SENAI Ceará participa do upgrade do Capacete Elmo
Está em fase avançada de testes a nova versão do Capacete Elmo, equipamento que proporciona terapia não invasiva para pacientes com Covid-19. A ideia é que a nova versão do Elmo seja utilizada para tratar problemas respiratórios além da Covid-19. Até o fim deste ano, o equipamento deve ser liberado para utilização em ambiente hospitalar.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Ceará) participa do desenvolvimento da nova versão, que está sendo realizado no Laboratório do Departamento de Tecnologia da Inovação da Universidade de Fortaleza (Unifor), em Fortaleza, pela mesma equipe multidisciplinar que está no projeto desde o início.
A equipe que está trabalhando no Elmo 2.0 é formada por integrantes do SENAI Ceará, da Unifor, da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) e da Esmaltec.
Essa segunda fase começou há menos de três meses. A Agência Nacional de Saúde (Anvisa) deverá avaliar o equipamento. Com a certificação, serão realizados testes de usabilidade e clínicos. Após isso, a expectativa é que entre em funcionamento até novembro, com eficácia superior a 60% para evitar intubação de pacientes.
"O Elmo 2.0 tem as mesmas funções, a mesma utilidade da primeira versão, que é evitar a intubação, mas estamos fazendo alguns aprimoramentos para melhorar a eficácia, alguns sensores que a primeira versão não tinha, para controle de pressão e temperatura, por exemplo", explica o Diretor regional do SENAI Ceará, Paulo André Holanda.
O uso de pacientes com enfermidades além da Covid-19 já começou. De acordo com informações da Escola de Saúde Pública (ESP/CE), a paciente Maria Regiane Ferreira da Silva, de 42 anos, foi a primeira pessoa internada no Pronto Atendimento a usar o capacete Elmo sem estar com diagnóstico de Covid-19. A experiência, exitosa, ocorreu na UPA Messejana, uma das unidades vinculadas à Sesa e administrada pelo ISGH. Na avaliação fisioterapêutica, seguida de um exame de raio-x e gasometria arterial, foi detectada a necessidade de um estímulo com pressão positiva para melhorar a condição da função respiratória da paciente.
Com o uso do capacete, Regiane da Silva conseguiu respirar com mais qualidade e o desconforto foi amenizado. Ela utilizou o equipamento no período em que estava em tratamento emergencial para controle de dor abdominal aguda em investigação. Após 48 horas de Elmoterapia, ela apresentou melhora da condição de insuficiência respiratória leve (de causa indeterminada), embora mantendo o quadro de inflamação abdominal em acompanhamento.