[Discurso] Luiz Esteves Neto

DISCURSO DO PRESIDENTEDA FIEC, Dr. LUIZ ESTEVES NETO POR OCASIÃO DAS COMEMORAÇÕES DO “DIA DA INDÚSTRIA”.
Fortaleza, 25 de maio de 1990.

A cada ano, a 25 de Maio, em consonância com a indústria brasileira, esta Federação promove no Ceará as comemorações que assinalam o "DIA DA INDÚSTRIA".

E a constância da festividade já tornou o evento uma tradição.

Este ano não conseguimos fugir ao questionamento dessa realização quando, aparentemente não existiriam motivos para festa e alegria.

Pelo contrário, se justificaria inevitável sensação de inconformidade e insegurança.

Enfrentamos assim o velho e eterno dilema fazer ou não fazer?

Ceder ao pessimismo e a passividades deixando as circunstâncias negativas ao dia de hoje tarjarem de negro a data da Indústria? Ou nos confessamos cultores do otimismo responsável e combativo?

Para adotar a segunda hipótese - a do otimismo - teríamos que encontrar razões explicativas e, sobretudo, aceitáveis.

Lançamo-nos nessa busca .

E quando, tivemos a ousadia de para aqui chamar as mais altas e gradas autoridades os mais representativos e dinâmicos empresários, os mais caros amigos e todos os industriais do Ceará, o fizemos na certeza da validade de não nos entregarmos ao desanimo, de aderirmos de corpo e alma a tarefa de olhar em frente e adiante.

O homem nunca foi só presente.

Sempre herdou um passado pelo qual não é responsável e a perspectiva de um futuro para ele mesmo a ser construído.

O hoje pode beber no ontem o ensinamento e a experiência e, assim instrumentado, prever e arquitetar o amanhã.

Mas não pode se utilizar a herança malfadada para se eximir da sua responsabilidade perante seus filhos e as gerações subseqüentes.

Esta é a nossa tarefa, este é o nosso cometimento e dele não vamos fugir.

Somos conscientes do momento crítico que atravessamos. Acompanhamos o esforço da administração estadual em por em ordem a casa deteriorada e mal arrumada onde se viu obrigado a atuar. Acompanhamos a tentativa hercúlea, mas não desesperada, gigantesca, mas não in, de colocar as finanças e a economia a maneira pelo menos em razoável seriedade e a segunda em condições de garantir a absoluta necessidade de demarragem do nosso desenvolvimento.

Seria desleal não afirmar que a ansiedade popular já começa a se inquietar com a demora do cumprimento das metas econômicas do Governo.

Seria, porém, injustiça não fazer aqui o elogio do realizado e o reconhecimento do alcance das metas financeiras computadas a duras penas atropeladas pela instabilidade sócio-econômica que atinge o País.

Pais em perigo iminente de se perder na sua complexa potencialidade, evidentemente gerida cada vez mais com incompetência e, até irresponsabilidade.

Incompetência e irresponsabilidade debitáveis a nós próprios, cidadãos empresários ou não, passiveis e acomodados diante da petulância dos assaltantes desonestos dos poderes, dos assaltantes oportunistas das lideranças de qualquer nível social, dos assaltantes da paz, da tranqüilidade e da ordem indispensáveis a construção e manutenção de um anseio forte e sobrevivência.

Cada um pode dar sua contribuição à tarefa de mudar esse quadro.

Ao decidirmos comemorar o Dia da Indústria pretendemos cumprir uma pequena parte de nossa tarefa.

Hoje pela manhã, no Distrito Industrial de Maracanaú lançamos o marco da 2ª cozinha industrial do SESI no Ceará.

Dentro de aproximadamente seis meses estaremos o atendimento de refeições por dia e a preços módicos num total de 30.000 diárias.

Isso é atender aos reclamos dos nossos colaboradores. É a prática de política social programada e pragmática, dosada nos limites de nossa capacidade de ação, não prometida mas pacientemente estudada e planejada para não fugir à certeza de sua concretização.

Nesta festiva noite do Dia da Indústria, aqui estamos cercados pela alegria de receber nossos amigos.

Queremos lhes dizer da nossa crença no hoje de olhos postos no futuro sem deixar de olhar o passado para dele bebermos sabedoria e ensinamento.

Por isso é que aqui estamos lançando o livro "Processo Histórico de Industrialização do Ceará"

Senhor Governador,

Senhores convidados

Meus Senhores e Minhas Senhoras:

Pela manhã, no SESI de Maracanaú, reverenciamos o Trabalho e o por vir.

.Agora, homenageamos a Idéia e a Memória.

Dissemos, no início dessa palavra que deveríamos justificar a adesão à esta solenidade pela opção que fizemos pelo otimismo e pela crença no futuro.

Por que não crer?

Se estamos empenhados toda sociedade cearense em várias frentes de luta.

Quem entre nós não lembra da Campanha pro ZPE, da Refinaria, da Siderurgia," da interiorização, do desenvolvimento, apoio aos desabrigados e flagelados, da batalha pela recuperação da produção agrícola, da cruzada contra a discriminação desencadeada pelos Cartórios e monopólios de alguns estudos do centro-sul, dos malefícios causados pela inflação na justa paga dos nossos assalariados, da necessidade sagrada de defender a democracia plena e efetiva da vigilância e defesa contra os que se arregimentam e municiam para defesa e sustentação de incentivos capazes de levantar as Regiões subdesenvolvidas.

Temos de crer e nos rejubilarmos porque esta e mais do que uma comemoração ao Dia da Indústria, e o nosso compromisso com a alma e o corpo, e nosso definitivo compromisso com o HOMEM.

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