Discurso de agradecimento pronunciado pelo DR., JOSÉ FLÁVIO COSTA LIMA, Presidente da-Federação das Indústrias do Estado do Ceará, em nome das entidades de classe homenageadas com o TROFÉU Tribuna do Ceará em 13/08/81.
Quais seriam as motivações de Tribuna do Ceará ao nos conferir esse Troféu? Tratando-se de um jornal sério, plenamente identificado com as responsabilidades inerentes à imprensa independente e livre do nosso País e do nosso Estado, a homenagem deixa-nos, ao mesmo tempo, honrados e estimulados.
Todos que aqui estamos queremos recebê-la em nome das entidades que representamos e nas quais, como seus dirigentes, apenas fazemos aquilo que elas objetivam nas suas modernas finalidades institucionais.
Pois, se no século passado Proudhon já acenava à capacidade política das classes trabalhadoras, achamos que nós, os empresários, também a temos e queremos assumí-la através das nossas entidades, na medida das nossas responsabilidades sociais, as quais, ao invés da oposição de classes,.nos induzem ao processo dialético do consenso.
E que, longe do interesse imediatista e individual, de par com o crescimento da riqueza que promovemos, temos reclamado os postulados da democracia representativa, sem perder de vista o essencial fator de justiça social que se insere na filosofia do neo-capitalismo.
Não entendemos a segurança econômica como um privilégio do proprietário. Ela há de se estender ao indivíduo que, pelo trabalho, participa da sociedade e terá de significar, para o trabalhador, uma justa participação nos resultados do crescimento social.
Sabemos do momento sério e difícil que temos diante de nós, o "PERÍODO TORMENTOSO" que o ediatorial de hoje, da Tribuna, tão bem retratava.
Sem embargo das causas externas, sem embargo dos problemas mundiais, forçoso é reconhecer a fragilidade social do nosso País, pobre de homens públicos que é. Essa deterioração dos quadros, a que se referia o editorial, ao nível de ruptura do equilíbrio social, ê fruto exatamente daquela carência ,que resulta na desor ganização que ai está em processo continuo.
Ela atinge a empresa privada e já comprometeu a empresa pública, cuja ineficiência vem torná-la economicamente inviável, em prejuízo direto de seus empregados e da Nação como um todo.
Já se disse que num País onde se desencoraja a empresa privada ao mesmo tempo que se deteriora a empresa pública, nem se está preparando para uma expansão capitalista, nem para uma socialização, mas se está indo, simplesmente, ao impulso de uma corrente descendente, que pode ancorá-lo numa estagnação, ou precipitá-lo na desordem social.
Sem dúvida, estamos presas daquelas causações regressivas decrescentes de que nos fala Myrdal, que importa urgentemente reverter.
No seu discurso de posse, dá-nos o novo Chefe da Casa Civil, do Presidente Figueiredo, a dimensão do problema nacional, cuja solução situa no compromisso de todas as classes - dirigentes, produtores e trabalhadores, pela viabilidade do projeto brasileiro, que há de repousar na "consonância da inteligencia moral e política com os progressos da inteligencia especulativa, cientifica e técnica.
Considero que as entidades de classes cearenses estão mobilizadas para tanto. Por isso, Tribuna do Ceará, que é um Jornal a serviço do povo cearense e do seu progresso, entendeu de dar-nos seu TROFEU.
É com essa confiança que nós o recebemos.
MUITO OBRIGADO.
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