Ceará é campeão em número de planos de manejo florestal sustentável no Nordeste

O Ceará é o estado da região Nordeste com o maior número de planos de manejo florestal sustentável do bioma caatinga, abrigando 400 dos 1100 planos identificados em estudo realizado pela Associação Plantas do Nordeste – APNE. O levantamento foi feito em parceria com as superintendências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Nordeste e com a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).

A informação foi abordada em evento realizado hoje (17), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará - FIEC, para discutir o impacto da biomassa na indústria cearense.

Segundo o pesquisador Frans Germain Corneel Pareyn, representante da APNE, o desempenho do Ceará chama ainda mais atenção se considerarmos o número de planos de manejo ativos. “Nesse caso, o Ceará fica com uma representativa ainda maior, pois tem 352 planos em atividade, o que demonstra que aqui as pessoas não desistem dos planos, pelo contrário, eles estão evoluindo”, disse.

Conforme os dados apresentados, a biomassa é a segunda maior fonte de energia no Nordeste, ficando atrás apenas dos combustíveis fósseis. A estimativa é de uma geração de aproximadamente 35 mil postos de trabalho permanentes. “Apesar disso, mais da metade da oferta é oriundo de fontes ilegais. Sem reflorestamento e planos de manejo, a nossa vegetação nativa será afetada de forma definitiva, podendo levar à extinção de algumas espécies”, alertou Frans Pareyn. 

O superintendente do Ibama Ceará, Herbert Lobo, explicou que o desafio de preservar a caatinga é a motivação para o evento, que está sendo realizado em todos os estados do Nordeste. “O Ibama quer promover debates e apresentar caminhos para que não fiquemos apenas numa posição reativa, autuar alguém que desmatou e aplicar sanções, mas agir de maneira preventiva e transformar aquilo que é uma obrigação legal em oportunidade de desenvolvimento”, frisou.

Para o gerente do Núcleo de Meio Ambiente da FIEC (Numa), Renato Aragão, a iniciativa é importante para conscientizar a sociedade e os industriais. "A indústria é grande interessada na preservação da caatinga, pois depende dela para gerar energia. As informações compartilhadas no evento mostram que a indústria cearense está consciente disso, mas sempre podemos progredir", disse. 

A programação incluiu as palestras: ODS e a implantação do Plano de Suprimento Sustentável (PSS), com Francisco Barreto Campello, do Ibama; Inovação tecnológica, créditos de carbono e uso de biomassa renovável na indústria de cerâmica e outros setores, com Stefano Merlin/Sustainable Carbon; Eficiência energética, queima e qualidade na produção das indústrias cerâmicas, com Antônio Carlos Pimenta Araújo, da Associação Nacional da Indústria Cerâmica.

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