[Agraciados] Troféu Cidadania

Amarílio Proença de Macêdo

Nasceu no dia 4 de maio de 1945, em Fortaleza/CE, filho de José Dias de Macêdo e Maria Proença de Macêdo. Casado com Patrícia Maria Alencar de Macêdo.
Fez seus primeiros estudos no Seminário de Baturité e formou-se em Economia, pela Universidade Federal do Ceará.
Iniciou-se profissionalmente como estagiário na CEMEC - Construções Eletromecânicas S/A, em 1964. Foi assumindo gradativamente posições executivas em diversas empresas da organização, como a gerência comercial da Cervejaria Astra S/A, culminando por ocupar a vice-presidência da holding J. Macêdo S/A Comércio, Administração e Participações, controladora de mais de 20 empresas nos ramos de: alimentos, bebidas, veículos, eletromecânica e agro-industrial, incluindo a direção executiva da holding J. Macêdo Alimentos S/A, que controla 8 moinhos de trigo no País e um em Portugal, além de uma fábrica de biscoitos e duas indústrias de massas alimentícias.
Foi presidente do Sindicato da Indústria do Trigo nos Estados do Pará, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.
À frente do Centro Industrial do Ceará (CIC) participou de sua gestão como presidente no período em que a entidade notabilizou-se por assumir posições progressistas, no final dos anos 70 e começando os anos 80, num processo de amplo debate das questões políticas e sociais, que culminou, em 1986, com a eleição de Tasso Jereissati, outro presidente do CIC, para o Governo do Estado do Ceará.
Diretor Executivo da Federação das Indústrias de 1986 a 1991.
Amarílio é conselheiro do IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) e do UNIEMP (Instituto Universidade Empresa).
Afinado com os problemas da comunidade, participa como coordenador do Pacto de Cooperação entre as forças produtivas e o Governo do Estado do Ceará e municípios, responsável pela ação conjunta de empresas cearenses, universidades, ONGs, autarquias, empresas públicas e sindicatos, no processo de desenvolvimento estadual, em sinergia com o esforço público e sociedade civil.
Agraciado com a Medalha do Mérito Industrial/FIEC, 1993.

DISCURSO

Troféu FIEC - Cidadania 2000
20 de dezembro de 2000

Hoje é um dia de festa.

Festa da cidadania.

Festa dos novos tempos que já chegaram.

Festa da participação, da gestão compartilhada e da consciência da complementaridade.

Este Troféu que a FIEC concede ao pacto de cooperação do Ceará traduz concretamente o nosso amadurecimento na percepção da importância do outro.

Hoje também é festa porque é véspera de o natal simboliza a chegada do Cristo ao dia-a-dia de cada um de nós, trazendo esperança, solidariedade, compaixão, amor entre as pessoas e dessas com a natureza. Fazendo com que entremos em contato com a nossa própria humanidade.
Este ano que termina de hoje a 10 dias, tem uma força especialmente simbólica. Com a mudança de século, concluem-se 100 anos de aprendizado e realizações de um povo que hoje representa mais de seis bilhões de pessoas.

À distância que separa o primeiro do último dia dessa série de tantos dias é abissal. Os indicadores demonstrativos dessa diferenciação são de toda natureza e em qualquer que seja o ângulo de observação tornam-se estarrecedores. A competição como fim produziu a insensibilidade e a vaidade aguçou a desumanização nas relações.

A vida pede passagem e a felicidade, manca e combalida, se debate aos nossos pés entre a desesperança e o medo. O mundo tornou-se mais veloz na produção de novidades, mas parece mais lento nos cuidados com o bem-estar.

Somos os herdeiros de toda essa criação da humanidade. Os herdeiros de todo o legado de conhecimento acumulado na trajetória evolutiva da nossa espécie até hoje. Da descoberta do uso do fogo ao mapeamento do dna.

A tarefa de traduzir em avanço tudo o que está disponibilizado é nossa. Coletivamente somos capazes de transformar a realidade. Precisamos nos livrar dos condicionamentos. Nossa educação nos aprisiona a conceitos que limitam a ação.

Cabe-nos, portanto a responsabilidade de continuarmos trabalhando nosso aperfeiçoamento nessa caminhada, guiados pela nossa intuição.

Uma das mais indispensáveis descobertas da humanidade é o diálogo. Sem esse atributo, capaz de aproximar diferentes, poucas chances teríamos tido de escapar no processo de seleção natural.

Com todas as alterações de valores, que chegam e desaparecem a todo instante, os diálogos permanece por ser insubstituível. Em cada circunstância cria-se o seu próprio modelo.

No Ceará, a partir da última década deste século, temos vivenciado a experiência do pacto de cooperação. Vejo essa movimentação de pessoas nos pactos e fóruns regionais, setoriais e temáticos, como o maior esforço de diálogo praticado nos últimos tempos no Brasil.

Começamos a acertar e estamos certos quando nos dispomos a ouvir, falar, cooperar, tolerar e aceitar a convivência respeitosa com os contrários. Enfim, respeitara diferença.

Sabemos ousar, mas ainda subestimamos a nossa capacidade. Gostamos de aprender, mas ainda temos receio de expor a nossa confiança. O Pacto de Cooperação é um instrumento curioso no sentido de possibilitar o diálogo, fortalecer a autoconfiança, estimular a tolerância e maximizar a convergência.

O mundo está confuso e por isso mesmo repleto de oportunidades. Muita coisa vale por pouco tempo e muito pouca coisa hoje vale por muito tempo.

Poucos podem realmente dizer que sabem. Todos estamos aprendendo e ninguém sequer pode assumir que sabe mais. Por isso. Querer ouvir é fundamental.

Vivemos a era do conhecimento disponível em rede, mas ainda não conseguimos coordenar o que isso pode realmente significar em termos de alcance na construção da felicidade. Temos muito mais a compreender. Saber sem felicidade é saber inútil. O que mais na vida vale alem da felicidade? Na verdade estamos aqui para isso.

O nosso destino é conseqüência das nossas crenças e estas todas, sem exceção, foram adquiridas. Mudá-las está nas nossas mãos. Devemos assumí-las como são para aperfeiçoá-las, com coragem, garra, determinação, consciência e, sobretudo com o coração. Os sentimentos estão em nós, no pedaço de nossa maior semelhança com Deus. Eles precisam ser libertados.

O Pacto de Cooperação do Ceará é apenas uma luz que clareia para que possamos enxergar o outro e ampliar o diálogo construindo confiança mútua e juntando força na riqueza das nossas complementaridades. Essa é a regra do sal to quântico e a centelha divina que está em nossas mãos. Precisamos assumí-la em todas as situações da nossa vida.

Em nome de todos os que nesses quase dez anos cuidaram para manter viva a chama do diálogo e da cooperação, nos mais diversos ambientes do pacto, agradeço à Federação das Indústrias do Estado do Ceará por esse troféu tão cheio de significados para a nossa ousadia e tenacidade no aprendizado da cidadania, que afinal é à busca da compreensão do outro e da natureza que nos cerca.

Dedico este troféu a todas as pessoas que acreditam e praticam esse sonho de insistir na audácia de estimular o dialogo entre contrários e semelhantes na busca da autodeterminação coletiva - o caminho da inclusão, da integração e da sustentabilidade.

Nesse natal e no ano novo que inaugura um novo século peçamos a Deus "que seja para o bem o que nós com o coração queremos fundar, o que nós com as nossas cabeças, com meta segura, queremos conduzir". (Rudolph Steiner)

Muito obrigado.

* Transcrito do original

Indique para:

Newsletter:

(85) 3421.5473 / Av. Barão de Studart, 1980, Aldeota - Fortaleza-CE
© Todos os direitos reservados ao CEDIP