H2LATAM Summit Brazil 2025: instituições debatem oportunidades e desafios da cadeia mundial de H2V no segundo dia de evento
Debates sobre as oportunidades e os desafios do desenvolvimento da cadeia mundial de hidrogênio verde (H2V) marcaram, nesta quinta-feira (09/10), o segundo dia do H2LATAM Summit Brazil 2025, na Casa da Indústria. Iniciativa do Programa Internacional de Incentivo do Hidrogênio (H2Uppp) e do Ministério Federal da Economia e Energia da Alemanha (BMWE), o evento reúne especialistas, autoridades e empresários para discutir a transição energética e fomentar a economia do H2V.
Com a participação de representantes do poder público do Brasil e de países como Alemanha, Colômbia, Chile e Uruguai, o painel “Soluções e desafios para negócios sob a ótica de instituições governamentais” apresentou experiências nacionais e internacionais na criação de políticas de incentivo à produção de hidrogênio, assim como os entraves tecnológicos e organizacionais para consolidar a indústria.
Palestrante principal do debate, Bety Chu, Chefe da Unidade de Negócios de Transformação Sustentável na NRW.Global Business, agência de desenvolvimento econômico do estado da Renânia do Norte-Vestfália, na Alemanha, traçou um panorama do setor industrial na região e ressaltou a meta de alcançar a neutralidade climática nos próximos anos, o que deve aumentar a demanda local por fontes de energia limpas como o hidrogênio verde.
O Brasil tem potencial para se tornar um forte parceiro, afirmou Bety. “O hidrogênio não é apenas um combustível do futuro, é a ponte entre as nossas economias. A Renânia do Norte-Vestfália tem a demanda, a infraestrutura e o conhecimento técnico. O Brasil tem a capacidade renovável. Vamos conectar o potencial renovável do Brasil e a força industrial da Renânia do Norte-Vestfália, transformando essa parceria em prosperidade para as duas regiões”, destacou.
O painel também contou com a presença de Brigida Miola, Secretária Executiva da Indústria do Ceará, e da Diretora do Departamento Europeu de Comércio Exterior da Renânia do Norte-Vestfália, Anna Haas, que celebraram a assinatura, no primeiro dia do H2LATAM Summit Brazil 2025, de uma Carta de Intenções entre o Governo do Ceará, a Renânia do Norte-Vestfália e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), que prevê diálogo estratégico em áreas como energias renováveis e fontes climaticamente neutras, economia ambiental, beneficiamento de matérias-primas, logística portuária, formação e mobilidade de mão de obra qualificada, entre outras temas.
“Esse acordo não foi apenas mais um ato simbólico, mas o início de mais uma cooperação que o Estado do Ceará faz, agora com a Renânia do Norte-Vestfália, que são dois territórios que compartilham a mesma visão de futuro de uma economia de baixo carbono”, afirmou Brigida Miola. “De um lado, nós temos o Ceará, que sempre foi pioneiro nas energias renováveis e que tem colocado o Brasil no mapa mundial do hidrogênio verde. Do outro, temos uma das regiões mais industrializadas, mais tecnológicas da Europa, que pode agregar bastante valor e trazer conhecimento para o nosso estado, para continuarmos desenvolvendo o Hub de Hidrogênio Verde”, acrescentou.
Para Anna Haas, o acordo é um “símbolo de confiança, parceria e ambição compartilhada” entre as instituições. Ela pontuou que a parceria poderá gerar oportunidades como a implementação de uma cadeia de valor de hidrogênio verde, desenvolvimento de pesquisas e formação de profissionais. “O que nos une é maior do que qualquer projeto individual. É a crença na inovação e de que a inovação, a indústria e a ação climática podem andar de mãos dadas, e de que a cooperação sempre vence a competição. Então, vamos transformar esta parceria em algo vivo, duradouro e inspirador”, disse.
Também participaram do debate Eduardo Acuña, Chefe da Divisão de Desenvolvimento de Projetos do Ministério da Energia do Chile; Federico Rehermann, Representante do Ministério da Indústria, Energia e Mineração do Uruguai; Karina Araújo Sousa, Diretora do Departamento de Transição Energética do Ministério de Minas e Energia do Brasil; Melissa Valencia, Representante do Ministério de Minas e Energia da Colômbia; Vitor Brasil Paixão da Costa, Representante do Ministério dos Portos e Aeroportos do Brasil; e Hanna Tatarchenko Welgacz, Representante da APEX Brasil.
Os gestores compartilharam ações promovidas em cada país para fomentar a indústria de hidrogênio verde nos âmbitos de regulamentação, infraestrutura, pesquisa e capacitação.
No Brasil, Karina Araújo citou avanços como a implementação da Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, em 2024, que inclui regras e benefícios para estimular a produção do combustível no país.
“Esse foi um grande avanço, decorrente de 2020, 2021, quando estabelecemos diretrizes, instituímos o Programa Nacional de Hidrogênio e estabelecemos eixos que direcionam o avanço em diferentes frentes necessárias para esse mercado, com ações concretas de capacitação, inovação tecnológica, conhecimento, treinamento”, explicou Karina. “É uma longa jornada. O hidrogênio, como todas as novas tecnologias, tem ondas, e acredito que estamos, agora, na onda de amadurecimento dos projetos e das políticas públicas, especialmente a regulação”, completou.
Já países como a Colômbia ainda enfrentam desafios institucionais, a exemplo da conexão intersetorial, e de mercado, como a criação de uma demanda interna para o hidrogênio verde, afirma Melissa Valencia. “Criar a demanda para que o hidrogênio possa decolar internamente e só depois pensar em exportação e ter esses contratos de longo prazo ou esquemas de partilha de riscos com offtakers são alguns dos desafios que encontramos”, pontuou.



Sobre o H2LATAM Summit
O H2LATAM Summit é uma iniciativa do H2Uppp, do Ministério Federal da Economia e Energia da Alemanha (BMWE). Implementado pela agência de cooperação alemã Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, com apoio das Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHKs) do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, o H2Uppp apoia o engajamento empresarial na expansão do hidrogênio no Sul Global. O programa também promove a criação de parcerias estratégicas entre empresas alemãs, europeias e brasileiras, abrangendo toda a cadeia de valor do hidrogênio verde.





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