Nasceu a 26 de julho de 1920 em Pombal, no sertão paraibano, filho de Maria Alice Monteiro Furtado e Maurício de Medeiros Furtado. Após seus estudos secundários no Liceu Paraibano e no Ginásio Pernambucano do Recife, chega ao Rio em 1939, entra para a Faculdade Nacional de Direito e começa a trabalhar como jornalista na Revista da Semana.
Em 1943, é aprovado no concurso do DASP para assistente de organização, indo trabalhar no Rio e em Niterói.
No ano seguinte, cursa o CPOR, conclui o curso de Direito em 1944, e é convocado para a Força Expedicionária Brasileira. Com a patente de aspirante a oficial, segue para a Itália, servindo, na Toscana, como oficial de ligação junto ao V Exército norte-americano, e sofre um acidente em missão durante a ofensiva final dos aliados no Norte da Itália.
O paraibano Celso Furtado, desde cedo, distinguiu-se por sua inteligência privilegiada e por seu interesse pelo Brasil.
Em 1948, obteria o doutorado em Economia, em Paris . Casa-se com Lúcia Tosi.
Em 1949, passou a trabalhar na recém-criada Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), em Santiago, no Chile, quando passou a defender a reforma agrária e a industrialização voltada para o mercado interno. Nasce seu filho Mário.
Regressou ao Brasil em 58, tornando-se diretor do Banco Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), elabora para o governo federal o estudo "Uma política de desenvolvimento para o Nordeste", origem da criação, em 1959, da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), com sede no Recife.
Em 1962 e 63, atuou como Ministro do Planejamento durante o governo João Goulart.
Por razões de ordem política ,”o golpe militar de 1964” - retiraram-no de cena, obrigando-o a exilar-se. Não lhe faltou, porém, reconhecimento internacional, e logo estava atendendo a convites de instituições estrangeiras, sendo o primeiro estrangeiro contratado da Sorbone, em Paris, lecionando ainda nas universidades de Harvard e Cambridge. Com a anistia política, retornou ao País, em 1979. Casa-se com a jornalista Rosa Freire D’ Aguiar. Com a volta da democracia, Celso Furtado foi designado embaixador junto à Comunidade Européia (1985-86) e, de 1987-90 integra a South Commission, criada e presidida pelo presidente Julius Nyerere, e formada por países do Terceiro Mundo para formular uma política para o Sul. Entre 1993-95 é um dos doze membros da Comissão Mundial para a Cultura e o Desenvolvimento, da ONU/UNESCO, presidida por Javier Pérez de Cuéllar. Entre 1996-98 integra a Comissão Internacional de Bioética da UNESCO. Em 1997 é organizado em Paris, pela Maison des Sciences de l'Homme e a UNESCO, o congresso internacional "A contribuição de Celso Furtado para os estudos do desenvolvimento", reunindo especialistas do Brasil, Estados Unidos, França, Itália, México, Polônia e Suíça. No mesmo ano é criado pela Academia de Ciências do Terceiro Mundo, com sede em Trieste, o Prêmio Internacional Celso Furtado, conferido a cada dois anos ao melhor trabalho de um cientista do Terceiro Mundo no campo da economia política. É Doutor Honoris Causa das universidades Técnica de Lisboa, Estadual de Campinas - UNICAMP, Federal de Brasília, Federal do Rio Grande do Sul, Federal da Paraíba e da Université Pierre Mendès-France, de Grenoble, França.
Autor de 32 livros, traduzido para 53 idiomas, em agosto de 1997 é eleito para a cadeira n. 11 da Academia Brasileira de Letras. Empossado em 31 de outubro, é saudado pelo Acadêmico Eduardo Portella.
A Medalha do Mérito Industrial que recebeu da FIEC, na cidade do Rio de Janeiro, em novembro de 2001, é mais uma demonstração do quanto ele continua como referência para os que defendem uma política de valorização dos recursos nacionais e de uma integração soberana do Brasil no mercado internacional.
· Comenda Medalha do Mérito Industrial/FIEC 2001.