[Discurso] Jorge Alberto Vieira Studart Gomes

Discurso no evento Ação Global - 09 de agosto de 2018

Meus amigos, bom dia!

O comércio internacional é uma importante alavanca para o desenvolvimento econômico e social, sendo impossível imaginar as transformações na indústria, nas comunicações, na tecnologia e na cultura, sem o impulso oferecido pela globalização da economia.

Hoje, cada um que veio a esse auditório, na Casa da Indústria, a nossa FIEC, demonstra o quanto estamos empenhados em desenvolver o nosso estado por meio da saudável exploração do potencial das trocas internacionais.

Temos exemplos claros desse empenho e dos resultados e é por isso que estou muito à vontade em abrir os trabalhos deste importante evento.

Tanto a Federação faz parte quanto eu próprio me sinto personagem atuante desta história que conta como se constrói o Ceará globalizado que será apresentado por várias vozes ao longo deste evento.

A FIEC tem participado ativamente do processo de internacionalização da nossa economia, servindo pequenas, médias e grandes indústrias através do seu Centro Internacional de Negócios e propondo uma agenda para o desenvolvimento.

Hoje eu sou presidente da FIEC, mas tenho a alegria de estar aqui também em uma outra condição. A minha trajetória como industrial me deu o privilégio de ser testemunha e ator econômico dos últimos 50 anos da experiência de desenvolvimento do nosso estado do Ceará e a construção da sua inserção internacional.

Em 1994, o Brasil se engajou num novo contexto global ao participar da fundação da Organização Mundial do Comércio e, no contexto regional, do Mercosul. Isso marcou profundamente a economia cearense e a mim também.

A empresa para a qual me dediquei de forma empreendedora entre 1970 e 2007 foi direta e positivamente impactada por esse processo de abertura econômica que ligou o Brasil ao mundo.

Percebi grandes oportunidades na cooperação internacional ao me tornar um dos mais relevantes importadores do Ceará, trazendo a matéria prima que me deu condições de fazer da Agripec uma das maiores indústrias brasileiras de defensivos agrícolas.

Igualmente a outras indústrias fortes no Ceará, a Agripec precisou importar insumos para processá-los e vender produtos com valor agregado significativo e, assim, gerar prosperidade e trazer desenvolvimento para o nosso estado.

Prospecção de mercado internacional/ OUSADIA/ Coragem para crescer/ Elevação da autoestima e da confiança/
Vontade de vencer


Meus amigos,

Não foi fácil para o governo, o mercado e para a minha empresa sermos durante o início dos anos 90 pioneiros ao virar uma página da economia do Brasil baseada na dinâmica de substituição das importações e ingressar no livre comércio.

Recordo-me quando em 2002 a multinacional Monsanto moveu uma ação contra a importação de glifosato para fabricação de herbicidas. Nossa indústria aqui no Ceará seria duramente afetada pela medida, mesmo antes da sua aplicação, uma vez que o governo federal já restringia a importação de matéria-prima, condicionando o embarque no exterior à emissão de Licença de Importação a preços que o governo achava adequados.

Lutei pessoalmente por anos junto ao Departamento de Defesa do Comércio (Decom) e à Decex por um tratamento justo para uma indústria estratégica para a expansão da agricultura no Brasil. Nossa principal bandeira, além de assegurar a existência da Agripec, era evitar os riscos de favorecimento de monopólio do mercado de ácido glifosato no Brasil.

Amigos,

Hoje, olhando para trás, vejo como evoluímos nas práticas brasileiras de controle aduaneiro. Para quem conheceu a experiência das guias de importação datilografadas, processos pouco claros de controle de preços e outras barreiras tarifárias e não tarifárias a que se sujeitaram muitos importadores, me orgulho em saber que hoje o sistema público de gestão aduaneira evoluiu para o atual Portal Único do Comércio Exterior.

A partir dos anos 90 vi que a experiência internacional no Ceará cresceu e se expandiu para outros setores. Tornamo-nos destaque na importação de insumos para algumas de nossas importantes indústrias e relevante exportador brasileiro de frutas, bebidas, calçados, produtos siderúrgicos, pescados, rochas ornamentais e vários outros produtos.

Como industrial também tive o privilégio de acompanhar a partir do final dos anos 90 a um outro movimento vital para a internacionalização da economia do Ceará. Refiro-me à atração de investimento estrangeiro direto.

Todos lembramos quando, em 1998, aconteceu a privatização da Coelce, quando empresas do Chile, da Espanha e de Portugal fizeram o primeiro grande investimento estrangeiro dos novos tempos no Ceará, e se seguiram outros.

Com esse movimento de atração de poupança externa, o nosso estado passou a ter uma nova ordem de diálogo com o mundo que não atraiu somente o olhar de quase 5000 investidores estrangeiros como será apresentado daqui a instantes.

Em consequência disso, nossa indústria, reunindo empresários cearenses e de outras nacionalidades, alcançou apenas no primeiro semestre deste ano a cifra de 1,3 bilhão de dólares em exportações. Quem conhece a história do Ceará sabe que essa meta era uma ambição de um ano inteiro.

Se a minha experiência industrial foi construída fazendo comércio exterior, como importador, também tive o privilégio de atuar na vertente do investimento externo direto, ao negociar avenda de uma parcela relevante do capital daminha empresa Agripec para um importante player internacional no setor. Com isso, também ajudei a criar um pedaço de uma empresa global.

Tenho a convicção de que o Ceará de hoje tem na internacionalização de sua economia um dos mais vitais aspectos do seu desenvolvimento. Destaco que essa evolução trouxe juntos o comércio exterior e o investimento estrangeiro direto, produzindo uma sinergia vital para o desenvolvimento. Precisamos de poupança externa para contribuir para a geração de riqueza e assegurar o desenvolvimento sustentável para os cearenses.

É preciso que histórias como a que eu narrei e as jornadas de outros cearenses e investidores estrangeiros sejam tornadas públicas. Esse Ceará que é global precisa ser divulgado. É vital mostrar o que os cearenses estão fazendo em outros recantos do mundo e o novo Ceará que está sendo construído com o suor e o esforço de muitos cearenses e brasileiros de outros estados; mas também coreanos, portugueses, americanos, espanhóis, italianos e, mais recentemente, chineses e de outras nacionalidades.

Meus amigos,

Deus há de querer que em breve estejamos celebrando mais um passo na internacionalização da nossa economia, fruto do trabalho do governo, com o setor produtivo e sociedade civil reunidos em torno das novas conexões que se implantam no Ceará.

Desejo um grande evento nesta manhã. Que em agosto do ano que vem possamos estar aqui reunidos novamente contando mais histórias de sucesso e apontando novos caminhos para o desenvolvimento econômico do estado.

Tenham um bom dia e um forte abraço a todos.

BETO STUDART

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