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Programa Brasil Mais Produtivo começa roadshows nacionais pelo Ceará, em evento na FIEC

07/06/2024 - 15h06

Na manhã desta quinta-feira, 06/06, a FIEC sediou o primeiro de uma série de roadshows de apresentação do novo Programa Brasil Mais Produtivo, em evento realizado pelo SENAI Ceará e pelo SEBRAE Ceará. A iniciativa irá impulsionar as micro, pequenas e médias empresas a melhorarem seu desempenho e ampliarem sua competitividade.

Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o programa destina R$ 2,037 bilhões para engajar mais de 200 mil negócios de todos os setores industriais, com atendimento presencial a 93 mil empresas, até 2027. Tudo isso, graças à parceria com instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). SENAI e SEBRAE são as entidades executoras do Brasil Mais Produtivo, com oferta de soluções que vão desde a sensibilização e o engajamento, o aumento da produtividade e da eficiência energética, até a transformação digital nas indústrias.

A mensagem do Presidente da FIEC e Vice-Presidente Executivo da CNI, Ricardo Cavalcante, foi lida pelo Diretor Regional do SENAI Ceará e Superintendente Regional do SESI Ceará, Paulo André Holanda, que o representou no evento.

“O impacto esperado do programa é significativo. No estado do Ceará, onde a indústria é responsável por 20,5% do PIB estadual, e contribui com 23% de toda a arrecadação do ICMS, a implementação deste programa será um grande impulsionador para a economia local. Além disso, as indústrias cearenses participam com 84% das exportações do estado. O Novo Brasil Mais Produtivo não é apenas um programa; é uma oportunidade para transformarmos nossa indústria, promovermos a inovação e aumentarmos a competitividade em um mercado global cada vez mais desafiador”, afirmou Cavalcante, em seu texto.

O Novo Brasil Mais Produtivo está alinhado às diretrizes da nova política industrial brasileira, lançada pelo Governo Federal no último dia 22 de janeiro. Assim, SENAI e SEBRAE atuam de forma conjunta, para identificar e diagnosticar gargalos de gestão e de produção, por meio de metodologias mais adequadas para as empresas atendidas, com o objetivo final de aumento de produtividade. No estado do Ceará, em pouco tempo, já bateu as metas do programa.

“O mínimo de aumento de produtividade nas empresas que se pretende atingir com este programa é de 20%. Isso, por si, já é um grande avanço. No Ceará, por exemplo, os setores industriais que tiveram mais adesão, atualmente, são os de alimentos, metalmecância, construção civil e moda. Em menos de três meses, conseguimos bater essa meta percentual nas 150 empresas pactuadas. E o Brasil Mais Produtivo pode abranger mais segmentos industriais”, comentou Paulo André Holanda. A meta é de que, até o final de 2024, o número de empresas atendidas pelo programa chegue a duzentas.

Também compuseram o palco de abertura: Carlos Geraldo Santana, Diretor de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)  Marcelo Priim, Diretor de Operações da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii); Flávio de Souza Marinho, Gerente de Negócios, Inovação e Tecnologia do SENAI Nacional; Carlos Eduardo Santiago, Gerente de Competitividade do SEBRAE Nacional; Joaquim Cartaxo Filho, Diretor Superintendente do SEBRAE Ceará; Dana Nunes, Superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) Ceará; Carlos Egberto Mesquita, Gerente do Instituto SESI SENAI de Tecnologia; e Sônia Parente, Gerente da Unidade de Educação do SENAI Ceará.

A apresentação do Programa Brasil Mais Produtivo foi feita por William Batista dos Santos, Consultor do SENAI Ceará.

O programa na prática

Para participar do Brasil Mais Produtivo, as empresas selecionadas precisam realizar um cadastro prévio na plataforma brasilmaisprodutivo.mdic.gov.br. “Existe o cadastro na plataforma indústria, para a empresa preencher os pré-requisitos e, então, é verificada, junto aos empresários, a possibilidade de extração de 20% de ganho de produtividade”, explicou o Consultor Líder do programa no Ceará, Paulo Miranda.

As modalidades de atendimento são:

1. Plataforma de produtividade
200 mil micro, pequenas e médias empresas, de todos os setores, engajadas na plataforma do programa. O acesso é gratuito, tanto para inscrições das empresas como para a indicação do interesse nos produtos do programa, ou para navegação no conteúdo disponibilizado por todos os parceiros institucionais (cursos, materiais e ferramentas sobre produtividade e transformação digital).

2. Diagnóstico e melhoria de gestão
50 mil micro e pequenas empresas industriais receberão ações 100% gratuitas de inovação e melhoria da gestão com a metodologia ALI do SEBRAE.

3. Otimização de processos industriais
30 mil micro e pequenas indústrias e 3 mil médias indústrias receberão consultorias especializadas, concomitantemente com a realização de assessoria em educação profissional para definição de trilhas de cursos de aperfeiçoamento profissional para os trabalhadores das empresas atendidas, com as metodologias do SENAI em manufatura enxuta e eficiência energética.

4. Transformação Digital
Em 8,4 mil micro, pequenas e médias indústrias serão aplicados projetos de PD&I para o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias que acelerem a adoção de tecnologias 4.0. Os projetos serão desenvolvidos por 360 novos provedores de soluções tecnológicas. Outras 1,2 mil médias indústrias receberão consultoria para um plano de transformação digital, além de acesso a descontos em cursos de pós-graduação.

Para Joaquim Cartaxo Filho, Diretor Superintendente do SEBRAE Ceará, os números mostram que investir na qualificação de micro e pequenas empresas causa reflexos positivos diretos na economia, como aumento da geração de emprego e competitividade - alvos do programa. “O estado do Ceará possui 662.350 CNPJ ativos, segundo a plataforma de inteligência de dados do SEBRAE. 88% deles (585.280), são micro e pequenas empresas. Se juntarmos indústria e construção civil, temos 95.032 CNPJ industriais - 91% deles são de micro e pequenas empresas. Então, os pequenos negócios têm que ser considerados”, disse.

A lógica é compartilhada por Carlos Geraldo Santana, Diretor de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). “Precisamos levar para esses empresários a digitalização e a eficiência energética que representam uma economia gigantesca, Consequentemente, haverá aumento de produtividade e de geração de emprego, porque vai sobrar dinheiro, já que as empresas terão suas perdas reduzidas. A indústria quer contratar mas, às vezes, os encargos e as perdas dificultam”, comentou.

O momento da indústria é agora

O Brasil Mais Produtivo, em sua essência, pretende incentivar as empresas a investir em produtividade, alinhadas à missão de transformação digital da indústria, dentro da nova política de neoindustrialização, ou seja, a modernização e a evolução da indústria, com foco na inovação, sem esquecer o compromisso ambiental e a integração com cadeias produtivas nacionais e internacionais.

Para Marcelo Priim, Diretor de Operações da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o cenário atual é o mais propício. “O momento da indústria é agora. Temos um Vice-Presidente (Geraldo Alckmin) que é Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; temos bilhões de reais em recursos FINEP, BNDS e Embrapii que tem um papel a cumprir na área de inovação. Temos recurso financeiro, talento e uma política industrial na agenda. Então estamos no momento certo e no local certo. O Nordeste tem se destacado na agenda de inovação nacional. Na Embrapii, entre as 94 unidades, as que mais contratam projetos estão aqui, no Nordeste; em específico, nas nossas unidades do Ceará,”

“O programa é um ecossistema de desenvolvimento industrial. Juntar as instituições como as que estão aqui, com a sua relevância, para oferecer o que elas têm de melhor, é único. Apesar do programa ter começado a apenas três meses, já estamos olhando para o ano que vem e o ano seguinte. Outras frentes virão, em breve.”, comentou o Gerente de Negócios, Inovação e Tecnologia do SENAI Nacional, Flávio Marinho.
 

 

 

 

Texto: Richell Martins
Fotos: José Sobrinho/FIEC

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