Primeiro dia de palestras técnicas do FIEC Summit traz debates sobre mercado de hidrogênio verde e iniciativas inovadoras

O primeiro dia de programação do FIEC Summit 2023 contou com uma rica série de palestras no Auditório Técnico, um espaço dentro do evento em que os participantes podem assistir às apresentações dos convidados.

O primeiro a apresentar-se foi o Superintendente Estadual do Meio Ambiente do Ceará, Carlos Alberto Mendes Júnior, com o tema "SEMACE - Processo de licenciamento ambiental das plantas de Hidrogênio Verde no Ceará". Na palestra, o Superintendente falou sobre o porte dos empreendimentos que estão chegando ao nosso estado, com a assinatura dos memorandos de entendimento (MoUs); sobre os aspectos que colocam o Ceará na vanguarda da produção de hidrogênio verde, como a iniciativa da decisão política, a posição de liderança nacional em produção de energia eólica, além do potencial do estado em produzir energia eólica off-shore.

Dentro da temática da palestra, Carlos explicou como tem sido feito o planejamento para o licenciamento do HUB do Hidrogênio Verde no Pecém.

Em seguida, o Diretor Global de Vendas - Digital Sustentabilidade da ABB, Leandro Monaco, palestrou sob o tema "Sistema de gerenciamento de energia para hidrogênio verde - ABB Ability™ OPTIMAX®". Mônaco citou que o desafio da realização dos projetos de hidrogênio no mundo passa pela relação entre a geração de energias renováveis, o consumo de hidrogênio e seus derivados e o preço da energia no mercado.

Para isso, a empresa, uma das patrocinadoras do FIEC Summit 2023, apresenta uma solução que é o sistema OPTIMAX®. "Ele é uma plataforma para coordenar múltiplos ativos para aumentar a eficiência, a redução de energia e a descarbonização, ou seja, um sistema de gerenciamento e otimização de energia", explica.

Na sequência, o palestrante foi o Jornalista Rodrigo Caetano, Editor de ESG da Revista Exame, com o tema “Revista Exame - Política de ESG”. Em sua fala, Caetano falou sobre a Agenda 2030 e a Transição Energética como oportunidade para o Nordeste, uma região que, segundo ele, tem uma previsão de crescimento de PIB à frente das outras regiões do país, mesmo com a menor renda média do Brasil. O cenário internacional também tem expectativas em relação ao nosso país. “Espera-se que o Brasil seja um agente de promoção da descarbonização. E o Nordeste precisa ter uma visão global, pois é um estado que saiu na frente inclusive na questão da educação”, comentou.

Outra palestra foi a de Luís Meca, Gerente Geral da Unidade de Power Consulting da Hitachi Energy na América Latina, com o tema “Estudos de viabilidade para projetos do setor de hidrogênio”. Meca apresentou as soluções que a empresa que ele representa oferece a empresas que desejam fazer estudos de viabilidade técnico-financeira para plantas de hidrogênio verde. Isso inclui verificação de mercado e tecnologias, tendências, estratégias e levantamento de regulações, além de modelagem técnico-econômicas que se adequam às necessidades de cada projeto. Luís apresentou projetos da Hitachi no Brasil e no mundo, e o gerador de energia movido a hidrogênio, criado pela empresa.

Representando o Instituto Mauá de Tecnologia, instituição de ensino superior baseada em São Caetano do Sul (SP), também palestraram: William Kurilov - Coordenador de Ensaios - e Gian Pasquale - estudante de Engenharia de Controle e Automação. Ambos apresentaram os diversos projetos do IMT para a criação de veículos movidos a hidrogênio, incluindo toda a tecnologia envolvida nos processos, culminando em competições como a A competição Formula SAE BRASIL, que oferece aos estudantes de engenharia a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

Na sequência, Felipe Cruz, Consultor e Líder Comercial para LATAC na Energy Systems Catapult, palestrou sob o tema “Configuração do Ambiente de Negócios da transição energética no Reino Unido”, falando principalmente dos desafios da descarbonização da indústria britânica. A empresa trabalha com aceleração de inovação e tecnologia para uso de vetores de baixo carbono, incluindo o hidrogênio, no apoio a empresas e governos.

Em sua participação no auditório técnico, a Especialista em Projetos de Mobilidade H2V da Neoenergia, Victória Torres, falou sobre o tema “Hidrogênio verde aplicado à mobilidade - Projeto Barcelona”. A palestra trouxe projetos, na Espanha, para uso de hidrogênio verde em plantas industriais em setores como o de fertilizantes e da indústria química. Além disso, a 1ª estação de H2V da Europa, localizada na Zona Franca de Barcelona (ESP), que irá abastecer 60 ônibus, numa licitação vencida pela Iberdrola - uma das empresas acionistas da Neoenergia. O projeto pode servir de inspiração ao Brasil, onde o setor de transporte responde por uma parcela significativa de emissão de gases de efeito estufa. Segundo Victória, o hidrogênio verde é a chave para abastecer setores difíceis de descarbonizar através das formas convencionais de eletrificação, como é o caso da indústria química, dos fertilizantes e o de mobilidade pesada.

A pauta ESG

A Coordenadora do Núcleo de ESG da FIEC, Alcileia Sena, convidou a Coordenadora Socioambiental da Qair Brasil, Sílvia Renata Oliveira, e o CEO da BCP Engenharia, Tom Holanda, para comentarem sobre as ações de suas empresas que justificaram a Certificação de Sustentabilidade ESG (o Selo ESG-FIEC). O Programa de Certificação ESG-FIEC, lançado em 2022, tem o objetivo de guiar as indústrias cearenses nos projetos de sustentabilidade. O programa é auditado pelo Bureau Veritas, um dos maiores organismos certificadores do mundo.

“A agenda ESG é importante e muito tem se falado sobre sustentabilidade. Mas vamos nos apegar aos exemplos - esses, sim, valem a pena ser visitados e seguidos. Não se trata de modismo. Há empresas muito sérias com ações sustentáveis. E é preciso perceber que ESG também é uma oportunidade de carreira”, comentou Alcileia.

Mais da programação

Ainda no Auditório Técnico do FIEC Summit 2023, o Prof. Dr. Clayton Barcelos Zabeu, Pesquisador do Instituto Mauá de Tecnologia, palestrou sobre “Aplicações de Hidrogênio em propulsão veicular e geração de energia elétrica - experiências recentes”. O Dr. Zabeu reforçou que há uma tendência muito forte de eletrificação do setor de transportes, em todo o mundo, e que, no Brasil, será preciso adaptar nossos potenciais para atender às demandas globais por sustentabilidade.

E, em seguida, Gianpaola Ciniglio, Diretora de Assuntos Ambientais da América Latina da Fortescue, falou sobre as “Estratégia e Melhores Práticas Socioambientais da Fortescue”. Ciniglio apresentou o projeto que a Fortescue tem desenvolvido, com forte investimento, na planta do HUB do Hidrogênio Verde, no Pecém, desde a hidrólise até a saída do H2V do porto. Além disso, o trabalho que a empresa tem feito para engajar e escutar as comunidades e instituições que estão envolvidas em diversas fases do projeto.

A programação técnica continua nesta quinta-feira, 26, durante todo o dia. Confira a programação completa no site: eventofiecsummit.com.br/programacao

(85) 3421.5916 / Av. Barão de Studart, 1980, Aldeota - Fortaleza-CE
© Todos os direitos reservados ao NUMA