[Discurso] Jorge Alberto Vieira Studart Gomes

Solenidade de posse da nova diretoria da FIEC

Meus queridos amigos,

Diretores companheiros com quem estivemos no mandato que se encerra, aos quais saúdo no nome do meu amigo Presidente Roberto Macedo.

Diretores com quem começo essa nova jornada, aos quais reverencio no nome do meu amigo, Ricardo Cavalcante, cuja amizade e lealdade eu tenho o privilegio de contar em todos dias, nos mínimos detalhes, e também do Edgar Gadelha, que hipoteca sua sabedoria jovem para bem servir nossa Federação.

Meus amigos aqui presentes, que também prestigiam esse ato formal, a quem saúdo no nome do especial amigo Carlos Prado, conselheiro de todas as horas, personalidade apaixonante pela seriedade na condução de tudo o que faz em sua vida.

Bom dia a todos!

Minha fala desta manhã se pretende muito breve, porque nosso trabalho se inicia JÁ e há muito o que ser feito. Para os aqui reunidos, não preciso descrever o tamanho do desafio para o qual tenho me preparado com afinco. Afinal, quem acompanha, como vocês, a Federação, sabe o trabalho hercúleo que é conduzir a FIEC e cada uma das casas. E quem está chegando para esse novo momento, já vem comigo, ao longo dos últimos meses, se familiarizando com o universo do Sistema FIEC, cheio de suas especificidades.

Por um dever quase protocolar ou mesmo por força da elegância que tanto prezo, mas principalmente em reverência à importância da história para o que temos no presente, quero, nesta oportunidade, ressaltar gestões que me antecederam.

Começo por Roberto Macedo. Meu amigo, tenho muita sorte em sucedê-lo! Sua gestão ficará marcada pela sua postura ética, pela seu esforço em aglutinar forças. Pela conquista de termos hoje um setor mais forte que ontem, porque mais unido. A construção dessa união preparou o terreno para que eu possa desenvolver o trabalho que pretendo. A cada vírgula que passo a conhecer mais do Sistema FIEC, ainda mais reconheço a grandeza do papel desempenhado por você nesses últimos oito anos e identifico, até mesmo em ações de outras pessoas, a valorosa liderança que você exerceu e que trouxe importantes resultados para a nossa Federação. Você tem todo o meu respeito por uma história tão bem escrita. Roberto, meu muito obrigado!

O presidente Jorge Parente, que com sua forte característica de articulador, engrandeceu a participação da indústria cearense no cenário nacional, atuando firme junto aos poderes legislativo e executivo, num valoroso trabalho de aproximação da indústria com a sociedade. O nosso setor agradece o seu legado.

Meu amigo irmão, presidente Fernando Cirino, meu presidente, que deixou sua marca de dinamismo na luta por uma indústria mais forte num Ceará que, mesmo com tantas dificuldades, tem seu enorme potencial de desenvolvimento. Sua postura de indignação diante das injustiças e das coisas mal feitas é um exemplo que haverei sempre de perseguir. Sua energia e sua vibração em todas as atividades que encampa são inspiradoras. Seus esforços permanentes pelo crescimento do setor industrial cearense, pelo desenvolvimento do empresariado orgulham a nossa categoria. Suas gestões à frente da FIEC são dignas da minha mais alta reverência. 

Os pioneiros Waldyr Diogo, Thomás Pompeu, José Raimundo Gondim, Francisco José Andrade, José Flávio Costa Lima, Luiz Esteves… nomes que abrilhantam a história da organização do setor industrial. A todos, o meu mais sincero reconhecimento. Cada um com sua força e à sua própria maneira, deixou sua marca e ajudou a compor a mistura que alicerça o desenvolvimento do nosso estado.

Estou imbuído da intenção de juntar-me a esses melhores nomes! Por isso, me preparei bastante e estou seguro para o desafio que começa agora. Ao longo dos últimos meses, procurei, ao máximo, verticalizar o conhecimento acerca do Sistema Indústria, cheio de especificidades, com muitas interfaces, rodeado de controles, mas que tem um objetivo muito explícito, que é o fortalecimento da Indústria como motor para o desenvolvimento do nosso estado, do nosso país, do nosso povo.

Estou sim determinado a fazer uma gestão de excelência à frente do Sistema FIEC, mas não por ambições políticas, devo reiterar, porque sempre me chegam especulações em torno deste tema. Com toda franqueza, lhes informo que não tenho pretensões eleitorais.

O mandato iniciado hoje tem cinco anos de duração. É um tempo considerável. Não que eu imagine que em 2019 estarei cansado. Não estarei! Mas prevejo que, ao invés de enfrentar a insana vida pública no âmbito da política, estarei bem mais disposto a relaxar, a me divertir, sempre seguindo produtivamente, claro, porque trabalhar é a minha vida, é a minha paixão, e empreender é meu oxigênio.

Já que fiz referência à política eleitoral, partidária, e estamos a pouco mais de dez dias de uma eleição crucial para o país, não poderia deixar de registrar aqui minha preocupação com o futuro próximo. Sabemos que ao Brasil será doloroso enfrentar os próximos anos, porque medidas severas de ajuste econômico são inadiáveis, seja qual for o vencedor.

Sob vários aspectos, não podemos negar os avanços da sociedade brasileira nas últimas duas décadas. São conquistas de todo o povo brasileiro, que considero consolidadas. Mas é fato que agora outras prioridades estão colocadas e são prementes.

Temos que garantir reformas urgentes, sob pena de aprofundarmos um ambiente que é prejudicial à nossa produção, que compromete a nossa competitividade. Devemos nos voltar para a infraestrutura, que está inteiramente inadequada às demandas atuais. Na educação, não podemos nos satisfazer com uma formação desconectada do mercado, que não prepara as pessoas para o trabalho e, portanto, não ajuda o desenvolvimento do país.

Tirando o foco da produtividade, errando na estratégia em torno do crédito, negligenciando a importância dos investimentos em logística, energia e transportes, empoderando a máquina estatal em detrimento da expertise do mercado, estamos fadados a perder a batalha da economia local, nacional e nos mercados globalizados.

Não podemos também esquecer a praga da corrupção que corrói as instituições brasileiras. O combate à corrupção é uma missão de todos nós, é uma missão da Federação das Indústrias. Na minha visão, é o maior problema do nosso Brasil. Dentro e fora dos governos, não temos o direito de clamar por retidão, se nós continuarmos alimentando essas práticas. Temos o dever de estancar o fluxo vicioso que só empobrece e atrasa o Brasil. Por tudo isso, é que o rumo deste país precisa ser corrigido!

Tenho claro que não devemos não ficar apenas no papel de cobradores das ações governamentais. Podemos e devemos agir como indutores, formuladores e partícipes dos processos de transformação de almejamos. Certos disso é que definimos que o trabalho a ser desenvolvido na FIEC nos próximos cinco anos terá como luz o conceito da Inovação.

Por inovação entendemos não aquela ideia estritamente ligada à tecnologia, como senso comum. Mas sim inovação como um modo de ler o mundo, de conceber e de conduzir ações e liderar pessoas, sempre buscando formas criativas, modernas, eficientes de pensar e de agir. Inovação enquanto cultura introjetada nas nossas organizações, perpassando planejamento e ações!

Em torno dessa questão central, “vamos focar na articulação” que nos fará ainda mais próximos e mais efetivos junto às mais diversas instituições representativas, aos governos, ao parlamento, e à sociedade em geral. “Vamos cuidar de dar mais qualidade e mais celeridade ao atendimento aos nossos clientes”, que são todas as indústrias do Ceará, das maiores às menores. “Vamos perseguir uma gestão inovadora, enxuta e orientada para o resultado”. “Vamos promover uma ação institucional proativa, tecnicamente densa e politicamente resolutiva”. Esses são os principais eixos na nossa gestão!

Em síntese, pretendemos fazer a FIEC assumir o papel de indutora de políticas públicas, de mobilizadora do debate político econômico, de parceira efetiva dos setores produtivos e dos governos, para construir caminhos e viabilizar soluções que permitam o avanço da nossa sociedade.

Com esse foco, de forma mais objetiva e no âmbito da operação, destacamos algumas ações prioritárias no nosso radar:

- vamos maximizar a integração e a sinergia entre SESI, SENAI, IEL e INDI, de modo que a FIEC seja efetivamente a estrutura condutora das diretrizes estratégicas de todo o sistema;

- vamos prosseguir na modernização da gestão, perseguindo uma estrutura cada vez mais voltada para os resultados;

- vamos fortalecer a autonomia da Federação para a definição das prioridades da indústria do Ceará por suas características específicas, mas sempre contando com a parceria hipotecada pela CNI;

- vamos agir incansavelmente junto aos nossos sindicatos, para fortalecê-los, ampliando a base associativa e fazendo os empresários confiantes no retorno concreto que o Sistema FIEC pode lhes trazer.

Essas prioridades são frutos da minha experiência acumulada como diretor e como vice-presidente da FIEC, mas, principalmente, elas resultam do trabalho de profunda reflexão, de consulta e de planejamento que eu, com um grupo de profissionais, vimos desenvolvendo desde a eleição e, em especial, ao longo das últimas semanas, com forte apoio da Confederação Nacional das Indústrias.

Vejam, portanto, como referenciei no início desta fala, meus amigos: eu não vim até aqui para fazer figuração, mas para figurar entre aqueles que não apenas se empenham em construir, mas que efetivamente transformam!

Hei de confessá-los que nas minhas primeiras reflexões para o tom que eu desejava dar à essa gestão, sempre me veio uma certa pretensão de fazer história! Sim, quero deixar uma marca forte na FIEC. Pretendo fazer história no setor industrial do Ceará e do Brasil. Não escondo minha falta de modéstia, minha confiança em torno do que eu posso produzir.

Mas, depois de tanto pensar, depois de um caminho já percorrido na preparação dessa nossa chegada à Presidência, uma outra ideia me veio muito mais forte: meus amigos, eu não vou passar meus dias "fazendo história". Definitivamente não. Eu vou fazer o presente! Dia após dia, construindo, ouvindo, debatendo, realizando.

Eu vou fazer o presente, porque a gente precisa fazer é agora. Porque é fazendo certo agora que a gente vai alicerçar bem o futuro. A marca da história pode vir como consequência, claro, mas não é o objetivo do trabalho que já comecei a desenvolver. Meu objetivo é fortalecer a indústria do Ceará enquanto instrumento de desenvolvimento econômico e social, repito quase como um mantra.

Conto com todos vocês, meus companheiros da diretoria, meus amigos industriais, meus grandes amigos de luta e de vida! Conto com todos que acreditam que o futuro se faz agora. Estejamos juntos e que Deus nos ilumine nessa caminhada!

Um forte abraço a todos!

Beto Studart
22 de setembro de 2014

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