Nascido no município de Aurora/CE e batizado com o nome de Francisco Newton Quezado Cavalcante. Iniciou a carreira aos 16 anos, em 1955, no jornal Gazeta de Notícias, quando se ofereceu para escrever sobre a vida social de Fortaleza à época.
Lúcio Brasileiro, nome de guerra que lhe foi dado pelo primeiro “patrão”, o jornalista Luiz Campos. De lá para cá, passou de autor à personagem, tendo acesso fácil aos salões mais importantes da sociedade cearense e do poder constituído, conhecendo, como poucos, o universo daqueles que decidem no Ceará.
Excêntrico por natureza, Lúcio se diz tímido e que sofre de complexo de inferioridade, o que o fez morar na praia do Cumbuco, em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza. Mas apesar disso, tudo em Brasileiro é superlativo. Autodidata, em entrevista concedida ao jornal O Povo no ano passado, se disse a “maior autoridade” em copas do mundo, ditadura militar e em tudo sobre o filme Casablanca, longa-metragem que garante ter assistido mil e cem vezes, até agora.
Polêmico e surpreendente, é capaz de alternar reações como uma gargalhada que enche o salão principal em seu restaurante, o Ugarte, às intensas emoções repentinas que se exacerbam quando o assunto o incomoda. Quando o assunto é a própria coluna, a modéstia desaparece, considerando-a uma das mais lidas do jornalismo local. E sentencia: “A pessoa que se desinteressa pela minha coluna é porque tem problema de idade, de velhice ou sofre de decadência mental”, declara.
O colunista Lúcio Brasileiro, foi homenageado, pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), com a outorga do Troféu Cidadania. O prêmio foi entregue em solenidade ocorrida no auditório Waldyr Diogo, na noite de 8 de dezembro. A homenagem da FIEC é um reconhecimento aos méritos do colunista, que completa 50 anos de jornalismo.
De acordo com o presidente da FIEC, Jorge Parente Frota Júnior, o homenageado de 2005 foi escolhido por unanimidade pela Diretoria Plena da FIEC, em reconhecimento aos serviços prestados em seus 50 anos de atividade jornalística. A credibilidade conquistada ao longo da carreira, na opinião de Jorge Parente, foi decisiva para a indicação de seu nome ao troféu.
A honraria, concedida pelo sexto ano consecutivo, foi criada no ano de 2.000, como parte das comemorações do cinqüentenário da FIEC, para homenagear personalidades e instituições do Estado que durante o ano atuaram em prol do exercício da cidadania.
Troféu FIEC - Cidadania 2005
08 de dezembro de 2005
Para parabenizar a FIEC pela seleção, pelo critério utilizado até hoje, excluído hoje na escolha do Troféu Cidadania, que inclui o meu próprio jornal: “O Povo”.
Quero parabenizar pela escolha de Luiz Campos, “meu pai”, para fazer a saudação, e pela entrega por parte da maior figura desta casa: Luiz Esteves Neto.
Gostaria de contar uma história da minha profunda ligação com a FIEC, que vem, que remonta aos tempos da Rua Major Facundo.
Foi quando, sem que ninguém me pedisse, nem o próprio candidato. Eu telefonei para presidentes de sindicatos, que eu não conhecia. Quatro ou cinco deles, me lembro que dois deles: o Sr. Bezerra, do Sindicato da Madeira; e o Sr. Wilson Monteiro, do Sindicato dos Refrigerantes, das Bebidas não Alcoólicas. E que eu disse assim: olhe! Nós temos que eleger “fulano de tal” para presidente. Mais por que? Você não está gostando do atual presidente? Não! Não é isso não! É porque precisamos dar uma mexida! Esse é o nome! E olha bem, a pessoa não me pediu e até hoje não sabe – não sei se por minha influência, mas de qualquer maneira eu tive a iniciativa. Esse “fulano de tal” chama-se José Flávio Leite Costa Lima. E quero também dizer que as minhas ligações passaram para a nova geração.
Eu, com muito prazer e muita honra, recebi uma mensagem de Tasso Jereissati – muito antes de falar que Tasso Jereissati seria o governador, para que eu recebesse o Sr. José Antonio Nascimento Brito, que era Diretor do Jornal do Brasil. E que ia visitar aqui o Ceará. E eu dei um jantar na minha casa – eu morava na época no Iracema Plaza Hotel. À sobremesa, tava tudo indo muito bem, eu fui com o Tasso conversar na sacada. E quando eu voltei pra sala, tinha acontecido uma tragédia. E tava todo mundo uns olhando pra cara dos outros. Toda aquela maravilhosa geração que inclui Amarílio, Beni, Sérgio Machado, Assis Machado, Cândido Quinderé e Byron Queiroz. A gente sempre esquece alguém...
Mas então, tava todo mundo olhando um para cara do outro. Era que o garçom tinha trocado o sal pelo açúcar. E botou sal no café ao invés do açúcar. Mas eu quero parabenizar essa Federação, a FIEC, que está me outorgando essa honraria, também pelo futuro. Pela seleção, pela verdadeira seleção brasileira, pelo verdadeiro escrete que a lista de possíveis candidatos à sucessão próxima. Em rigorosa ordem alfabética: o Alexandre Pereira; o Álvaro de Castro Correia; o Ednilton Soárez; o Hermano Franck; Ivan Bezerra; e Roberto Macêdo.
Todos eles, e cada um, com todas as condições de suceder o inimitável, Jorge Parente.
Muito obrigado.
* Transcrito em 09/03/2006.
Resolução N.º 08/2005
A DIRETORIA da FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO CEARÁ - FIEC, na conformidade da Resolução nº 12/2000, de 28/12/2000, que instituiu o TROFÉU CIDADANIA, para outorga anual,
CONSIDERANDO o decurso de 50 anos de jornalismo social e político do jornalista Lúcio Brasileiro, Sr. Francisco Newton Quezado Cavalcante.
R E S O L V E:
Fortaleza, 16 de novembro de 2005
Jorge Parente Frota Júnior
Presidente
Ivan Rodrigues Bezerra
1º Vice-Presidente
Hermano Franck Júnior
Diretor Administrativo
Álvaro de Castro Correia Neto
Diretor Financeiro
José Moreira Sobrinho
Diretor Administrativo Adjunto
José Fernando C. Branco Ponte
Diretor Financeiro Adjunto