[Discurso] Jorge Alberto Vieira Studart Gomes

Abertura da Recicla Nordeste

Marcos Albuquerque, amigo e presidente do Sindiverde, Sindicato filiado à Federação das Indústrias do Estado do Ceará, a nossa FIEC, e que integra as empresas cearenses de Reciclagem de Resíduos, em nome do qual saúdo todos os envolvidos na cadeia produtiva que se fortalece em torno da atividade de reciclagem, tão fundamental para a nossa sustentabilidade, ambiental e econômica;

Amigo Marcos, parabéns por mais esta edição do Recicla Nordeste. Nós bem sabemos o seu esforço para realizar este evento e também para disseminar a necessidade de estabelecermos uma convivência harmoniosa entre desenvolvimento industrial e meio ambiente.

Amigo Elias do Carmo, presidente do Sindienergia, líder de um dos mais importantes setores para o nosso Ceará, em nome do qual eu saúdo as lideranças empresariais aqui presentes, entre eles nossos amigos presidentes de sindicatos industriais e também os representantes das instituições que, como o Sistema FIEC, estão entre os apoiadores do Recicla Nordeste.

Amiga querida Águeda Muniz, aqui representando o prefeito Roberto Claúdio, brilhante Secretária de Urbanismo e Meio Ambiente da nossa capital Fortaleza, que vem dando um exemplo concreto de que o poder público e a iniciativa privada podem, juntos, fortalecer uma grande metrópole, respeitando as necessidades da economia e mantendo o equilíbrio dos fatores ambientais e sociais. Em seu nome, minha amiga Águeda, saúdo as mulheres presentes neste evento, que brilhantemente tocam seus trabalhos em favor de um mundo melhor.

Artur Bruno, amigo, educador, Secretário de Meio Ambiente do Ceará, aqui representando o governador Camilo Santana, em seu nome saúdo todos os que, como nós, sabemos que desenvolvimento e respeito ao meio ambiente pressupõem, sem qualquer sofisma, um esforço de educação de gerações, para que possam entender que, mais do que disputas ideológicas, é preciso trabalho e esforço conjunto para chegarmos a uma sociedade mais forte e melhor servida.

Senhor Expedito José do Nascimento, prefeito da cidade de Piquet Carneiro, presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará, a Aprece.

Meus amigos,
Boa noite!

Estou muito feliz em estar hoje com vocês, para solenizar a abertura da 5a. Edição da Feira da Indústria da Reciclagem e Transformação – a Recicla Nordeste, que é a única feira do setor de reciclagem e transformação da nossa região a reunir empresários, negociadores, profissionais autônomos e representantes do poder público e de organizações não governamentais de todas as demais regiões do Brasil.

Aqui vemos, num mesmo espaço, indústrias fornecedoras de máquinas e equipamentos para coleta, seleção, triagem, beneficiamento e transformação de materiais recicláveis; empresas que comercializam, compram e vendem matéria-prima secundária para transformar em novos produtos; indústrias de produtos finais feitos de matéria-prima secundária; prestadoras de serviço de logística, projetos e consultoria; além de bancos e organizações que realizam, promovem ou financiam projetos ligados à coleta seletiva e à reciclagem sustentável.

Ou seja, estamos diante de uma oportunidade ímpar de encontrar toda a cadeia produtiva de uma atividade que, ao mesmo tempo que contribui para a preservação do meio ambiente, possui forte componente econômico, com alto potencial de geração de renda e desenvolvimento.

O Ceará é considerado hoje o Estado brasileiro que mais recicla, proporcionalmente ao número de habitantes. Considerando somente o segmento de plástico, são mais de duas centenas de empresas atuando na reutilização desse material, movimentando cerca de R$ 40 milhões por mês. As 62 empresas associadas ao Sindiverde, a grande maioria pequenas empresas, empregam 1.680 pessoas diretamente.

Porém, esses números são muito pouco do que nosso potencial sinaliza, seja aqui no Ceará ou em qualquer outra grande cidade brasileira. Por todo o imenso território nacional, estima-se haver nada menos que 3 mil lixões em atividade que, juntos, recebem, diariamente, mais de 195 mil toneladas de lixo. Acreditem, desse total, menos de 2% é reciclado. Além disso, é fato demonstrado que o Brasil perde em torno de R$ 8 bilhões com o descarte incorreto de resíduos.

Ou seja, tem muito o que ser feito. Então, meus amigos, trago a vocês o que está sempre no centro do meu pensamento quando reflito sobre os temas que nos reunem aqui. “Sustentabilidade e reciclagem”, ao meu entender, rimam perfeitamente com “Educação”. Nós precisamos conscientizar para o problema do lixo urbano; precisamos cultivar a necessidade de aproveitamento de resíduos. Seja no âmbito das cidades, das indústrias, seja nas comunidades, seja nas residências, precisamos disseminar o entendimento de que, ao realizar a reciclagem, os seres humanos estão dando sua contribuição para o desenvolvimento sustentável e, portanto para a própria preservação.

Sabemos que, a despeito de grandes iniciativas como a do Recicla Nordeste, falta, em nossa sociedade, informação, preparo, educação. Precisamos suprir essa deficiência que nos acarreta prejuízos no presente e ainda mais para o futuro. Sem educação não há desenvolvimento, não há sustentabilidade, não há preservação. É uma lacuna que não temos mais o direito de deixar desocupada e, por isso, precisamos assumir, juntos, fortes compromissos.

Podemos, claro, dizer que a indústria de reciclagem enfrenta problemas de baixa qualificação da mão-de-obra e custos elevados de produção, máquinas obsoletas, e tudo isso impacta em produtividade e competitividade. E não vamos deixar de envidar todos os esforços pra reverter esse quadro. É missão da Federação das Indústrias do Estado do Ceará fortalecer o setor industrial e não descansaremos jamais. Porém, em paralelo, e de forma radical, temos o dever de juntos, setor público, iniciativa privada e também estruturas não governamentais, investirmos na disseminação de conhecimento acerca das formas de aproveitamento dos resíduos que nosso desenvolvimento produz. Porque somente assim teremos a sustentabilidade de fato.

Enfim, meus amigos, iniciativas como o Recicla Nordeste, o crescimento da indústria recicladora, as experiências com reaproveitamento e reciclagem nas indústrias, a discussão sobre mecanismos de logística reversa, e o debate em torno de uma boa Política de Resíduos Sólidos, nos revelam, que já estivemos ainda mais distantes da sustentabilidade. Ainda assim, o trajeto a percorrer ainda é bem longo, mas energia não nos faltará para seguirmos em frente. Desejo a todos força e sucesso em mais essa caminhada.

Um forte abraço e boa noite a todos.
BETO STUDART
Dia 10 de junho de 2015

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