[Discurso] Jorge Alberto Vieira Studart Gomes

Meus amigos,

Meu grande amigo Camilo Santana, Governador do Ceará, com quem temos tido a sorte de lidar cotidianamente no debate de ideias e na viabilização de iniciativas para engrandecer o Ceará; figura ímpar, que se destaca na política por três características definidoras de um grande homem público: sua aptidão para o diálogo, sua força para o trabalho e sua inequívoca honradez. Meu governador, você tem minha admiração e o respeito de toda a indústria do Ceará. Esta Casa é também a sua casa.

Governador Wellington Dias, do Piauí, e Governador Paulo Câmara, de Pernambuco, ressaltamos suas valorosas presenças, que fortalecem ainda mais esta solenidade, dando densidade para a resolução das questões nordestinas.

Governador Flávio Dino, do Maranhão, aqui representado pelo secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, reforça a nossa corrente pelo crescimento do Nordeste.

Governador Paulo Hartung, do Espírito Santo, estado que, mesmo não sendo da nossa Região, está no espectro de atuação do Banco do Nordeste, faz-se representado pelo Secretário de Desenvolvimento, José Eduardo. Secretário, seu governador tem demonstrado a todo o Brasil que é possível governar com maestria e fazer política com retidão.

Meu amigo Marcos Holanda, presidente do Banco do Nordeste, economista de excepcional visão, que vem fazendo um exemplar trabalho nessa “instituição que nos é muito cara” e a qual sempre defenderemos para que cumpra efetivamente o seu papel. Marcos, é uma alegria ter você conosco, nesta tarde, em que o Banco do Nordeste é tão anfitrião quanto a nossa FIEC.

Meus amigos presidentes das Federações de Indústrias do Nordeste, que também são anfitriões desta festa, convido-os para dividir este palco comigo, porque muito temos a dizer sobre a nossa região e vamos dizer juntos!

- Amaro Sales, amigo Amaro, Presidente da Federação do Rio Grande do Norte.
- José Carlos Lyra, amigo Lyra, Presidente da Federação de Alagoas.
- Antonio Ricardo Alban, amigo Alban, Presidente da Federação da Bahia.
- Edílson Baldez, amigo Baldez, Presidente da Federação do Maranhão.
- Francisco de Assis Gadelha, amigo Gadelha, Presidente da Federação da Paraíba.
- Meu amigo Ricardo Essinger, Presidente da Federação de Pernambuco.
- Antonio José de Souza Filho, meu amigo Zé Filho, Presidente da Federação do Piauí.
- Roberto Constâncio Filho, Presidente da Federação de Sergipe.
- Presidente Marcos Guerra, da Federação do Espírito Santo.

Parlamentares, de atuação nacional, estadual ou municipal, aqui os saúdo pelo nome do nosso senador Tasso Jereissati.

Amigos empresários industriais, empresários do comércio, lojistas, prestadores de serviços, homens de negócios, pilares da nossa economia, motores do nosso desenvolvimento, os quais cumprimento pelo nome do meu amigo Ricardo Cavalcante, diretor administrativo da nossa FIEC, que muito me ajudou na organização deste grande evento.

Meus queridos ex-presidentes da Federação das Indústrias do Ceará, Fernando Cirino, Jorge Parente, Roberto Macedo, e meus queridos vice-presidentes, Alexandre Pereira, Roberto Sérgio, Hélio Perdigão e Carlos Fujita, em nome de quem reverencio todos os diretores de nossas Federações e presidentes dos sindicatos filiados.

Amigos da Imprensa, que fazem o dia a dia de um dos pilares da nossa democracia, vocês que diariamente nos mantêm informados, tratando os fatos com imparcialidade necessária para que nós possamos formar nosso próprio juízo a respeito da situação brasileira, sejam bem vindos.

Todos os demais aqui presentes, Boa Tarde!

O lançamento do Cartão FNE, operado pelo Banco do Nordeste, é o motivo primeiro da realização deste almoço.

Cada um de vocês foi convidado para testemunhar mais uma ação desta instituição cujo o objetivo primordial é promover o desenvolvimento de uma região que historicamente se mantém numa posição de desvantagem econômica, a despeito da extraordinária capacidade de seu povo de pensar, de produzir, de empreender, de gerar conhecimento e de superar adversidades.

Com este Cartão FNE - VISA, entendemos que o Banco do Nordeste dá mais um passo importantíssimo, demonstrando que vive uma nova era na sua gestão, porque busca, de forma efetiva, desburocratizar o acesso das empresas aos recursos do Fundo Constitucional do Nordeste, o FNE.

Ciosos da relevância desta iniciativa, nós, da indústria nordestina, por intermédio destes amigos presidentes de todas as federações do Nordeste, desde a primeira hora, entendemos que este momento valeria uma celebração grandiosa para, junto com o Banco do Nordeste, reunir não apenas industriais ou potenciais clientes e fornecedores do Cartão, mas um público formador de opinião deste mais alto nível.

Assim, celebrando as mudanças e os avanços na atuação do Banco do Nordeste e tomando como marco o lançamento do Cartão FNE, vimos cumprir nosso dever de trazer à tona um debate que não foge jamais ao nosso olhar.

A discussão sobre as desigualdades regionais no Brasil é tema recorrente entre nós que aqui nascemos, vivemos, produzimos, geramos empregos e seguimos acreditando em um país pujante e igual.

Muitos trabalhos já foram produzidos em torno deste assunto e tantas propostas já foram sugeridas e apresentadas a governos, ciclo após ciclo. Apesar de tantos esforços, o fato concreto é que não podemos fugir à dura realidade: a nossa região Nordeste continua "patinando" em relação ao desenvolvimento nacional.

Somos 28% da população brasileira, mas nossa participação na economia é de apenas 13%. Há quase 60 anos, a renda per capita nordestina se posiciona na metade da média da renda per capita brasileira e, segundo economistas, para equiparar-se à média nacional, o Nordeste teria que crescer 2% a mais que o Brasil, ano após ano, pelos próximos 50 anos.

Meus amigos, é nosso desafio abreviar esse tempo, afinal, 50 anos são quase três gerações.

Se não fizermos uma precisa intervenção, nossos filhos, netos e bisnetos verão perpetuar essa desigualdade que prejudica toda a sociedade, especialmente aqueles que tem menor condição para superar.

Estamos aqui, juntos, portanto, para renovar um importante compromisso que nossa nação firmou na Constituição de 1988, quando criou-se o FNE.

Àquela época, pessoas como os cearenses Firmo de Castro, Claudio Ferreira Lima, aqui presentes, para quem eu peço uma grande salva de palmas, foram decisivos para fazer valer as demandas específicas da nossa região, para suprir a necessidade histórica de equilíbrio entre as cinco regiões do Brasil.

Hoje, quase 30 anos depois, mantemos a convicção de que o FNE é um instrumento diferenciado de desenvolvimento regional, mas também percebemos que as estruturas governamentais não estão respeitando a finalidade para a qual o Fundo foi criado, tirando dele as vantagens competitivas em relação a outros instrumentos de crédito disponíveis no mercado.

Mas, meus amigos, se a situação é esta, não significa que tem que continuar a ser assim. A recém criada “Associação Nordeste Forte”, que reúne este grupo de Federações de Indústrias dos estados nordestinos, que estão representadas por esses amigos aqui ao meu lado, está cheia de energia para garantir que o Banco do Nordeste possa aplicar a totalidade dos recursos do FNE, não deixando repetir o que houve em anos passados.

Estamos certos que nossos governadores sabem que os destinos de seus estados e da nossa região como um todo estão nas suas mãos e se unirão a nós nesta campanha, junto com o próprio Banco. Essa luta não é de hoje nem se encerrará amanhã. A ação de cada um dos senhores, com suas influências, amor à região e consciência desenvolvimentista, farão valer todo o nobre objetivo constitucional.

Sabemos da ameaça de redução em 30% dos recursos do Fundos Constitucionais, não apenas o FNE, em um projeto do Governo Federal, que, mesmo explicitamente inconstitucional, demandará a nossa vigilância permanente para que não venha a se materializar.
O fundamental, pois, é que os recursos do FNE sejam aplicados, efetivamente e de modo menos burocrático, para que possam atender verdadeiramente às demandas do setor produtivo, incrementando o desenvolvimento da nossa região e reduzindo as desigualdades regionais.

Por fim, meus amigos, aproveitando esta circunstância de união franca e harmoniosa por um mesmo objetivo, que é o fortalecimento do Nordeste, venho lhes deixar a minha mensagem de esperança de dias melhores.

Até aqui, tratamos especificamente da questão histórica do Nordeste, das desigualdades regionais, do FNE. Mas esse posicionamento esperançoso, que nos abraça e incentiva, serve também e especialmente para a conjuntura política e econômica atual.

Os dias têm passado e, mesmo que as agruras ainda permaneçam de modo grave, temos mantido nosso espírito animado para empreender a energia necessária para transformar essa realidade.

Seja através da legítima pressão junto às esferas públicas, seja por meio da mobilização de setores, ou com a soma da voz de cada cidadão, estamos firmes e seguimos com nossos propósitos.

Sabemos que as conquistas pretendidas não podem depender de voluntarismos e não serão obtidas com sofismas. Temos que nos multiplicar, porque é o esforço coletivo que traz o bem comum.

Estou confiante de que acordamos para reagir e começar um novo tempo. Apesar da economia dar alguns sinais de recuperação, não podemos prescindir de termos voz altiva nesse momento, porque sabemos que o cerne do problema não é econômico, é ético, é moral.

Está muito claro que as soluções para o Brasil vão além da economia e não podem ser postergadas, nem mais um dia. Cada um de nós precisa exercer sua cidadania da forma mais transparente, para superarmos os entraves que impedem que o país siga o caminho correto e avance com sua vocação para potência mundial.

Cidadania, meus amigos, se pratica todos os dias, mas são nos momentos de maior dificuldade que precisamos exercê-la com mais força, com mais intensidade, com toda a paixão. São nesses períodos que devem aflorar o amor maior à nação, o patriotismo, o compromisso com o Brasil.

A hora é agora e a missão é nossa. Vamos à luta!

Um forte abraço a todos.

BETO STUDART

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