Experiência educacional de empresa cearense com o SESI é destaque na Agência do Rádio

A matéria explica como a parceria entre a indústria Guararapes e o Serviço Social da Indústria (SESI) possibilitou que funcionários da empresa concluíssem o Ensino Médio. 

Confira na íntegra:

Empresa do Ceará tem parceria com o SESI para que funcionários concluam o ensino médio

Por Thiago Marcolini

Em 2018, no estado do Ceará, SESI e SENAI foram os responsáveis por capacitar mais de 70 mil pessoas, em cursos que vão desde a educação básica até o ensino profissional. Os números são da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

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Na modalidade de Educação Básica do SESI, cerca de 7,4 mil pessoas passaram pelos ensinos fundamental e médio. Na chamada Educação Continuada, que inclui, por exemplo, cursos de idiomas e informática, foram mais de 41 mil alunos no ano passado. Nos cursos técnicos e profissionalizantes do SENAI, quase 22 mil pessoas foram capacitadas.

Uma das histórias de pessoas que passaram por entidades do Sistema S é a do cearense Francisco de Assis da Silva, de 58 anos, morador de Fortaleza. Ele havia parado de estudar há 32 anos, em 1985, para trabalhar e ajudar a sustentar a família. A empresa em que ele trabalha, o Grupo Guararapes, tem parceria como SESI para que os funcionários que não concluíram o ensino básico tenham a chance de voltar a estudar.

Graças à parceria, em 2017, Francisco realizou um sonho antigo. “É um curso que vale a pena para aqueles que pararam os estudos. É uma oportunidade que antes não tinha, há alguns anos atrás. É um curso bem elaborado, as matérias que passam para a gente. Os professores do SESI procuram ensinar o máximo possível para nós que paramos de estudar há muito tempo. Meu sonho era ter concluído o ensino médio”, afirma.

A capacitação de Francisco pelo SESI não parou no ensino básico. No começo de 2019, ele concluiu o curso de Libras na entidade. Segundo ele, a iniciativa também partiu da empresa, já que conta com mais de 100 trabalhadores surdos no quadro de funcionários. “São de 100 a 120 funcionários surdos. Essas pessoas a gente tem que dar mais atenção. Os funcionários são treinados para falar a língua deles. É importante a comunicação com eles também”, diz Francisco.

O coordenador do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Naercio Menezes, liderou um estudo sobre o desempenho da rede SESI e das demais redes de ensino, em 2017. Para ele, gestão e qualidade dos professores colocam a rede do SESI à frente das demais instituições de ensino.

“Seria importante para a sociedade se o SESI conseguisse transferir a tecnologia de gestão aplicada nas escolas que são bem-sucedidas para a rede pública, que atende muito mais alunos em todo o país. O que mais precisamos no Brasil é melhorar o aprendizado dos nossos alunos. Temos uma parcela muito grande dos estudantes que não sabem ler nem escrever mesmo no terceiro ano e que chegam no Ensino Médio com conhecimento muito ruim em Matemática", diz Naercio.

Corte de verbas

Apesar do histórico de sucesso dessas entidades, a ideia do Governo Federal de fazer cortes no orçamento do Sistema S, do qual fazem parte SESI e SENAI, pode reduzir o valor dos repasses anuais a essas entidades, o que já era anunciado antes mesmo do novo governo tomar posse.

Não há confirmação de valores, mas os cortes no total repassado ao Sistema podem variar de 30% a 50%.

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