DISCURSO PROFERIDO PELO PRESIDENTE DA FIEC, Dr. LUIZ ESTEVES NETO, POR OCASIÃO DA SOLENIDADE DO “DIA DA INDÚSTRIA”.
Fortaleza, 25 de maio de 1992.
Os que fazemos a Federação das Indústrias do Estado do Ceará temos razão em nos mostrarmos jubilosos nesta data.
Esta comemoração festiva não é gratuita nem descabida.
Ela é o registro do muito que fez a atual diretoria consciente de seu papel de defensora dos interesses das industrias casados com o objetivo maior de promover o desenvolvimento do Estado e contribuir de modo efetivo para a paz social e a justa distribuição da riqueza.
E de tal forma isso ë perseguido pela FIEC que neste ano apontamos como maior realização o inicio do funcionamento da 2ª cozinha industrial do SESI, em Maracanaú, permitindo o fornecimento diário de 30.000 mil refeições aos nossos parceiros, os industriários, que conosco lutam a boa luta de fazer grandes a nossa terra e o nosso povo.
Essa preocupação com o social não nos demitiu das outras obrigações e com tal proficiência nos aplicamos a essa tarefa que ai estão os números mostrando que a indústria cearense cresceu no ano passado 5,6 por cento, muito acima da queda de 1,4% no restante do nordeste e do estacionamento em zero do Brasil como um todo.
Também, aí está o Instituto Nacional de Seguros, o INSS, publicando que o Ceará, é o estado que nos últimos meses registrou a maior arrecadação no nordeste lhe garantindo superávit nos últimos 5 meses.
Os que fazemos a indústrIa Cearense temos razão para olhar sem sentimento de culpa e sem desânimo o que estamos fazendo e implantando.
Todos os segmentos industriais estão vivos e palpitantes, uns com desempenhos extraordinários como o da industria de mineração que registra um aumento de 28,2% ou como o da industria de transformação que alcançou o percentual, de crescimento 6,7%. outros setores enfrentando algum tipo de dificuldade ou percalço, longe de desestimular e abater o industrial injeta ânimo e entusiasmo na absoluta consciência de que os problemas existem para serem enfrentados e solucionados.
Sim, temos problemas identificados.
Exemplo ë o acompanhamento que fazemos, ha pelo menos dez anos, da produção algodoeira absolutamente indispensável para garantir nas mãos do Ceará da manutenção do seu polo têxtil já colocado entre os 3 primeiros do Brasil.
Por igual, na companhia do Governo do Estado e do setor produtivo, nos lançamos a obra de encontrar a convivência de todos os interesses em jogo, mais do que isso,de uma solução harmônica em que seja defendida a maior riqueza atual da nossa economia - a agro-indústria do caju - de tal forma ligada ao nosso Ceará, que nele concentra uma exportação anual de US$ 100.000.000.
Os que fazemos o Ceará, todos nós, governo em todos os seus patamares e povo, temos motivos sobejos para participar festivamente do "Dia da Industria", a partir da constatação de que o setor secunda rio responde com cifras e fatos irretorquíveis à parcela de trabalho que lhe é posta nas mãos pelo estilo e comportamento dos governos modernos e operosos que aqui se instalaram; não há como desconhecer e seria injusto não proclamar que o governo também se calca nessa filosofia do comportamento e de trabalho.
Trabalho que surge aberto e inteiro, quando as estatísticas indicam que o produto interno bruto do ceara cresceu 3,6% em 1991, três vezes mais do que o Brasil que ficou em 1,21 %.
Crescer por crescer porém não significa mérito nem dá direito a aplauso.
Merece louvor é a aplicação do produto desse crescimento de forma judiciosa, consciente, equilibrada e voltada para objetivos concretos e capazes de promoverem ação multiplicadora. É o que faz o ceara quando aplica 17 milhões de dólares por mês em investimentos, igualando-se aos índices dos mais ricos estados do país.
Sim, tais resultados merecem registro e até comemoração.
Mas não autorizam porém a relaxar nossa luta contra as condições ingratas da nossa realidade econômica.
O Saneamento da Administração Publica, ao por em dia as finanças do estado, a moralização do trato e aplicação dos recursos, devem servir de tapete para inéditas e mais audaciosas caminhadas.
A Indústria acompanha o que a secretaria da industria e do comércio faz nesse sentido e ela também afirma peremptória e incisivamente que esta em marcha batida ainda mais quando vê surgir,por iniciativa privada, um instrumento da monta e significado do pacto de cooperação estado/empresas, centro pesquisador de oportunidades e empreendimentos que vão desde o amparo ao menor de rua até a real possibilidade de envolver o ceara na industria petroleira, aqui instalando, o sonhado e ambicioso pólo petroquímico do Mucuripe.
Meus senhores e minhas senhoras:
Os que fazemos o Brasil talvez não tenhamos motivos para comemorar, ainda este ano, o Dia da Indústria.
O Cenário da economia nacional aonde se misturam como lamentável pano de boca uma resistente inflação instalada na casa dos 20%,e uma recessão que se aprofunda e amplia, é uma interrogação levantada para o futuro.
Além disso, com o compromisso, o governo federal às voltas não somente com os gravíssimos problemas da "República" se deixa envolver lamentavelmente com fatos de ordem pessoal e até familiar, nos autorizando a questionar qual será 0 nosso amanhã.
E nós indústria, não por vontade e ação próprias, estamos sem sombra de dúvida, senão comprometidos pelo menos envolvidos por esse lamentável estado geral do nosso País.
Envolvimento porém, que nos torna, isso sim, decididos a dar nossa contribuição pelo exemplo de trabalho e seriedade no cumprimento de nossos deveres de cidadãos.
Cidadãos, primeiro brasileiros, depois cearenses.
E a identificação desses óbices não nos alquebram porque para os novos desafios e as novas batalhas; temos líderes da qualidade e da bagagem de serviços e trabalho prestado como o Senador Mauro Benevides, Fernando Nogueira Gurgel, e Ivens Dias Branco.
Senador Mauro Benevides : um dos mais tradicionais e respeitado político cearense, presidente do Senado Federal e Congresso Nacional, com uma trajetória típica dos homens públicos que primam por uma ascensão gradual, repousada no reconhecimento dos seus méritos no exercício dos seus muitos cargos públicos que ocupou. Defensor implacável e intransigente dos interesses do Ceará, tem honrado o senado federal com sua postura conciliadora, mas de firme decisão na valorização da instituição que tão bem preside. Honrado, respeitado e admirado por suas qualidades que o enaltecem como figura proba e integra em um momento de tão difícil compreensão acerca do papel dos homens públicos. o seu currículo recheado de funções, trabalhos publicados da maior importância para a vida nacional, além de inúmeros títulos;medalhas e condecorações, refletem o acerto desta casa em homenageá-lo na nossa mais representativa efeméride.
Fernando Nogueira Gurgel: Um dos empresários lideres do setor metalúrgico, teve seu desenvolvimento pessoal forjado na luta persistente e sem pré vitoriosa nos desafios que ousou enfrentar, de simples auxiliar de escrita da Siqueira Gurgel, é, hoje, o diretor presidente da metalúrgica cearense, empresa moderna e modelo, em toda a região nordestina e, quiçá, no país. Por sua intensa atuação em nossa sociedade sempre tem sido agraciado com diversas comendas e títulos e tem-se feito presente a vários seminários e simpósios dentro e fora do país, numa permanente busca de atualização na área industrial em que muito bem participa.
FRANCISO IVENS DE SÁ DIAS BRANCO: outro grande líder da indústria cearense, destacando-se no setor alimentício onde atual com forte domínio no mercado nacional. o seu notável trabalho empresarial foi construído na base da ousadia, coragem e capacidade para os negócios: não se contentou com o seu desempenho apenas no setor de alimentação, mesmo ultrapassando as fronteiras do ceará e firmou-se em vários estados nordestinos, ingressando com o mesmo sucesso e credibilidade nas atividades de hotelaria, agroindústria, imobiliária e serviços. Tem procurado, em acordo com o seu espírito jovem e dinâmico, aprimorar-se nos seus conhecimentos, participando de cursos, seminários e conferências no exterior. Ex-diretor desta casa, ocupou cargo durante a gestão do presidente Thomás Pompeu de Sousa Brasil Netto.
Meus senhores e minhas senhoras:
O lema desta Casa da Indústria sempre foi: Trabalho aplicado e sem desfalecimento de olhos postos em resultados palpáveis e inquestionáveis.
O Governo do Estado também afirma hoje que o "Ceará é trabalho". Eis por que, apesar das inquietações e indagações, que enredam nosso País os industriais Cearenses se recusam a permanecer manietados, no malfadado túnel que deverá, algum dia, ter uma luz no seu final. Nós preferimos ficar na liberdade da planície cearense, já vendo no horizonte bruxulear uma tênue luminosidade que nos autoriza a proclamar, com humildade e sem falsa euforia: Está bom e vai melhorar.