona a criação de 30 empregos, e cerca de R$ 5 milhões em investimentos, o que faz do setor da Geração Distribuída um dos acertados caminhos para a retomada do desenvolvimento.

Por meio do Núcleo de Energia, tão bem conduzido pelos amigos Jurandir Picanço e Joaquim Rolim, a FIEC tem dado grande colaboração nesse processo, dando uma especial atenção em Energias Renováveis, tanto discutindo os entraves quanto estimulando a vinda de interessados em participar desse momento, aproveitando o alto nível na relação mantida entre o poder público e a iniciativa privada no Estado do Ceará.
Definido como um dos 13 setores de maior potencial para a economia do Ceará, o Setor de Energia está contemplado pelo Programa para Desenvolvimento da Indústria, iniciativa da FIEC que objetiva contribuir para o desenvolvimento sustentável da indústria cearense por meio de um conjunto de projetos integrados que envolvem ações para promoção da competitividade, prospecção de futuro, inteligência competitiva e articulação com diversos atores em prol da cooperação.
Entre as ações desenvolvidas pela nossa Federação com foco no Setor de Energia, podemos destacar o Projeto Rotas Estratégicas, que identificou os entraves ainda existentes para o desenvolvimento do setor e também apontou as suas potencialidades, dando subsídios para que façamos o RoadMap que, como um planejamento estratégico, prioriza as ações a serem adotadas, estabelece os responsáveis, e sinaliza prazos para a execução. Com esses passos, estamos confiantes de que vamos avançar muito e levar o Ceará à liderança no setor.

Com vistas a acompanhar de perto e animar ainda mais toda a cadeia em torno da energia, a FIEC reafirmou seu apoio nas atividades da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará, assumindo sua coordenação.
Além dessa atuação institucional, nesse ambiente macro, com o estreitamento de relações com players importantes do setor, com o fortalecimento de parcerias estratégicas e com a criação de novas cooperações, a FIEC também dá o exemplo com ações em sua operação corporativa. Em uma ação pioneira, lançamos, há alguns dias, a licitação para locação de sistema de Geração Distribuída para atender todo o Sistema FIEC, incluindo suas casas de serviço, SESI e SENAI. Essa iniciativa será apresentada em detalhes nesse congresso pelo amigo Joaquim Rolim e esperamos que seja inspiradora e elucidativa para que outras instituições possam promover ações semelhantes.

Meus amigos,

É delicado o momento que estamos passando em relação à escassez de energia elétrica.
A situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas alcançou níveis preocupantes, ainda que no momento não haja risco de desabastecimento de energia elétrica. Em relação à Região Nordeste, a situação não é pior porque as usinas eólicas suprem 1/3 da energia consumida, chegando, em alguns períodos, a perfazer mais de 50%.
Por essa razão, estamos sofrendo um agravamento na elevação nos custos de energia elétrica e precisamos reforçar as ações relacionadas ao uso consciente e combate ao desperdício.
É também nossa responsabilidade sermos indutores do comportamento sustentável, com vistas a garantir as condições necessárias para o desenvolvimento, para a produção de riquezas, para a geração de empregos, para a preservação da dignidade da vida humana e para a proteção do nosso planeta.

No contexto dessa ampla visão acerca do desenvolvimento sustentável, a Geração Distribuída de Energia, na qual cada consumidor pode gerar sua própria energia, tem papel preponderante, configurando-se em uma mudança substancial na sociedade que está acontecendo em velocidade exponencial.
Em países como Alemanha, Austrália e Estados Unidos já são mais de 1 milhão de consumidores que geram a energia que consomem. No Brasil, hoje temos apenas 15mil consumidores gerando a própria energia, correspondendo a 168 megawatts de potência instalada.
Apesar dos dados ainda serem pequenos, o cenário é animador considerando que, segundo previsão da ANEEL, no ano de 2024 serão quase 900mil consumidores brasileiros a gerar a própria energia.

Com 12,5% do total da potência instalada no Brasil com Geração Distribuída, o Ceará ocupa a 2ª posição no país, podendo ser considerado o berço nacional das energias renováveis.
Foram valiosas as contribuições que historicamente temos dado nesse setor como, por exemplo, nos idos de 1980, o registro da primeira patente mundial do biodiesel inventado pelo cientista cearense Expedito Parente, que nos encheu de orgulho.
Em 1998, tivemos a inauguração da primeira usina comercial de energia eólica, na Taíba, e em 2011 a primeira usina solar comercial da América Latina, foi instalada em Tauá. Várias tantas indústrias importantes firmaram-se no nosso território, tais como Vestas, Aeris e Wobben, fortalecendo essa vocação do estado e, no ano passado, foi inaugurada a maior usina Solar de Geração Distribuída do Brasil, do Grupo Telles, em Aquiraz, reiterando o perfil de vanguarda do Ceará.
Vanguarda, que é a palavra que traduz o ambiente atualmente vivido em nosso Estado em várias outras áreas. Equilibrado financeiramente, estamos mostrando ao Brasil que é possível gerir a coisa pública com responsabilidade e visão de futuro. Prova disso é que recentemente o governo cearense lançou o Programa Ceará 2050, na perspectiva de se pensar em políticas de longo prazo. Os frutos dessa visão alargada já começam a aparecer através do interesse de investidores em se instalar aqui.
Podemos citar como exemplos, a tríade de Hubs, englobando o de logística portuária, o aéreo e o de dados. Com relação ao primeiro, a parceria entre os portos do Pecém e Roterdã, um memorando de entendimento foi assinado em março de 2017 na Holanda e a definição de modelo de negócio e a apresentação do plano de execução deverão estar definidos até dezembro deste ano.

No que diz respeito ao Hub aéreo, com a concessão do aeroporto Pinto Martins para a Fraport e a conquista do Hub da Air France/KLM/GOL, a capital cearense terá, por semana, três voos para Amsterdã e dois para Paris, o que reforçará a oferta de voos para quatro capitais do Norte e do Nordeste.
Sobre o Hub de dados, a multinacional de telecomunicações Angola Cables lançou em agosto o cabo submarino de fibra ótica com previsão de chegada a Fortaleza em fevereiro de 2018, percorrendo 6.200 quilômetros pelo Oceano Atlântico.

Meus amigos,

Nesse ambiente motivador, alegra-nos receber o 2º CBGD no Ceará e na FIEC, para discutir as prioridades do setor, buscando formas de superar os desafios e as barreiras para aproveitarmos os enormes benefícios desse novo formato da distribuição e consumo de energia elétrica.
Saibam que a Federação das Indústrias do Estado do Ceará sempre estará de portas abertas para iniciativas como este Congresso, hipotecando apoio, compartilhando conhecimento e dedicando muito trabalho a contribuir para que tenhamos o maior desenvolvimento combinado com o melhor ambiente para se fazer negócios no país hoje.
Desejo a vocês muito sucesso nesses dois dias de vasta programação oferecida pela organização do evento.
Tenham um bom dia!

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